sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Amadurecimento espiritual é...

Gosto de refletir sobre a perfeição cristã, o crescimento na graça, o amadurecimento espiritual do crente. E amadurecimento é o termo que mais aprecio, pois ao mesmo tempo em que passa a ideia de ser uma condição possível de ser alcançada, deixa entender também que existe uma luta constante, sendo que há uma vitória a ser conquistada à frente.

Amadurecimento espiritual é procurar mudar a mim mesmo, ao invés de ficar obcecado em mudar os outros.

Amadurecimento espiritual é não procurar a todo instante mostrar o quanto sou bom, quão acertadamente faço tudo e quão altruístas e corretas são as minhas atitudes.

Amadurecimento espiritual é não viver destacando quão certinha é minha vida familiar, profissional, escolar, devocional.

Amadurecimento espiritual é não ficar dizendo quão equilibrada é minha alimentação, quão sóbrio o meu vestuário e quão adequados o meu lazer e relacionamentos.

Amadurecimento espiritual é não achar que minha visão doutrinária e interpretação bíblica, bem como a minha vida eclesiástica e as soluções que vejo para os problemas da comunidade religiosa que frequento, são as únicas que estão de acordo com a verdade que professo.

Amadurecimento espiritual é não achar que minha compreensão do mundo, minhas posições políticas, econômicas, religiosas e minha visão das questões sociais, não necessitam ajustes e correções, bem como atualizações e até mesmo revisões e mudanças.

Amadurecimento espiritual é quando paro de comparar os outros comigo e de ficar buscando ou esperando a aprovação e o louvor dos meus irmãos.

Amadurecimento espiritual é, de uma vez por todas, aceitar que não sou perfeito, mas, que não preciso me render à minha imperfeição, que há vitória em cooperar com Cristo Jesus.

Amadurecimento espiritual é não usar o meu estilo de vida como padrão de comportamento ou régua para medir a vida do meu semelhante.

Amadurecimento espiritual é crer que onde existe a graça salvadora, não existe merecimento de tipo algum.

Amadurecimento espiritual é saber que perdoar não implica em esquecer, não significa que a ferida nunca existiu, mas, significa que ela não controla mais a minha vida e nem me faz sofrer.

Amadurecimento espiritual é não viver uma religião raivosa, condenatória e assustadora, entendendo que Evangelho não precisa ser algo triste e depressivo, mas, cheio de alegria e certeza da salvação.

Amadurecimento espiritual é quando eu quiser chamar o pecado pelo nome, começar pelos meus próprios pecados.

Amadurecimento espiritual é nunca ceder ao impulso de julgar e condenar o meu irmão, sem antes gastar os joelhos em muitos momentos de oração, intercedendo por ele a Deus, com misericórdia no coração e lágrimas na voz.

Amadurecimento espiritual é buscar amar o inimigo, em um tempo em que gostar e até mesmo aceitar os próprios amigos como eles são, se torna difícil e quase impossível pra mim.

Amadurecimento espiritual, enfim, é sentir paz na tempestade. É conseguir dormir no barco, mesmo com o mar absurdamente revolto.

Quando eu conseguir ser e viver assim, estarei, então, começando a trilhar, ainda muito timidamente, o caminho da perfeição e a compreender o que é o viver cristão transformador e santificador.

E quando isso acontecer, não precisarei gritar a todos o que eu sou, o que faço ou o tipo de crente que me tornei. E não precisarei porque, mesmo sem que eu busque isso, como dizia a frase de um velho hino do meu amigo Enio Monteiro, "o mundo saberá que Cristo vive em mim".

Mário Jorge Lima (via facebook)

“Muito temos que dizer, de difícil interpretação, porquanto vos fizestes negligentes para ouvir [Eles não discerniam rapidamente as coisas do Espírito de Deus]. Porque, devendo já ser mestres, pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus, e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento; porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do hábito, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal” (Hb 5:11-14). 

É certamente necessário que aqueles que creem na verdade, façam avanços contínuos, crescendo à estatura completa de homens e mulheres em Cristo Jesus. Não há tempo para apostasia e indiferença. Cada um deve ter uma experiência viva nas coisas de Deus. Tende raiz em vós mesmos. Firmai-vos na fé, de modo que, tendo feito tudo, possais ficar firmes, com inabalável confiança em Deus, através do tempo que provará a obra e o caráter de cada homem. Aplicai as vossas capacidades nas coisas espirituais, até que possais apreciar as coisas profundas da Palavra de Deus, e prossigam de força em força.

Há milhares de pessoas, que pretendem ter a luz da verdade, e que não dão nenhum passo em frente. Não possuem uma experiência viva, apesar de terem tido toda a vantagem. Não sabem o que significa consagração. As suas devoções são formais e vazias, e a sua piedade não tem qualquer profundidade. A Palavra de Deus oferece liberdade e iluminação espirituais aos que as buscam sinceramente. Aqueles que aceitam as promessas de Deus, e sobre elas agem com fé viva, terão a luz do Céu na sua vida. Beberão da fonte da vida, e levarão outros às águas que têm refrescado o seu coração. Devemos ter aquela fé em Deus que O faça cumprir o que prometeu. Não podemos ter vitórias sem uma confiança clara; pois “sem fé, é impossível agradar-Lhe [a Deus]” (Hb 11:6). É a fé que nos liga ao poder do Céu, e que nos traz a força necessária para lidar com os poderes das trevas. “Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé” (1Jo 5:4). “A fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Rm 10:17). Para exercermos uma fé inteligente devemos estudar a Palavra de Deus. A Bíblia, e só a Bíblia, comunica um conhecimento correto do caráter de Deus e a Sua vontade em relação a nós. O dever e o destino do homem estão definidos nas suas páginas. As condições sob as quais podemos ter esperança na vida eterna estão declaradas de forma explícita, e o destino daqueles que rejeitam uma salvação tão grandiosa está predito na linguagem mais impressionante.

(Ellen G. White, Review and Herald, 10 de janeiro de 1888)

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Jesus hoje

Fico pensando, numa situação apenas imaginária, como seria Sua passagem por nosso mundo, se Jesus Cristo viesse aqui, pela primeira vez, nos nossos dias. Nasceria numa favela, na periferia de uma grande cidade, debaixo de uma ponte como morador de rua? Morreria morte de cruz, ou seria decapitado, fuzilado, eletrocutado, queimado vivo? Como seria Seu visual, usaria túnicas e sandálias ou, dessa vez, vestiria calça jeans, camiseta e tênis? Terno e gravata? Será? 

Seria afinado com Democratas ou Republicanos? Blancos ou Colorados? Trabalhistas ou Conservadores? Comunistas ou Capitalistas? Seria de esquerda ou de direita? Islâmico ou judeu?

Será que Se envolveria com governantes e autoridades ou, mais uma vez, manteria distância deles e se concentraria em atender o indivíduo comum em suas necessidades básicas e carências espirituais? O “o meu reino não é deste mundo” e o “dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” continuariam fazendo parte do Seu discurso?

Escorraçaria os comerciantes da fé, da mesma forma como o fez com os vendilhões do templo? Diria a teólogos e doutores da lei o mesmo que disse a Nicodemos? Participaria de debates doutrinários acirrados e intermináveis ou Sua doutrina continuaria a ser baseada nos conceitos de relacionamento e vida eterna do Sermão do Monte? Desta vez frequentaria mega-templos das mais diversas instituições religiosas ou novamente faria nas ruas, praças e ao ar livre as Suas pregações? Usaria para isso a Internet?

Acolheria gays, lésbicas, travestis e transexuais da mesma maneira que fez com prostitutas e adúlteras? Curaria aidéticos como curou leprosos? Salvaria corruptos e roubadores do povo como salvou Zaqueu e Mateus? Seria mais inclusivo ou exclusivo?

É verdade que a complexidade da vida humana hoje não guarda qualquer similaridade com a da vida no tempo de Jesus. O mundo e sua população atual de mais de 7 bilhões de pessoas tornam qualquer comparação inútil e impossível. Por isso, não vou me estender em outras questões, não conseguiríamos respondê-las com precisão, mas, eu penso que há pelo menos três particularidades da vida de Jesus que estariam presentes como da vez primeira, e isso é que é o importante.

Seu contato e relacionamento com Deus, para seguir as estritas orientações do Seu Pai, seriam os mesmos. Seu amor incondicional, sem limites, restaurador e transformador seria o mesmo, que aceita o homem em qualquer condição, mas, não o deixa assim. E a condenação severa ao reino, às obras e aos representantes das trevas, onde quer que Ele os identificasse, também seria a mesma.

Felizmente, Jesus já veio, no tempo certo, determinado pelo Céu. E não apenas pagou a grande dívida do homem em função do pecado, mas, ato contínuo, nos estendeu os benefícios de Seu perdão e graça. Seus princípios de fidelidade, liberdade e amor sem limites, continuam os mesmos. Continuamos sendo salvos unicamente por Sua graça e não por qualquer coisa de bom que tenhamos, sejamos ou façamos. Amém por isso. Não fosse assim, não teríamos chance alguma.

Mário Jorge Lima (via Instantâneos do Reino)

Ilustração: Jesus Grafitti por Jo Jones

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

O que fazer quando seu filho abandona a fé?

“Não me interesso mais pela igreja” diz o seu adolescente. Eles podem até dizer a mesma coisa de várias maneiras, mas não há uma resposta fácil para a sua situação. Cada filho é diferente e fará seus próprios deslizes. É por isso que cada caso deve ser avaliado individualmente. Você se pergunta: Por que meu filho é tão difícil? Será que medicamento o ajudará? É como se andássemos por um deserto. A família fica dividida e muitas vezes não sabe como lidar da maneira correta com ele. Tentamos vários caminhos: a disciplina ofensiva, o amor ofensivo, mas é complicado compreendê-lo.

Quando o filho sai de casa (decide ir para a faculdade em outra cidade, por exemplo) a primeira coisa que fazemos é encontrar um apartamento. A segunda é encontrar uma igreja local. Queremos ter certeza que ele continuará frequentando. Porém nem sempre gostam, se sentem à vontade na nova igreja. Acham-na muito antiquada, ou não gostam da música. Mesmo assim temos esperança de que vá encontrar outra igreja na qual se sinta mais à vontade. Como nem sempre esse é o caso, inicialmente é uma decepção e começamos a nos perguntar o que deu errado.

No momento em que você mãe/pai admite que seu filho já não é mais da mesma igreja, que não sabe mais o que fazer quando ele se revolta, é importante lembrar-se que não esta só. Todavia, não devemos perder a esperança, mesmo sendo este um dos desafios mais difíceis na família.

Algumas sugestões de como lidar com esse cenário:

1. Não desista
A tentação é jogar tudo pra cima e desistir, e você não seria a única a fazer isto. Muitos pais desistem e, incapazes de tolerar a dor, eles se protegem, fingindo que não se incomodam. O filho grita, “me deixe em paz” e assim eles fazem o que ele pede, retirando-se emocionalmente de sua vida. O que alguns pais não percebem é que apesar de as ações e palavras do adolescente destinarem-se a afastar os pais, lá no fundo ele anseia que os mesmos continuem tentando, apoiando, independente de seu comportamento.

Nunca desista. Vá em frente apesar das circunstâncias e não pare de fazer as coisas boas, tentar coisas novas se as antigas não funcionarem, continue fazendo as coisas que você sabe serem certas, ame incondicionalmente, faça seu papel de mãe/pai, mesmo quando prefere desaparecer.

2. Não tenha vergonha de pedir apoio e oração
É prudente consultar um pastor ou um conselheiro, e você pode encontrar conforto de pais cristãos que também têm filhos pródigos. Seja sincero sobre o seu desejo de compreensão. Valorize as orações intercessoras, mas tenha cuidado para não compartilhar detalhes íntimos. Uma resposta simples, como: “Você não faz ideia do quanto precisamos e valorizamos suas orações” é suficiente.

Uma mãe admitiu que não queria que o mundo todo soubesse sobre o adolescente rebelde porque seu marido era o ancião da igreja, mas uma dor compartilhada, diminui. Uma alegria compartilhada, aumenta.

3. Seja firme e afetuoso
Você precisa de uma casca dura e de um coração sensível, principalmente no que diz respeito aos comentários dos outros. Mesmo que as intenções sejam boas, pessoas ofendem, mas não deixe que suas farpas penetrem, sendo sensata o suficiente para ouvir as palavras de apoio que outros oferecerem.

4. Aprenda a arte da entrega
Isso pode significar liberar seu sonho para seu filho, abrir mão do controle sobre o adolescente, deixando os resultados com Deus.

5. Obtenha ajuda para você e sua família
Se quebrar o braço, você imediatamente pedirá ajuda no Pronto Socorro. Então por que tantos pais se vergonham de buscar ajuda quando a família está quebrada? Alguns preferem aconselhamento pastoral, outros optam por terapia. Dê apenas o passo inicial e busque ajuda.

6. Permita-se algum prazer
Muitos casais cujos filhos saem da igreja, eliminam qualquer ato que possa trazer alegria, até que a “situação se normalize”. Alguns sentem-se culpados por estarem se divertindo, ao invés de “fazerem algo” para resolver o problema. Outros ficam em constante estado de alerta, tensos, preocupados ou envergonhados e não conseguem se distrair. Mas precisamos recarregar a bateria. Relaxe num banho de banheira, assista um filme engraçado e veja-o juntos, pois se afastar um pouco do problema pode ser a saída ideal para olhar melhor, com a mente mais descansada.

7. Mantenha seus valores fundamentais
Não deixe que a crise contínua a desgaste, Deus ainda a conhece exatamente como antes da crise. Se sempre deu presente de aniversário para seu filho, continue dando durante essa fase difícil também. Se ajudava no ministério da criança antes de seu filho sair da igreja, continue usando seu talento nessa área. Não se afaste de tudo e todos porque algo está saindo fora do que planejou ou sonhou.

8. Escreva um diário
Registrar seus pensamentos, sentimentos e orações pode ajudá-la a identificar o que é importante. Pode usar uma caderneta, um computador ou até enviar um e-mail ou mensagem a um amigo de confiança. Expressar emoções e externá-las é uma forma de visualizar o problema como alguém de fora.

9. Não se culpe
Provérbios 22:6 diz: "Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele." No entanto este texto nunca teve a intenção de despertar culpa. O pior pesadelo de muitos pais é ter um filho rebelde – que segue seu caminho na vida de maneira destrutiva, ignorando tudo que aprendeu, recusando-se a obedecer as regras, causando caos nas vidas com as quais entra em contato.

O medo é tão grande que os pais se estressam com tudo que os filhos fazem, chegando a considerar comportamentos normais como sinais de que os filhos estão à beira do abismo. Outros pais fazem o oposto. Ignoram sinais óbvios de alerta, achando que é apenas uma fase da qual os filhos passarão. Alguns outros abdicam e descobrem que, não importa o que fizeram para educar seus filhos, é provável que pelo menos um saia da igreja.

Há pais que observaram seus filhos fazerem más escolhas e foram arrastados por desvios mais perigosos. Eles agonizaram, choraram, oraram – mas de alguma forma sobreviveram. O que eles aprenderam no processo?

10. Você não pode controlar as escolhas do seu adolescente
Uma vez que seu filho sai de casa, não dá pra dizer o que ela está fazendo. Pode estar ou não na escola. Pode jogar fora o lanche que você fez pra ela e comer algo gorduroso, consumir drogas, colar nos testes, dirigir bêbada – ou estudar bastante e fazer parte dos melhores 10% de sua classe. Pode ser a presidente ou a palhaça da classe. E não há nada que se possa fazer quanto à isso. Aceite!

11. Saiba a diferença entre ajudar e possibilitar
Joe White recomenda que quando meu adolescente se revolta devo manter uma maternidade firme e terna. Possibilitar um comportamento irresponsável é diferente de deixar que o filho pródigo assuma as consequências de seus atos.

12. Não esqueça o resto de sua família
Existe o risco de numa situação de crise familiar com um filho que está afastado, todas as atenções sejam pra ele. Pare de focar no filho rebelde a tal ponto de negligenciar os outros filhos e o cônjuge. Às vezes temos que confiar nosso filho pródigo ao Senhor e deixá-Lo operar nele, enquanto continuamos com nossa vida.

13. Perceba que sua parentalidade mudou
Quando um filho deixa o cuidado e proteção dos pais, o relacionamento muda para sempre. Devemos mostrar-lhe que o amamos, mas temos que nos libertar de nossa responsabilidade por ele. Ele é um ser dono de sua individualidade e é preciso respeitar.

14. Construa uma frente unida com seu cônjuge
Avise a seu filho que vai conversar com seu cônjuge antes de tomar qualquer decisão. Além disso, não se esqueça de trabalhar em seu relacionamento conjugal. Não negligencie o lado físico: Tire um fim de semana livre, marque uma noite para saírem juntos, e não fale sobre os filhos durante esse tempo.

15. Estabeleça limites
O filho pródigo beneficia-se mais da mãe que diz “eu te amo, mas não vou tolerar desrespeito.” Estabeleça limites em qualquer área que lhe diz respeito, especialmente se seu filho quer se mudar de volta. Certifique-se de que ele entende seus limites e as consequências ao ultrapassá-los.

16. Cuide dos seus sentimentos
Pais de filhos rebeldes enfrentam muitas emoções: raiva (do filho, de si mesmo, do parceiro, da má companhia do filho), dor, tristeza, depressão e culpa. Quaisquer que sejam os sentimentos, temos de reconhecê-los, antes de podermos lidar com eles.

17. Lembre-se que Deus ama seu filho mais do que você o ama
Mães de filhos rebeldes se sentem desamparadas. É por isso que devemos nos apoiar em Deus e Sua graça. Ele constantemente os atrai para Si e estará com eles mesmo quando não podemos.

18. Antecipe um futuro melhor
Em conversa com dezenas de pais, aprendi que a temporada do filho pródigo é apenas isso, uma temporada. Mais cedo ou mais tarde, a maioria deles volta a ter bons relacionamentos com seus pais e, às vezes, com seu Pai celestial.

19. Não perca de vista a perspectiva mais ampla
Enquanto continua a amar e orar por seu filho, tenha fé que ele é a obra de Deus em andamento. Apesar dos desafios específicos desta faixa etária, os jovens precisam da igreja. Para que mantenham a identidade da fé, a atmosfera da igreja desempenha papel importante na permanência deles nela. Pode-se, então, dizer que igreja de verdade é primordialmente trabalho com jovens. Por isso não perca a esperança!

Todavia, lembre-se: eles pertencem a Deus e a nós, e não à igreja. Conte com as orações de membros cuidadosos, mas não permita que qualquer censura que você receber lhe desanime.

Telma Witzig (via blog da Fabiana Bertotti)

Nota do blog: Ellen G. White nos deixou lindos textos que nos trazem esperança:

“Quando a tempestade da perseguição realmente irromper sobre nós, [...] muitos que se desviaram do aprisco retornarão para seguir o grande Pastor” (Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 401). 

“O amor de Deus anela sempre aquele que dEle se afastou, e põe em operação influências para fazê-lo tornar à casa paterna. [ ... ] Uma cadeia dourada, a graça e compaixão do amor divino, é atada ao redor de toda pessoa em perigo” (Parábolas de Jesus, p. 202). 

“O Céu aguarda e anela a volta dos pródigos que vagueiam longe do rebanho. Muitos dos que se extraviaram podem ser trazidos de volta, pelo amoroso serviço dos filhos de Deus” (Nos Lugares Celestiais [MD 1968], p. 10).

Assista também a este vídeo do prof. Leandro Quadros:

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Tig, o cachorro de Ellen White

Ellen G. White teve um cachorro enquanto esteve na Austrália. Era um cão de guarda a quem ela deu o nome de Tiglate-Pileser, provavelmente porque ele poderia ser hostil às pessoas que considerasse possíveis inimigos. Mas Ellen White parecia sentir afeto por ele, até mesmo por ter-lhe dado esse nome bíblico em referência a um cruel rei assírio (2 Crônicas 28:20). 

Aqui está o que Arthur White escreveu sobre o assunto em Ellen G. White: The Early Elmshaven Years, 1900-1905, v. 5, p. 19

"As fotografias em sépia ajudam a contar a história do trabalho na Austrália. Nelas se vê o instituto eletro-hidropático de Adelaide. Há fotografias de algumas igrejinhas bonitas que Ellen White visitou e ajudou financeiramente... Há retratos de amigos e cenas da casa dela em Sunnyside. Uma página foi reservada só para seu cão de guarda, Tiglate-Pileser, em Sunnyside. Convém lembrar que algumas regiões da Austrália foram ocupadas por condenados, e como alguns de seus descendentes aparentemente herdaram as tendências de seus antepassados, um bom cão de guarda tinha sua utilidade em Sunnyside."

Ellen White dispensava um carinho todo especial, não apenas a seu cãozinho de estimação 'Tig', como a todos os demais animais com que tinha contato. No livro Histórias de Minha Avó, p. 17 (CPB), a neta de Ellen, Ella M. Robinson, narra o seguinte: 

“Independentemente de onde morássemos, se houvesse algum animal doméstico por perto, vovó fazia amizade com ele. Assim que os pés dela tocavam o chão do potreiro, o pônei relinchava as boas-vindas e estendia o pescoço para o afago que ele já sabia que receberia. Vovó não suportava ver os animais sendo maltratados porque, dizia ela, ‘eles não podem contar-nos os seus sofrimentos’.”

Noutra ocasião, Ellen escreveu a seus filhos Edson e Willie: 

"Filhos, sejam bondosos com os animais, que não podem falar. Jamais lhes causem desnecessariamente dores. Eduquem-se a si mesmos em hábitos de bondade. Então ela se tornará habitual. Vou mandar para vocês um recorte de jornal, e decidam por vocês mesmos se alguns animais irracionais não são superiores a alguns homens que se permitiram embrutecer-se pelo cruel procedimento com os animais.” (Life Sketches, p. 26, citado em Perguntas que Eu Faria à Irmã White, p. 57) 

Aqueles que têm animais de estimação como cães, por exemplo, volta e meia são surpreendidos com a inteligência e o carinho manifestados por esses animais. A respeito disso Ellen White escreveu: 

“A inteligência apresentada por muitos mudos animais chega tão perto da inteligência humana, que é um mistério. Os animais vêem e ouvem, amam, temem e sofrem. Manifestam simpatia e ternura para com seus companheiros de sofrimento. Muitos animais mostram pelos que deles cuidam uma afeição muito superior à que é manifestada por alguns membros da raça humana. Criam para com o homem apegos que se não rompem senão à custa de grandes sofrimentos de sua parte.” (A Ciência do Bom Viver, pp. 315 e 316) 

O nosso papel, dado por Deus no Éden, é cuidar, proteger as criaturas dEle. Ellen White nos fala mais: 

"Aquele que ama a Deus, não somente amará o seu semelhante, mas considerará com terna compaixão as criaturas que Deus fez. Quando o Espírito de Deus está no homem, leva-o a aliviar o sofrimento antes que a criá-lo.” (Beneficência Social, p. 48) 

A foto de 'Tig' é do Centro de Pesquisas Ellen G. White

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Como os Vikings foram ganhos para Cristo

Os escandinavos foram o último grande grupo de pessoas teutônicas a abandonar o paganismo e abraçar o cristianismo. Os saqueadores vikings do Norte pagão causaram estragos em toda a Europa Setentrional e Ocidental. Ao longo dos séculos 9 e 10, os vikings invadiram, mataram e saquearam. Eles também estabeleceram fortes assentamentos Vikings na Normandia, Inglaterra, Escócia, Irlanda, Islândia, Groenlândia, em todo o Báltico e na Rússia.

Terror do Norte
Alcuin escreveu sobre a incursão do Viking no mosteiro de Lindesfarne em AD 793: "Nunca antes surgiu tal terror na Grã-Bretanha como agora temos sofrido por uma raça pagã. Tampouco foi pensado que uma tamanha invasão do mar pudesse ser feita. Eis que a Igreja de São Cuthbert foi salpicada com o sangue dos sacerdotes de Deus, despojados de todos os seus ornamentos. Um lugar, mais venerável que todos na Grã-Bretanha, caiu como presa dos pagãos."

A Fúria dos Homens do Norte
Sem demora, uma nova oração foi adicionada à liturgia da igreja: "Da fúria dos homens do Norte, Senhor, liberta-nos !?"

Conversão
Na época, provavelmente ninguém poderia prever que os violentos Vikings fossem conquistados pelo Príncipe da Paz e se tornassem alguns dos missionários mais entusiasmados para o avanço do cristianismo.

A Era Viking
A era viking é normalmente datada da invasão de Lindisfarne de AD 793 até a batalha de Hastings em AD 1066.

Impactando a Cultura
Embora os Vikings fossem famosos por suas invasões, muitos se instalaram nas ilhas britânicas e influenciaram profundamente a cultura inglesa. O fato de termos uma semana de sete dias se deve ao relato bíblico de que Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo. No entanto, os dias da semana foram originalmente nomeados pelos romanos conforme os sete principais planetas celestiais: O Sol, a Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus e Saturno. Os anglos saxões substituíram quatro deles pelos nomes das divindades vikings: a Terça-feira é nomeada conforme o deus da guerra viking, Tyr (ou Tiw); Quarta-feira conforme o deus da guerra viking Wodin (Odin); Quinta-feira é nomeada conforme o deus Viking da guerra, Thor; e Sexta-feira conforme a deusa da fertilidade Viking Frigg (Freya).

Palavras Viking
Muitas palavras em inglês têm suas raízes na linguagem escandinava, incluindo: anger (raiva), die (morrer), scant (escasso), ugly (feio), loose (solto), wrong (errado), low (baixo), sky (céu), take (tomar), window (janela), husband (marido), happy (feliz), thrive (prosperar), ill (doente), beer (cerveja) e anchor (âncora). A palavra beserk vem, na verdade, do nome de um soldado Viking.

Ansgar  - O Apóstolo do Norte
Quando os Vikings eram o terror da Europa, Deus colocou uma grande responsabilidade missionária no jovem Ansgar. Com seu próprio dinheiro, Ansgar resgatou vários jovens dinamarqueses que eram escravos. Ele os educou para serem seus parceiros em trazer o Evangelho para seus compatriotas.

Dinamarca
Harold, rei da Dinamarca, tinha sido expulso de seu trono e procurou refúgio na corte de Louis I, rei dos francos. Enquanto estava na corte de Louis, o rei Harold ouviu o Evangelho e se voltou para Cristo, submetendo-se a ser batizado. No regresso do rei à Dinamarca, Ansgar se juntou ansiosamente ao rei para pregar o Evangelho aos dinamarqueses. Em Hedeby Ansgar construiu uma pequena igreja de madeira, mas a perseguição o forçou a fugir do país.

Suécia
Ansgar respondeu a um pedido do rei Bjorn da Suécia. Isso foi no início do século 9, quando os vikings estavam atacando, saqueando e queimando as cidades costeiras da Europa Setentrional e Ocidental. Ansgar escapou por pouco com vida quando Norsemen queimou as igrejas e mosteiros em Hamburgo. Com dois colegas de trabalho, Ansgar cruzou o Mar Báltico para começar a ministrar na Suécia. No caminho, o navio foi saqueado por piratas e eles chegaram desamparados na Suécia. O rei Bjorn recebeu os cristãos na Suécia e a primeira igreja foi construída no país.

Mais Forte que Thor
Em uma assembléia do povo, foi debatido se os missionários deveriam poder continuar a pregar Cristo e, assim, atraírem a ira dos antigos deuses vikings. Em uma parte crítica nas discussões, um velho Viking levantou-se e declarou com grande força que ficou claro que o Deus cristão era mais forte que Thor. Isso decidiu o assunto e os missionários receberam liberdade para continuarem a pregar o Evangelho na Suécia.

Julgamento de Deus
Mais do que quaisquer invasões e crises anteriores enfrentadas pela igreja cristã, os ataques Vikings provocaram desolação em toda a cristandade ocidental. Os vikings devastaram mosteiros e igrejas, agitando as igrejas em seus alicerces. Um declínio e decadência na fé e na moral se estabeleceram antes das invasões vikings e muitos viram a fúria dos Nórdicos como um julgamento de Deus em uma igreja relapsa e, muitas vezes, apóstata.

Resistência em Wessex
Igrejas e monastérios foram destruídos, clérigos e monges foram mortos, os edifícios da igreja ficaram vagos até que, no sul da Inglaterra, os saxões ocidentais fossem reunidos pelo rei Alfred o Grande para resistirem firmemente e, finalmente, derrotar em a grande invasão dinamarquesa.

Conversão dos Vikings
Em 878, depois que o rei Alfred derrotou o exército dinamarquês em Ashdown, exigiu que o rei Guthrum e outros 30 de seus líderes fossem batizados como cristãos. Em 882, outro líder viking na região do Reno inferior abandonou o paganismo e abraçou o cristianismo recebendo o batismo no Nome do Senhor Jesus Cristo. O duque Rollo dos vikings e alguns de seus seguidores receberam o batismo e criaram o ducado da Normandia.

Impressionado por Cristo
A ética do cristianismo era tão radicalmente diferente da cultura tradicional viking que levou séculos para o povo escandinavo ser completamente evangelizado e discipulado. Uma das principais atrações foi a convicção de que Cristo é um poderoso vencedor que triunfou sobre a morte. O poder de Cristo impressionou os guerreiros vikings endurecidos. Na Noruega, o rei ordenou que seu povo se convertesse em Cristo ou se preparasse para morrer. No entanto, na Dinamarca e na Suécia, os Vikings foram convertidos por meio da persuasão e não da força. Os missionários pioneiros Willibrord e Liudger tentaram levar o Evangelho aos Vikings, mas com pouco sucesso visível inicialmente.

Ansgar - Missionário para os Vikings
Coube a Ansgar, nascido de pais saxões no Noroeste da França em 801, ter sucesso onde outros falharam. Ansgar foi descrito como uma criança sensível que levou uma vida devotada. Ele experimentava visões e sonhos e possuía uma combinação de humildade, de esquecimento pessoal e de coragem intrépida e iniciativa energética.

Ganhando a Suécia para Cristo
O rei Harold da Dinamarca foi batizado em 826 em Mainz. Entre alguns dos primeiros pagãos na Suécia a solicitar o batismo estavam o líder de Birka, uma ilha no lago Malar, não muito longe da atual capital de Estocolmo. Apesar dos sérios reveses, da violência e da destruição das igrejas, Ansgar não desistiu, perseverou e logo os missionários dinamarqueses foram enviados para estabelecer igrejas na Suécia. O trabalho fiel de Ansgar foi continuado por seu discípulo, Rimbert, que ministrou entre os dinamarqueses e os suecos. Rimbert foi sucedido por Adalgar.

Oposição e Perseguição
No início do século 10, o rei Gorm da Dinamarca, um inimigo decidido do cristianismo, tentou banir o cristianismo do seu reino. Muitos ministros e missionários foram martirizados, numerosas igrejas transformadas em cinzas.

Os Saxões Defendem a Causa Cristã
À medida que os saxões cresciam em força, eles se tornaram defensores da causa cristã. Quando Henry tornou-se Rei dos Alemães em 919, ele patrocinou numerosos encontros missionários aos dinamarqueses. Após sua vitória sobre os dinamarqueses em 934, o rei Henry obrigou seus governantes a aceitar o cristianismo. Unni foi encorajado pelo rei a renovar o trabalho de Ansgar. O sucessor de Gorm, o rei Harold, considerou com benevolência as tentativas da Unni de remontar os restos dispersos das comunidades cristãs nas ilhas dinamarquesas e de trazer ministros para reconstruir essas congregações.

Reforma e  Renascimento
O filho do Rei Henrique, Otto o Grande, tornou-se rei em 936 e em 962 foi coroado imperador do Sacro Império Romano. Sob o favor real, as igrejas experimentaram uma onda de reformas com um tremendo avivamento de devoção e entusiasmo. O rei Harold da Dinamarca estendeu seu reino para se tornar o senhor da Noruega. Tendo ele mesmo sido batizado, encoraja a propagação do cristianismo em todo o seu reino.

Crescimento Apesar da Oposição
O filho de Harold, Sweyn, tentou provocar uma rebelião pagã contra o pai que morreu na luta (986). Sweyn perseguiu severamente os cristãos e invadiu repetidamente a Inglaterra, onde morreu em 1014. Na Suécia, surgiu Eric, um rei pagão hostil ao cristianismo. No entanto, a igreja continuou a crescer. O missionário Poppo ganhou muitos milhares para a fé cristã na Dinamarca. Odinkar foi um missionário da Dinamarca que fortaleceu o trabalho evangélico na Suécia.

O Rei Canute Patrocina Missões na Inglaterra e na Dinamarca
Sob o Rei Canute, a igreja estava firmemente estabelecida na Dinamarca. Canute tornou-se mais tarde rei de toda a Inglaterra. Sob o seu apoio, missionários da Alemanha estabeleceram mais igrejas na Dinamarca. Ele ordenou que seus súditos aprendessem a oração do Senhor e fossem fiéis em comunhão com o Senhor. A igreja na Dinamarca cresceu e se intensificou com fortes laços com as igrejas saxãs na Alemanha e na Inglaterra.

Missões para a Noruega
A conversão dos vikings na Noruega foi muito mais turbulenta do que na Dinamarca. Ao longo do século 10, os missionários saxões da Inglaterra trabalhavam em toda a Dinamarca, estabelecendo muitas estações missionárias e congregações. Desde o tempo do rei Alfred o Grande, as igrejas revividas na Inglaterra evidenciaram uma vitalidade dinâmica nas missões aos vikings.

O Reino da Noruega
O reino norueguês foi criação de Harald Haarfager (cabelo castanho) que morreu em 933. Através de muitos combates, ele se estabeleceu como o governante supremo de toda a Noruega. Seus filhos Eric Bloodaxe e Haakon the Good lutaram pela sucessão. Haakon tinha sido enviado para a Inglaterra para estudar e havia sido convertido, batizado e discipulado como cristão. Em 935, o jovem, alto, bonito e atlético Haakon estabeleceu sua supremacia através do combate e foi aceito como rei de toda a Noruega.

Missão real para ganhar os vikings
Haakon tentou então conquistar seu povo para a fé cristã. A maioria de sua corte imediata foi prontamente batizada. Mais tarde, ele solicitou missionários à Inglaterra e começou a construir igrejas na Noruega. No ano de 950, depois de ter reinado 15 anos, Haakon propôs à assembléia dos latifundiários que eles adotassem o cristianismo. A maioria dos latifundiários respondeu com grande hostilidade e recusou veementemente abandonar os antigos caminhos pagãos. Eles começaram a exercer uma grande pressão sobre o rei para que ele se comprometesse a participar de seus sacrifícios pagãos. Enfrentando a rebelião aberta, o rei Haakon, com relutância, comeu um pouco de carne em sua festa cerimonial organizada por seus latifundiários. Mais tarde, depois de ter sido ferido em batalha, em seu leito de morte (em 961) Haakon declarou seu grande remorso sobre esse compromisso, e seu desejo de fazer penitência por seus pecados.

Uma estrada rochosa e inverte
Seu sobrinho, Harold Graafell, conseguiu o trono da Noruega. Embora não sendo um cristão tão entusiasmado quanto Haakon, Harold Graafell derrubava templos pagãos onde quer que ele fosse. No entanto, as situações de desordem e más estações levaram muitas pessoas a ressentir-se da fé que ele havia defendido violentamente. Em 970, Harold Graafell foi atraído para a Dinamarca e morto. O rei Harold Bluetooth da Dinamarca tornou-se o senhor da Noruega e encorajou a propagação do cristianismo lá.

Olaf Trygvesson
Olaf Trygvesson era o filho do rei da Noruega. Seu bisavô, Harald Haarfager (Fair-hair), inicialmente estabeleceu o Reino da Noruega. Quando o pai de Olaf foi assassinado em 968, Olaf fugiu do país com sua mãe. Os vikings capturaram seu navio e venderam o menino à escravidão. Olaf acabou na corte do Tsar Vladimir I da Rússia, onde ele se tornou favorito da Rainha. Quando Olaf tinha apenas doze anos, o czar colocou uma dúzia de navios sob seu comando e enviou-o para a batalha.

Um Viking sem Igual
Quando tinha vinte e um anos, Olaf Trygvesson era conhecido como o melhor Viking: alto, forte, bonito e inigualável em habilidades marciais. Ele liderou um enorme exército de Vikings suecos, em uma frota de quase noventa navios para saquear a Holanda. Depois de devastar os holandeses, ele foi lutar contra os franceses e deixava uma enorme quantidade de morte e destruição onde quer que ele fosse.

Extorsão na Inglaterra
Seu próximo alvo foi a Inglaterra, onde, após a batalha de Maldon, perto da foz do Tamisa, forçou o rei anglo-saxão, Ethelred the Unready, a pagar um tributo de 10.000 libras de prata. Depois disso, ele foi para o Norte, saqueando Northumberland e Escócia. Ele atacou as Hébridas e a Ilha de Man. Ele realizou incursões da Irlanda, País de Gales, Cornwell e França novamente. Com uma frota de mais de noventa e quatro navios, ele atacou novamente a Inglaterra, matando e saqueando selvagemente até que o rei Ethelred lhe ofereceu mais 22 mil libras.

Procurando Feitiçaria
Ao longo da costa de Cornwell, Olaf ouviu falar de um adivinho local que era famoso por ter um dom de profecia. Olaf remou para o remoto retiro rochoso e perguntou ao profeta se ele poderia prever qualquer coisa sobre seu futuro.

Uma Palavra de Profecia
"Você se tornará um rei de renome e realizará feitos famosos. E que não duvide da verdade dessa resposta, ouça isso". O velho previu que Olaf logo sofreria um motim de seus homens, no qual ele seria ferido e levado para o navio em seu escudo oblongo. Depois de sete dias ele se recuperaria e ele seria batizado como cristão. "Você trará muitos homens á fé e ao batismo, tanto para o seu bem como para o bem dos outros."

Motim
Quando o motim, o ferimento e a recuperação aconteceram, exatamente como o eremita havia previsto, Olaf procurou o velho novamente para saber como ele poderia possuir esse conhecimento. O homem humildemente confessou: "O Deus dos cristãos me abençoou".

Conversão
Quando o rei Ethelred ouviu falar da conversão e do batismo de seu algoz, o rei Olaf, enviou seu bispo e funcionários para apresentá-lo com presentes reais e para oferecer comunhão cristã.

Enfrentando Apostasia
Em 995, notícias da Noruega chegaram a Olaf de que o líder Earl Haakon, o próprio homem que havia assassinado o pai de Olaf, causou um tumulto na terra, exigindo as filhas dos líderes respeitados da comunidade. Embora Earl Haakon tenha aceitado o cristianismo originalmente, sob ameaça do imperador alemão Otto, ele já havia retornado ao paganismo, restaurando muitos templos pagãos e perseguindo os cristãos. Earl Haakon, o apóstata, chegou até a oferecer seus melhores cavalos e seu filho mais novo, com dezessete anos de idade, como sacrifícios a uma deusa pagã.

Pelo amor da justiça
Foi neste momento oportuno que Olaf, o bisneto do rei Harald Haarfager, decidiu deixar a Inglaterra e vingar a morte de seu pai, o exílio de sua mãe, a escravidão de sua juventude e acabar com o desgoverno pagão de Earl Haakon.

Noruega para Cristo
Com apenas cinco navios, Olaf desembarcou na Noruega e a reivindicou para Cristo. Logo soube que Earl Haakon havia irritado dois latifundiários tentando se apoderar de suas esposas. A crescente resistência foi fortemente reforçada quando souberam que Olaf Trygvesson estava a caminho de reivindicar o trono e lidar com Haakon. Olaf era conhecido como o guerreiro viking sem paralelo. Sua altura, força, estatura atlética, habilidades superiores em todas as artes de guerreiro, sua ousadia e crueldade eram conhecidas em toda a terra. Earl Haakon, o apóstata, fugiu e se escondeu em um poço debaixo de um cofre, onde ele foi morto por seu escravo.
Em uma assembléia nacional, Olaf foi proclamado Rei de toda a Noruega. Ele então viajou pela terra consolidando seu governo e tentando cristianizar o povo.

Arrependa-se ou pereça
Muitos de seus parentes se tornaram seus primeiros convertidos e ele os nomeou como "Capitães de Cristo". "Eu farei de vocês homens ótimos e poderosos por fazerem esse trabalho. Toda a Noruega deve ser cristã ou morrer."

Maior que Thor e Odin
Os assentamentos dispersos nas margens ocidental e leste do fiordos de Oslo aceitam o batismo, mas as pessoas na parte norte de Vic resistiram ao Evangelho. O rei Olaf desafiou os seguidores de Thor e Odin a combater e, no final do ano, ele convenceu todos de que Cristo era maior do que Thor e Odin.

Conversão por Disputa e Combate
Quando o rei Olaf se mudou para os fiordes ocidentais e do norte da Noruega, ele desafiou os pagãos para as disputas de natação, competições de tiro com arco e para o combate mortal. A mensagem de Olaf estava certa: Arrependa-se ou morra! Aqueles que escolheram lutar foram rapidamente derrotados pela força e habilidade superior de Olaf.

Guerra contra o paganismo
O rei Olaf declarou que os deuses pagãos eram demônios. Os poderes por trás dos ídolos eram espíritos malignos. Todos os feiticeiros e aqueles que promoveram a idolatria e o paganismo deveriam ser banidos.
Aqueles magos e sacerdotes que resistiram foram mortos e alguns outros incorrigíveis foram abandonados em uma rocha distante da costa na maré baixa.

Sacrifício pagão
Em Trondheim, que tinha sido a fortaleza do régua do rei pagão Haakon, Olaf queimou os templos pagãos e destruiu os ídolos. Os chefes locais levantaram-se em rebelião contra ele. Olaf reuniu um grande exército e, com trinta navios ancorados no rio Nid, convidou os chefes locais para um banquete onde indicou que estaria disposto a realizar um sacrifício pagão. Quando os chefes estavam reunidos, Olaf declarou: "Se eu quiser voltar a fazer sacrifícios pagãos, eu farei o maior sacrifício de todos. Não vou sacrificar escravos, mas homens. Eu sacrificarei apenas o maior dos homens". Olaf nomeou os líderes mais proeminentes da oposição.

Batismo ou Batalha
À medida que os pagãos horrorizados uivavam em protesto, Olaf lhes deu um desafio direto: "Batismo ou Batalha". Ele manteve onze líderes reféns até que todos fossem batizados. Próximo a Trondheim, o chefe local IronBeard exigiu que o rei oferecesse sacrifícios, como outros reis antes dele tinham feito. Olaf disse que faria um sacrifício, entrou no templo e quebrou o ídolo de Thor em pedaços com seu machado. Ele então matou Ironbeard e persuadiu o resto da aldeia a abandonar seus caminhos pagãos e a ser batizados como cristãos.

Derrotando toda resistência
Mais ao norte Olaf enfrentou a forte oposição do chefe Raud, o Forte. Raud mobilizou seu exército e uma batalha feroz do mar foi travada. As forças de Olaf dominaram os rebeldes de Raud. Ele escapou para se refugiar em uma ilha escondida em Saltenfjord. O canal estreito para o fiorde foi turbulento e, durante uma semana, nenhum navio poderia entrar. Quando Raud tentou mobilizar sua feitiçaria contra o rei, Olaf convocou seu bispo a ler os Evangelhos e orar. Por algum milagre, seus navios conseguiram atravessar a traiçoeira e turbulenta entrada rochosa do fiorde. Logo Raud foi interrogado e levado perante o rei que ordenou que ele se submetesse a Cristo. "Não vou tirar sua propriedade de você, mas sim serei seu amigo, se você se dignar a isso". Quando Raud rejeitou esta oferta, com blasfêmias vis, Olaf fez com que seus homens forçassem uma víbora em sua garganta.

Cruzada concluída
Esta foi a última resistência à cruzada de Olaf para erradicar o paganismo na Noruega. Então ele se concentrou em ganhar a Islândia e a Groenlândia para Cristo. Mas antes que ele pudesse fazê-lo, no ano 1000, o rei Olaf foi morto na espetacular batalha marítima de Svold. A rainha pagã Sigrid - a Altiva, ficou furiosa pois Olaf desprezou seus avanços. Ela mobilizou dois reis pagãos para atrapalhar Olaf da costa da Dinamarca. Olaf morreu tão corajosamente quanto ele vivia, alegando que ele teve sucesso em sua missão de convencer os vikings da Noruega a abandonarem o paganismo, destruírem seus ídolos e se comprometerem a seguir a fé cristã.

Olaf Haraldsson
Outro prominente rei norueguês que consolidou a fé cristã na Noruega foi Olaf Haraldsson. Em 1007, quando tinha apenas doze anos, Olaf Haraldsson foi enviado como um rei do mar para atacar a Suécia. Mais tarde, na Dinamarca, Olaf uniu forças com o Thorkel - o Alto. Juntos lançaram incursões na Jutlândia, Freisia, Holanda e Inglaterra. Eles atormentaram o rei Ethelred - o Despreparado, que já havia sofrido muito nas mãos do Olaf anterior (Trygvesson). Em 1009, Olaf e Thorkel atacaram Londres e o leste de Anglia. Eles martirizaram o arcebispo de Canterbury e saquearam a Catedral. Posteriormente, Olaf invadiu a Bretanha, a França e a Espanha.

Transformado
Então Olaf teve uma experiência espiritual traumática e viu uma visão terrível de Cristo. Olaf abandonou seus caminhos pagãos e comprometeu-se a ser cristão. Em 1015 ele chegou na Noruega e se proclamou rei. Ele proclamou imediatamente a Fé Cristã em toda a Noruega e construiu numerosas igrejas. Olaf tornou-se conhecido como um grande legislador. Com o bispo Grimkell, ele estabeleceu a Lei Moster. Enquanto a maior parte da Noruega aceitou isso, Trondelag continuou com suas práticas pagãs e incorrendo na ira do rei Olaf, que foi até a área corrigindo ou executando os infratores.

Ídolos esmagadores
Em Gulbrandsdal, os pagãos locais o confrontaram com seu enorme ídolo de madeira de Thor. Olaf os distraiu chamando a atenção para o brilhante nascer do sol atrás deles como um arauto de seu Deus. Quando seus inimigos se viraram para o nascer do sol, um dos guerreiros de Olaf esmagou o ídolo de Thor e revelou que sua madeira estava podre. À medida que o ouro se espalhava, grandes ratos, que evidentemente haviam vivido distantes das oferendas de comida, se espalharam. O rei Olaf apontou que o ouro que eles haviam desperdiçado em ofertas para o ídolo podre de Thor ficaria muito melhor como jóias em suas esposas e filhas.

Vencendo Inimigos para Cristo
Essa demonstração da superioridade de Cristo sobre Thor convenceu os habitantes locais a serem batizados. Como um relatório contemporâneo observou: "Os que se encontraram como inimigos, se separaram como amigos".

Finalização da pirataria e da pilhagem
Durante doze anos, o rei Olaf governou a Noruega e viu que a Islândia e as ilhas Faroé foram discipuladas no cristianismo. De forma impopular, ele proibiu as incursões dos Vikings, que era considerada uma forma de vida essencial.

Um guerreiro até o fim
Foi nesse ponto que a Dinamarca tentou recuperar o controle sobre sua colônia anterior e Olaf foi forçado a fugir. Em 1030, Olaf tentou libertar seu país dos dinamarqueses. Na batalha de Stiklestad, muito inferior numericamente (um terço do inimigo), Olaf inspirou seus homens com um grito de batalha: "Fram, Fram. Kristsmenn, Kraossmenn, Konungsmenn ! (Adiante. Adiante. Homens de Cristo, Homens cruzados, Homens do rei)". Olaf e seus homens lutaram com coragem e bravura, mas foram dominados por números superiores.

Sucesso e Santidade
À medida que os impostos e a opressão dinamarqueses intensificavam, os vikings se arrependeram de sua traição ao rei Olaf. Dentro de um ano, Olaf foi popularmente proclamado um Santo e seus restos mortais consagrados em São Clemente. O que ele não conseguiu fazer na vida, ele conseguiu na morte, unir e inspirar seu povo a ganhar a liberdade de seu país perante a Dinamarca e se unir como um reino cristão independente. A catedral de York foi dedicada a Olaf. Ele foi considerado por muitos líderes medievais como um exemplo de governante ideal. Uma igreja em Constantinopla foi dedicada à memória do rei Olaf e a espada que ele embainhou na batalha de Stiklestad foi pendurada sobre o altar-mor. Olaf é o último santo ocidental a ser aceito pela Igreja Ortodoxa Oriental.

Os Vikings se renderam a Cristo
E, por meio de uma combinação de trabalho missionário pioneiro, o favor real e o combate, os ferozes vikings foram convencidos de abandonar o paganismo, destruíram seus ídolos, abandonaram sua agressividade, cessaram seus ataques violentos, submeteram-se ao batismo e se comprometeram a seguir a fé cristã.

Cristo Triunfante
Os vikings chegaram a estar convencidos de que o Deus cristão é mais poderoso do que todos os outros deuses. Eles viram como Ele respondeu as orações dos cristãos. Eles testemunharam milagres. Eles viram como os reis e missionários cristãos conseguiam destruir ídolos e desafiar os deuses e os tabus pagãos - sem sofrer quaisquer efeitos negativos. Eles viram que seus deuses pagãos eram impotentes diante do poderoso Jesus Cristo. Cristo foi honrado e adorado como o poderoso Guerreiro que havia triunfado sobre todos os poderes da morte, inferno e túmulo. Ele é o Cristo elevado e ressurreto, o Rei dos reis e o Senhor dos senhores, com todas as outras autoridades sujeitas a Ele.

"E todos os reis se prostrarão perante ele; todas as nações o servirão" (Salmo 72:11).

Escandinávia para o Cristo
A proeminência da Cruz em toda bandeira escandinava serve como um testemunho dramático da conversão dos Vikings.
Para mais leituras: 
  • A History of the Expansion of Christianity, por Kenneth Scott Latourette, 1938, Harper and Row. 
  • The Hammer and the Cross, por Michael Scott Rohan and Allan J. Scott, 1980, Alder. 
  • The Christianisation of Scandinavia, editado por Birgit e Peter Sawyer e Ian Wood, 1987, Viktoria Bokforlag. 
  • The Last Apocalypse, por James Reston, 1998, Doubleday. 
  • The Barbarian Conversion, por Henry Holt, 1997. 
  • Medieval Scandinavia, por Brigit and Peter Sawyer, 1993, Universidade de Minnesota.
[Via Barrabás Livre - Traduzido livremente de Reformation SA]

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Evangelismo e o discurso de ódio: uma convivência impossível

Evangelizar é partilhar as boas-novas de que “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16 - ARA). Essas boas-novas estão baseadas na mais fundamental revelação, o clímax da Bíblia: “Deus é amor” (1 João 4:8). Deus mostra benevolência para com toda a família humana. Ele foi encarnado em Jesus Cristo para nos livrar do mal. O evangelho é essas boas-novas: o gracioso oferecimento do perdão de Deus, da libertação do domínio do mal, da aceitação em Sua família e da participação na Sua natureza divina.

“Seu divino poder nos deu tudo de que necessitamos para a vida e para a piedade, por meio do pleno conhecimento dAquele que nos chamou para a Sua própria glória e virtude. Dessa maneira, Ele nos deu as suas grandiosas e preciosas promessas, para que por elas vocês se tornassem participantes da natureza divina e fugissem da corrupção que há no mundo, causada pela cobiça” (2 Pedro 1:3, 4).

O evangelho é, portanto, as boas-novas do advento do reino de Deus, o parentesco e domínio real já manifesto em todos aqueles que acreditam e entregaram sua vida à Sua completa soberania.

Entre os componentes multifacetados e incontestáveis do evangelho estão as boas-novas fundamentais do sacrifício todo-suficiente de Cristo e o Seu ministério sumo sacerdotal para a finalização da reconciliação de Deus e a comunhão eterna em amor com aqueles que aceitam a salvação por Ele oferecida.

O evangelho é também as boas-novas que habitam nos fiéis por meio do Espírito Santo que os ensinará e consolará para sempre (João 14:16. 17, 26).

O evangelho deve ser partilhado da maneira como Deus revelou, do mesmo modo que Ele partilha Suas bênçãos conosco: em amor, em liberdade e sem coerção, como um dom gratuito e como fruto do Espírito Santo. Essas boas-novas devem ser comunicadas conforme Deus deseja, não com as armas do mal, como humilhar os outros, denegrir sua dignidade ou violar sua liberdade. Para partilhar o evangelho não se deve usar o discurso do ódio.

O mundo, em sua maior parte, chegou a um consenso a respeito do mal que resulta do discurso do ódio.[1] A comunidade internacional concluiu, por meio de tratados, convênios, convenções e declarações, que as formas de se relacionar com os outros, que depreciam a sua dignidade, são inaceitáveis. Em nossos dias e em nossa época, acusar os outros de serem apóstatas – hereges – porque eles creem de maneira diferente, é considerado uma forma de maldade.

Esse tipo de atitudes são reminiscências do tempo das acusações generalizadas, das perseguições, inquisições, cruzadas, conquistas e guerras religiosas da era medieval.

Em nosso mundo contemporâneo, a prática de depreciar a religião ou as crenças de outros tem servido de pretexto para que alguns países adotem as chamadas leis antiblasfêmia, que solapam a liberdade religiosa e torna difícil até mesmo a prática pública da própria fé. A liberdade religiosa é garantida pelas leis internacionais, conforme citado na DUDH (Declaração Universal dos Direitos Humanos). No entanto, as leis antiblasfêmia têm sido e estão atualmente sendo usadas para perseguir as religiões minoritárias. A crítica feita por pessoas de outras crenças gera um ambiente tóxico em que o testemunho cortês e inteligente sobre a própria crença é substituído por atitudes antagonistas e hostis para com os seres humanos criados à imagem de Deus.

O evangelismo é incompatível com o ódio em qualquer de suas formas – com exceção do ódio para com o mal, que deveria sempre ser denunciado. O ódio nunca deveria ser dirigido aos seres humanos. Jonas teve que aprender essa lição. Deus tratou rigorosamente os maus pensamentos que esse profeta abrigava. No livro de Jonas, a mesma palavra (“mal”) é usada para descrever os atos dos habitantes da cidade de Nínive e o ódio que Jonas tinha contra aquelas pessoas.

O discurso de ódio faz parte do modus operandi dos terroristas, mas isso, com certeza, não deveria ser verdade em relação aos cristãos genuínos. Os ateus, os agnósticos – na verdade, qualquer um que acredita de forma diferente – deveriam se relacionar de forma respeitosa, reconhecendo a dignidade da diferença e reprimindo qualquer forma de abuso verbal ou violência física.

O evangelismo não pode ser usado para denegrir os outros, violar sua dignidade e ofender sua consciência ou escolha para acreditar ou não. O evangelho pregado por Jesus nunca teve o propósito de ser um discurso de ódio ou de incitação a qualquer forma de violência; ao contrário, é um convite para a vida.

As boas-novas eternas pronunciadas naquelas que são chamadas de “As Três Mensagens Angélicas”, citadas em Apocalipse 14, iniciam com um convite para a vida; é isso o que significa “Temei a Deus” (verso 7 – ARA).

Repetidamente nas Escrituras, a expressão idiomática “temei ao Senhor” está associada à amizade com Deus, ao ódio e à rejeição do mal e à decisão de escolher e abraçar a vida, não a morte. Alguns exemplos serão suficientes:

“O Senhor confia os Seus segredos aos que O temem, e os leva a conhecer a Sua aliança” (Sl. 25:14).

“Não seja sábio aos seus próprios olhos; tema o Senhor e evite o mal. Isso lhe dará saúde ao corpo e vigor aos ossos” (Provérbios 3:7, 8).

“Temer o Senhor é odiar o mal” (Provérbios 8:13).

“O temor do Senhor prolonga a vida” (Provérbios 10:27)

“O temor do Senhor é fonte de vida, e afasta das armadilhas da morte” (Provérbios 14:27).

“O temor do Senhor conduz à vida” (Provérbios 19:23).

As boas-novas também estão relacionadas ao juízo. É necessário um tempo de juízo para a restauração da justiça. Em Apocalipse 6, os mártires clamam a Deus pelo juízo. Apocalipse 14 anuncia as boas-novas do juízo em favor dos santos, e não para os santos derrotarem ou humilharem seus inimigos.

Nas Escrituras, os santos bendisseram até mesmo os seus inimigos. Jesus orou por aqueles que O estavam crucificando, que O rejeitaram ou O abandonaram. Estêvão orou por aqueles que o estavam apedrejando. Daniel orou e salvou a vida de seus inimigos na Babilônia, até mesmo dos magos pagãos. O povo de Deus hoje também está envolvido na obra de salvar vidas proclamando a mensagem de saúde e temperança, construindo hospitais, clínicas e centros de vida saudável, todos dedicados a salvar e melhorar a qualidade de vida de nossos semelhantes, sem discriminação contra qualquer um.

Aqueles que estão convencidos de que têm a missão de partilhar o evangelho devem fazê-lo sem denegrir, discriminar ou criminalizar outros com base em suas crenças, por serem diferentes.

O mercado das ideias hoje é caracterizado pela liberdade, mas também pela demanda por responsabilidade: a necessidade de respeitar os outros. Essa disposição é o verdadeiro antídoto contra o racismo, nacionalismo, tribalismo, etno-centrismo ou qualquer outra forma de supremacia.

EVANGELISMO: NÃO HÁ LUGAR PARA O ÓDIO
O discurso de ódio deve ser entendido por aquilo que ele é: o mal. Evangelistas e pregadores colocam em descrédito a sua mensagem quando empregam a violência, o discurso de ódio, insultos e maldades semelhantes. Essas práticas, e muitas fazem parte da era medieval, envolvem coerção, medo, intimidação e ameaças como meio de subjugar as massas incultas e não têm parte alguma na proclamação do evangelho de Cristo. Os secularistas apontam para essas práticas maldosas com o objetivo de colocar a religião em descrédito. Eles não deveriam receber munição para restringir o poder do evangelho.

Nosso mundo necessita das verdadeiras boas-novas. É possível apresentar todos os fatos do evangelho dado por Deus, de todo o plano da salvação, claramente pronunciado e não diluído, sem recorrer aos atos das trevas. A beleza e a profundidade do evangelho merecem ser partilhadas sem adulteração e sem mistura de amargura, ódio ou desprezo de outros. Vamos dar às boas-novas uma chance. O Espírito Santo transforma vidas quando o povo ouve a genuína palavra vinda de um Deus de amor. O evangelho, ou boas-novas, tem a ver com a derrota do mal e das formas pecaminosas de lidar com os seres humanos criados à imagem de Deus, que devem se tornar templos do Espírito Santo.

A Bíblia retrata o mal e as forças do mal por meio do uso de metáforas, como Babilônia. Por exemplo, quando o livro de Apocalipse proclama: “Caiu, caiu a grande Babilônia” (Apocalipse 14:8), o significado é claro: Babilônia representa os falsos sistemas religiosos opostos à verdade e à justiça oferecidas por Deus. Na perseguição dessa Causa, Babilônia não hesita em subjugar, oprimir, coagir ou enganar o povo de Deus. A mensagem de Apocalipse 14:8, porém, sobre a queda de Babilônia, é uma garantia para o Seu povo de que ela está sob os juízos de Deus, e a sua queda é certa. Essa queda é parte fundamental das boas-novas. Ela prepara o povo de Deus para ir ao Lar.

Proclamar as boas-novas do evangelho é prerrogativa e privilégio do evangelismo. Para isso, existem meios de reafirmar sua própria identidade sem comprometimento e fazer reivindicações de sua própria identidade, mensagem e missão singulares sem prejudicar outras pessoas. É possível prestar contas da própria fé de maneira amorosa e respeitosa.

O apóstolo Paulo disse isso muito bem: “Sejam sábios no procedimento para com os de fora; aproveitem ao máximo todas as oportunidades. O seu falar seja sempre agradável e temperado com sal, para que saibam como responder a cada um” (Colossenses 4:5, 6).

EVANGELISMO: NÃO HÁ LUGAR PARA O NEGATIVISMO
O evangelismo é o ato de partilhar as boas-novas do evangelho, é um ato de amor e de interesse. O evangelismo é um amoroso convite para vir voluntariamente, sem qualquer coerção, e provar a doçura, bondade, perdão e alegria que são tão fundamentais no evangelho de Jesus. No evangelismo não há espaço para acusar outras religiões ou mesmo outras denominações cristãs de serem provedoras de falsidades. O evangelho não permite qualquer negativismo ou incitação ao ódio, discriminação ou criminalização de outros.

É vital para os cristãos, especialmente em nossa época, promover o evangelho não como tristeza e maldição, mas como as boas-novas que têm a capacidade de tornar a vida alegre e significativa – especialmente numa época em que nosso planeta enfrenta toda espécie de desafios espirituais, morais e físicos, incluindo as mudanças climáticas, tsunamis, terremotos, deslizamentos de terra, enchentes, guerras e limpeza étnica que a cada dia fazem parte dos noticiários e que interrompem e impactam milhões de vidas.

O evangelismo é uma proclamação – não somente de que Jesus nos salva do pecado, mas também que Ele está vindo para colocar um fim ao reinado do mal. Melhor ainda, o evangelismo anuncia que Cristo está vindo para abençoar aqueles que por Ele esperam. O evangelismo é as boas-novas de poder participar da antecipação dessa bênção futura, naquele dia em que Jesus dirá: “Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo” (Mateus 25:34). Quando nós nos envolvemos no evangelismo, convidamos as pessoas para o banquete das bênçãos. Os cristãos são certamente chamados a agir como os profetas na sociedade, mantendo e promovendo a justiça. No entanto, eles não podem fazer isso enquanto lançam mão de más práticas ao lidar com os semelhantes. Isso seria injustiça e pecado.

Civilidade, cortesia e todos os frutos do Espírito Santo são um dever na sociedade civil. Eles são parte intrínseca do testemunho cristão. Difamar os semelhantes ou desonrá-los de qualquer forma é contra o que está explicitado no mandamento bíblico para tratar a todos “com o devido respeito” (1 Pedro 2:17).

O cristão é chamado a seguir as ordens do Espírito Santo, expressas por meio de Pedro: “Quanto ao mais, tenham todos o mesmo modo de pensar, sejam compassivos, amem-se fraternalmente, sejam misericordiosos e humildes. Não retribuam mal com mal, nem insulto com insulto; ao contrário, bendigam; pois para isso vocês foram chamados, para receberem bênção por herança.

Pois, quem quiser amar a vida e ver dias felizes, guarde a sua língua do mal e os seus lábios da falsidade. Afaste-se do mal e faça o bem; busque a paz com perseverança.

Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos e os seus ouvidos estão atentos à sua oração, mas o rosto do Senhor volta-se contra os que praticam o mal” (1 Pedro 3:8-12).

O verdadeiro conceito bíblico de evangelismo diz claramente que a esperança do cristão descansa inteiramente em Jesus e Sua vinda para estabelecer o Seu reino de paz, liberdade e justiça. Aos fiéis é prometida cada bênção espiritual em Cristo. Eles são predestinados no amor, escolhidos, adotados, abençoados no Amado, redimidos, perdoados, recebedores da herança, selados com o prometido Espírito Santo (cf. Efésios 1:1-14).

O evangelismo é um convite a essa qualidade de vida, com base na fé, na esperança e no amor. Desses, o maior é o amor (1 Coríntios 13:13). Amar o nosso próximo como a nós mesmos é o que Deus, que é amor, espera de todos aqueles que se unem a Ele em Seu amor. Isso, na realidade, é o verdadeiro evangelismo.

Ganoune Diop - PhD pela Universidade Andrews, Michigan, EUA, é o Diretor de Assuntos Públicos e Liberdade Religiosa na sede mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em Silver Spring, Maryland, EUA, e secretário geral da Associação internacional de Liberdade Religiosa (IRLA). Ele também atua como secretário da Associação de Secretários das Comunidades Cristãs Mundiais. (via Diálogo Universitário)

NOTAS E REFERÊNCIAS
1. “O PIDCP [Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos] impõe aos Estados Participantes a obrigação de proibir o discur- so de ódio [...] O Artigo 20 (2) estabelece o seguinte: ‘Qualquer defesa de ódio nacional, racial ou religioso que constitua incita- mento à discriminação, hostilidade ou violência deverá ser proi- bida por lei.’ Todos os três Tratados sobre os Direitos Humanos – a Convenção Europeia de Direitos Humanos (ECHR), a Convenção Americana de Direitos Humanos (ACHR) e a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos (ACHPR) [esses pela sigla em inglês] – garantem o direito à liberdade de expressão [...]; a ACHR prevê especificamente a proibição do discurso de ódio no Artigo 13 (5), conforme segue: ‘Qualquer propaganda de guerra e qualquer defesa de ódio nacional, racial ou religioso que con- stituam incitamentos à violência ilegal ou a qualquer outra ação ilegal semelhante contra qualquer pessoa ou grupo de pessoas, por qualquer motivo, incluindo raça, cor, religião, idioma ou origem nacional devem ser consideradas infrações puníveis por lei.’” Citado por Toby Mendel, diretor executivo do Centro de Direito e Democracia, “Hate Speech Rules Under International Law” (2010 (3): http: //www.law-democracy.org / wp-content / uploads / 2010/07 / 10.02.hate-speech.Macedonia-book.pdf. A Convenção Europeia dos Direitos Humanos e a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos têm disposições semelhantes às encontradas no PIDCP.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Lindas capas e nenhum conteúdo

É impressionante o quanto ainda somos vulneráveis às aparências. Olhamos o frasco e pouco nos importamos com aquilo que ele contém.

O mundo é pautado naquilo que ostenta; belos sorrisos, corpos esculpidos, cabelos sedosos, peles impecáveis, rugas subtraídas em caríssimos procedimentos dermatológicos. Vemos o que nos é mostrado e perseguimos uma beleza externa como se ela fosse a garantia de uma vida mais feliz.

Quanto engano!

Muitas vezes, seduzidos por belíssimos invólucros, somos atraídos para gente que exala veneno internamente. Gente vazia que se vale de uma casca perfeita para enganar e atrair.

E como somos tolos o suficiente para nos deixar enganar, vamos nos afastando daquilo que deveria ser uma prioridade: o que nos vai por dentro.

Meninos e meninas seguem arrastados por ideais de beleza voláteis e instáveis. Muitos chegam a passar fome voluntariamente, em busca de um corpo de sílfide, em busca de caber nas expectativas de uma sociedade que dita regras tão estreitas que fazem inveja aos mais rígidos espartilhos do século XVII.

Historicamente somos vazios. Vivemos nos sentindo inadequados, porque o modelo de adequação é também vulnerável. Ficamos uma vida inteira perseguindo um arco-íris projetado no céu, sem nunca conseguir alcançá-lo.

Então… quando nos deparamos com a suposta atenção daquele que representa um modelo de adequação, um exemplo de cabimento aos mais exigentes padrões, somos entorpecidos pela sensação de termos sido recompensados com o prêmio máximo.

A exuberância do outro nos é emprestada. E, magicamente, passamos a caber na lógica do “lindamente correto”. É como ter uma permissão de transitar num mundo que persegue a perfeição do invólucro.

Inebriados esquecemos de ler as letras miudinhas do rótulo. Esquecemos de lembrar que por dentro de uma bela casca pode haver uma polpa passada e indigesta. Esquecemos que belos frascos podem conter venenos letais.

Quem sabe já não esteja passando da hora de dedicarmos um tiquinho de atenção ao que nos vai por dentro. Quem sabe não seja tempo de pararmos de correr atrás de imagens holográficas de uma beleza forjada. Quem sabe não esteja na hora de pararmos de folear o outro e de passarmos a lê-los a partir de um olhar menos fútil.

Há gente que parece certos livros: lindas capas e nenhum conteúdo. Mas também há aqueles cuja aparência simples e supostamente inadequada esconde verdadeiros tesouros. Garimpemos gente de verdade, porque de joias falsas o mundo está farto.

Ana Macarini (via Conti Outra)

Nota: Vejamos agora alguns importantes conselhos de Ellen G. White:

"Muitos se enganam ao pensar que beleza e roupas chamativas farão com que obtenham a consideração do mundo. Ao contrário, os atrativos que consistem apenas nos adornos exteriores são superficiais e mutáveis; não se pode confiar neles. O adorno que Cristo aprecia em Seus seguidores nunca desaparecerá. Ele diz: 'Não procure ficar bonita [bonito] usando enfeites, penteados exagerados, jóias ou vestidos caros. Pelo contrário, a beleza de você deve estar no coração, pois ela não se perde; ela é a beleza de um espírito calmo e delicado, que tem muito valor para Deus' (1Pe 3:3, 4)." (Só para Jovens, p. 32)

"Hão de os seguidores de Cristo buscar o adorno interior, o manso e quieto espírito que Deus declara precioso, ou esbanjarão as poucas e breves horas da graça em desnecessário trabalho para fins de ostentação?" (Mensagem aos Jovens, p. 356)

"Irmãs, no dia em que forem ajustadas as contas de todos, experimentarão vocês alegria ao ser passada em revista sua vida, ou sentirão que a beleza do ser exterior é que foi buscada, enquanto a beleza interior ficou quase de todo negligenciada?" (Filhas de Deus, p. 121)

"Enquanto o adorno exterior embeleza somente o corpo, a virtude da mansidão adorna o coração e põe o homem finito em conexão com o Deus infinito. Esse é o ornamento escolhido por Deus. [...] Os anjos do Céu registrarão como melhor adornados aqueles que se revestem do Senhor Jesus Cristo e andam com Ele em mansidão e humildade de espírito." (Santificação, p. 16)

“É justo amar e desejar a beleza; Deus, porém, deseja que amemos e procuremos primeiro a mais alta beleza – aquela que é imperecível. As mais seletas produções da perícia humana não possuem beleza que se possa comparar com a beleza do caráter, que à Sua vista é de grande preço.” (Educação, pp. 248, 249)

"A beleza natural consiste da simetria ou da harmoniosa proporção das partes, de uma para com outra; mas a beleza espiritual consiste na harmonia ou semelhança de nossa alma com Jesus. Isso tornará seu possuidor mais precioso que o ouro fino, mesmo o ouro de Ofir. A graça de Cristo é, de fato, adorno de incalculável preço. Eleva e enobrece seu possuidor, reflete raios de glória sobre outros, atraindo-os também para a fonte de luz e bênçãos." (Orientação da Criança, p. 423)

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Sedentarismo e Depressão

Um estudo publicado no periódico The Lancet na terça-feira (11) encontrou associações entre atividade física, comportamento sedentário e sintomas depressivos em adolescentes. Os pesquisadores da University College London descobriram que jovens de 12 a 16 anos que têm níveis altos de sedentarismo apresentaram um aumento de 8 a 11% nos riscos de ter depressão aos 18 anos ou mais. Exemplos de comportamento sedentário incluem navegar na web, tempo de tela em smartphones, jogar videogame, assistir televisão e ler.

A manutenção dos níveis de atividades físicas, entretanto, reduziu os sintomas depressivos. Já jovens que praticavam atividade moderada a alta com regularidade apresentaram escores mais baixos do transtorno mental. No estudo, os autores explicaram que a atividade física pode influenciar os sintomas depressivos por meio de uma "variedade de mecanismos psicossociais e biológicos, como estimular a neuroplasticidade nas regiões cerebrais implicadas na depressão, reduzir a inflamação ou promover a autoestima".

Como o estudo foi feito 
O estudo analisou 14.901 adolescentes por seis anos. Foram avaliados a cada dois anos informações sobre atividades físicas, que foram categorizadas como sedentárias, leves e moderadas a vigorosas. Os participantes usaram acelerômetros nos quadris por sete dias de cada vez para medir a quantidade e a intensidade de sua atividade física. 

- Sintomas depressivos também foram analisados a cada dois anos até que eles fizessem 18 anos. 

- Ao final da pesquisa, 4.257 jovens tiveram depressão aos 18 anos. 

- Os resultados também mostraram que o comportamento sedentário aumentou e a atividade leve diminuiu ao longo da adolescência, por motivos desconhecidos, os quais levaram a sintomas depressivos aos 18 anos ou mais.

- Quanto maior o tempo gasto com comportamentos sedentários ou praticando atividade leve, maiores eram os escores de depressão..

Exercício e prevenção 
Os cientistas afirmam que o exercício regular pode proteger o desenvolvimento da depressão. Em novembro do ano passado, um estudo feito pela OMS (Organização Mundial da Saúde) revelou que, no Brasil, 84% de jovens entre 11 e 17 anos não praticam uma hora diária de atividade física, conforme recomendação do órgão. "É necessário adotar medidas regulatórias urgentes para aumentar a atividade física e, em particular, promover e manter a participação das meninas", diz Regina Guthold (OMS), autora do estudo. Os dados do estudo atual sugeriram que uma redução de 2 horas no comportamento sedentário diário estava associada a uma redução de 16 a 22% nos escores de depressão aos 18 anos. "Para jovens com sintomas depressivos subclínicos, uma redução dessa magnitude pode ter um impacto substancial", concluíram os autores.(UOL)

Nota do blog: A ligação dentre o sedentarismo e a depressão é muito real. Já no século 19, Ellen G. White nos deixou estes importantes conselhos:

“Deve-se conceder aos pulmões a maior liberdade possível, sua capacidade se desenvolve pela liberdade de ação; diminui, se eles são constrangidos e comprimidos. Daí os maus efeitos do hábito tão comum, especialmente em trabalhos sedentários, de ficar todo dobrado sobre a tarefa em mão. Nesta postura é impossível respirar profundo. A respiração superficial torna-se em breve um hábito, e os pulmões perdem a capacidade de expansão. Assim é recebida uma deficiente provisão de oxigênio. O sangue move-se lentamente. Os resíduos, matéria venenosa que devia ser expelida nas exalações dos pulmões, são retidos, e o sangue se torna impuro. Não somente os pulmões, mas o estômago, o fígado e o cérebro são afetados. A pele torna-se pálida, é retardada a digestão; o coração fica deprimido; o cérebro nublado; confusos os pensamentos; baixam sombras sobre o espírito; todo o organismo se torna deprimido e inativo, e especialmente suscetível à doença.” (A Ciência do Bom Viver, pp. 272-273)

"Aqueles cujos hábitos são sedentários devem, quando o tempo permitir, fazer exercício ao ar livre todos os dias, de verão e de inverno. O exercício aviva e equilibra a circulação do sangue, mas na ociosidade o sangue não circula livremente, e não ocorrem as mudanças que nele se operam, e são tão necessárias à vida e à saúde." (Idem, pp. 238 e 240)

"As diversões excitam a mente, mas é certo seguir-se a depressão. O trabalho útil e o exercício físico terão sobre a mente uma influência sadia e fortalecerão os músculos, melhorarão a circulação, e demonstrar-se-ão poderoso agente na recuperação da saúde." (Conselhos sobre Saúde, p. 627)

"Umas poucas horas de trabalho físico diariamente, tenderiam a renovar o vigor físico e dar repouso e alívio à mente." (Testimonies, vol. 4, p. 264)

"Ao negligenciarmos fazer exercício físico, ao sobrecarregarmos a mente ou o corpo, desequilibramos o sistema nervoso. Aqueles que assim encurtam a existência, desatendendo as leis da Natureza, são culpados de roubo para com Deus." (Conselhos sobre Saúde, p. 41)