sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

DIA DA VISIBILIDADE TRANS

Em 29 de janeiro é celebrado no Brasil o Dia da Visibilidade Trans. A ideia surgiu em 2004, quando um grupo de ativistas trans participou, no Congresso Nacional, do lançamento da primeira campanha contra a transfobia chamada Travesti e Respeito. A campanha foi promovida pelo Departamento DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, com o objetivo de ressaltar a importância da diversidade de gênero. A data passou, então, a representar a luta cotidiana das pessoas trans pela garantia de direitos e pelo reconhecimento da sua identidade, principalmente as que se encontram em situação de vulnerabilidade.


De acordo com levantamento feito pela ONG Transgender Europe, o Brasil é o país que mais mata, em números absolutos, pessoas trans em todos o mundo. Além disso, dados da União Nacional LGBT apontam que a expectativa de vida de um transgênero no Brasil é de apenas 35 anos. Geralmente, eles são mortos antes disso.

Acho interessante, nesta data, revermos a declaração da Igreja Adventista sobre os transgêneros votada no dia 11 de abril de 2017 pelo comitê executivo da Igreja Adventista do Sétimo Dia durante seu encontro anual da primavera, em Silver Spring (EUA). A preocupação deste documento foi a de oferecer uma posição teológica e prover princípios bíblicos que ajudem a igreja a lidar com o assunto e, de forma cristã, com as pessoas envolvidas diretamente com o assunto.

Declaração da Igreja Adventista sobre transgêneros
A crescente familiaridade com as necessidades e desafios que homens e mulheres transgêneros enfrentam e o aumento das questões sobre transgêneros, com proeminência social no mundo todo, levantam perguntas importantes não apenas para os afetados pelo fenômeno transgênero, mas também para a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Embora as lutas e os desafios daqueles que se identificam como transgêneros tenham alguns elementos em comum com as lutas de todos os seres humanos, reconhecemos a singularidade de sua situação e a limitação de nosso conhecimento em casos específicos. Contudo, cremos que a Escritura provê princípios para orientação e aconselhamento aos transgêneros e à Igreja, transcendendo as convenções e a cultura humanas.

O fenômeno transgênero
Na sociedade moderna, a identidade de gênero denota tipicamente “o papel público (e geralmente reconhecido legalmente) vivido como menino ou menina, homem ou mulher”, enquanto o termo sexo se refere “aos indicadores biológicos de macho e fêmea”[1]. Geralmente, a identificação de gênero se alinha com o sexo biológico da pessoa no nascimento. Porém, pode ocorrer um desalinhamento nos níveis físico e/ou mental-emocional.

No nível físico, a ambiguidade na genitália pode resultar de anormalidades anatômicas e fisiológicas, de modo que não é possível estabelecer claramente se a criança é do sexo masculino ou feminino. Essa ambiguidade da diferenciação sexual anatômica é muitas vezes chamada de hermafroditismo ou intersexualidade.[2]

No nível mental-emocional, o desalinhamento ocorre com transgêneros cuja anatomia sexual é claramente masculina ou feminina mas que se identificam com o gênero oposto de seu sexo biológico. Eles podem se descrever como estando presos em um corpo errado. O transgenerismo, no passado clinicamente diagnosticado como “desordem de identidade de gênero” e agora definido como “disforia de gênero”, pode ser entendido como um termo geral para descrever a variedade de formas pelas quais os indivíduos interpretam e expressam sua identidade de gênero, diferentemente daqueles que determinam o gênero com base no sexo biológico.[3] “A disforia de gênero é manifesta de várias formas, incluindo o forte desejo de ser tratado como outro gênero, ou ser libertado de suas características sexuais, ou uma forte convicção de possuir sentimentos e reações típicos do outro gênero.”[4]

Devido a tendências contemporâneas de rejeitar o binário bíblico de gênero (homem e mulher) e substituí-lo por um crescente espectro de tipos de gênero, certas escolhas desencadeadas pela situação transgênera passaram a ser consideradas como normais e aceitas na cultura contemporânea. Porém, o desejo de mudar ou de viver como uma pessoa de outro gênero resulta em escolhas de estilo de vida biblicamente impróprias. A disforia de gênero pode, por exemplo, resultar no uso de roupas do sexo oposto,[5] cirurgia de redefinição de sexo e o desejo de ter um relacionamento conjugal com uma pessoa do mesmo sexo biológico. Por outro lado, o transgênero pode sofrer calado, vivendo no celibato ou se casando com um cônjuge do sexo oposto.

Princípios bíblicos relativos à sexualidade e o fenômeno transgênero
Visto que o fenômeno transgênero deve ser avaliado pela Escritura, os seguintes princípios e ensinos bíblicos podem ajudar a comunidade de fé a se relacionar com pessoas afetadas pela disforia de gênero num modo bíblico e semelhante a Cristo.

1. Deus criou o ser humano como duas pessoas que são respectivamente identificadas como homem e mulher em termos de gênero. A Bíblia associa inseparavelmente o gênero ao sexo biológico (Gênesis 1:27; 2:22–24) e não faz distinção entre os dois. A Palavra de Deus afirma a complementaridade, bem como as claras distinções entre homem e mulher na criação. O relato da criação de Gênesis é fundamental para todas as questões da sexualidade humana. 

2. A partir da perspectiva bíblica, o ser humano é uma unidade psicossomática. Por exemplo, a Escritura repetidamente chama o ser humano como um todo de alma (Gênesis 2:7; Jr 13:17; 52:28-30; Ezequiel 18:4; At 2:41; 1Co 15:45); um corpo (Efésios 5:28; Romanos 12:1–2; Apocalipse 18:13); carne (1 Pedro 1:24); e espírito (2 Timóteo 4:22; 1 João 4:1–3). Portanto, a Bíblia não endossa o dualismo no sentido de uma separação entre o corpo e a percepção da sexualidade. Além disso, a Bíblia não ensina que existe uma parte imortal nos seres humanos, porque somente Deus possui a imortalidade (1 Timóteo 6:14-16) e Ele a concederá àqueles que crerem nEle, por ocasião da primeira ressurreição (1 Coríntios 15:51-54). Portanto, o ser humano também deve ser uma entidade sexual indivisível, e a identidade sexual não pode ser independente do corpo da pessoa. De acordo com a Escritura, nossa identidade de gênero, como designada por Deus, é determinada por nosso sexo biológico no nascimento (Gênesis 1:27; 5:1–2; Salmos 139:13–14; Marcos 10:6). 

3. A Escritura reconhece, porém, que, devido à Queda (Gênesis 3:6-19), o todo do ser humano, ou seja, nossas faculdades mental, física e espiritual, foi afetado pelo pecado (Jeremias 17:9; Romanos 3:9; 7:14–23; 8:20–23; Gálatas 5:17) e necessita ser renovado por Deus (Romanos 12:2). Nossas emoções, sentimentos e percepções não são indicadores plenamente confiáveis dos propósitos, ideais e verdade de Deus (Provérbios 14:12; 16:25). Precisamos da orientação de Deus por meio da Escritura para determinar o que é de nosso melhor interesse e para viver de acordo com Sua vontade (2 Timóteo 3:16). 

4. O fato de alguns indivíduos alegarem uma identidade de gênero incompatível com seu sexo biológico revela uma grave dicotomia. Essa debilidade ou angústia, sentida ou não, é uma expressão dos efeitos danosos do pecado sobre os seres humanos e pode ter diversas causas. Embora a disforia de gênero possa não ser considerada intrinsecamente um ato pecaminoso, pode resultar em escolhas pecaminosas. Esse é outro indício de que, no nível pessoal, os seres humanos estão envolvidos no grande conflito. 

5. Desde que os homens e mulheres transgêneros estejam comprometidos em ordenar sua vida de acordo com os ensinos bíblicos sobre a sexualidade e o casamento, eles podem ser membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia. A Bíblia identifica clara e consistentemente qualquer atividade sexual fora do casamento heterossexual como pecado (Mateus 5:28, 31–32; 1 Timóteo 1:8–11; Hebreus 13:4). Estilos alternativos de vida sexual são distorções pecaminosas da boa dádiva da sexualidade dada por Deus (Romanos 1:21–28; 1 Coríntios 6:9–10). 

6. Visto que a Bíblia considera os seres humanos como entidades integrais e não faz distinção entre sexo biológico e identidade de gênero, a Igreja veementemente adverte os homens e mulheres transgêneros contra a cirurgia de mudança de sexo e contra o casamento, se tiverem passado por esse procedimento. Do ponto de vista holístico bíblico da natureza humana, uma completa transição de um gênero para outro e a obtenção de uma identidade sexual integrada não podem ser esperadas no caso da cirurgia de transgenitalização. 

7. A Bíblia ordena os seguidores de Cristo a amarem uns aos outros. Criados à imagem de Deus, todos devem ser tratados com dignidade e respeito. Isso inclui os homens e mulheres transgêneros. Atos de ridicularização, abuso ou bullying contra os transgêneros são incompatíveis com o mandamento bíblico “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Marcos 12:31). 

8. Como a comunidade de Jesus Cristo, a Igreja deve ser um refúgio e um lugar de esperança, de atenção e de compreensão a todos que estão confusos, aos sofredores, aos que passam por lutas e solidão, pois a Bíblia diz: “Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega, […]” (Mateus 12:20). Todas as pessoas são convidadas a frequentar a Igreja Adventista do Sétimo Dia e a desfrutar da comunhão de seus crentes. Aqueles que são membros podem participar plenamente da vida da igreja, desde que abracem a mensagem, a missão e os valores da Igreja. 

9. A Bíblia proclama as boas-novas de que os pecados sexuais cometidos por heterossexuais, e por homens e mulheres envolvidos em homossexualidade, transgenerismo ou outros, podem ser perdoados, e a vida pode ser transformada pela fé em Jesus Cristo (1 Coríntios 6:9-11). 

10. Aqueles que experimentam desajuste entre seu sexo biológico e sua identidade de gênero são incentivados a seguir os princípios bíblicos ao lidar com sua angústia. Eles são convidados a refletir sobre o plano original de Deus de pureza e fidelidade sexual. Pertencendo a Deus, todos são chamados a honrá-Lo com seu corpo e suas escolhas de estilo de vida (1 Coríntios 6:19). Com todos os crentes, os homens e mulheres transgêneros são incentivados a esperar em Deus, e é-lhes oferecida a plenitude da compaixão divina, da paz e da graça, em antecipação da breve volta de Cristo, quando todos os verdadeiros seguidores de Cristo serão plenamente restaurados ao ideal de Deus.

[1] Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 5a. ed. (DSM-5TM), editado pela Associação Americana de Psiquiatria (Washington, DC: American Psychiatric Publishing, 2013), 451.
[2] Indivíduos nascidos com genitália ambígua podem ou não se beneficiar de tratamento cirúrgico corretivo.
[3] Ver DSM-5TM, 451–459
[4] Esta sentença faz parte de um resumo sucinto de disforia de gênero provido para apresentar o DSM-5TM que foi publicado em 2013: https://www.psychiatry.org/File%20Library/Psychiatrists/Practice/DSM/APA_DSM-5-Gender-Dysphoria.pdf (acessado em 11 de abril de 2017).
[5] O uso de roupas do sexo oposto, também referido como comportamento travesti, é proibido em Deuteronômio 22:5.

[Com informações de Notícias Adventistas

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

RELÓGIO DO APOCALIPSE 2021

De janeiro do ano passado até este mês de janeiro de 2021, os ponteiros do "Relógio do Apocalipse" continuam parados e marcando 100 segundos para a meia-noite (ou para "o fim do mundo"), anunciou nesta quarta-feira (27) o Boletim de Cientistas Atômicos, que faz a medição simbólica desde 1947.

Todo ano, o boletim decide quais eventos empurraram os ponteiros do relógio para um destino caótico, representado pelo horário da meia-noite. Desta vez, a pandemia da covid-19, as mudanças climáticas e os riscos de ameaças nucleares estão entre os fatores citados pelo boletim para explicar porque estamos tão perto de uma catástrofe.

A decisão dos ponteiros deste ano foi realizada pelo Boletim de Cientistas Atômicos juntamente com um conselho de patrocinadores que inclui 13 ganhadores do Prêmio Nobel. A marca divulgada hoje não é só a mesma de janeiro de 2020, como é a mais próxima da destruição total, entre todos os outros "horários" da série histórica.

Para se ter uma ideia, o mais distante que os ponteiros já estiveram da meia-noite foi durante a Guerra Fria, em 1991, quando o relógio estava a 17 minutos do fim do mundo.

"A letal e assustadora pandemia da covid-19 serve como um alerta histórico, uma ilustração vívida de que os governos nacionais e as organizações internacionais estão despreparados para administrar as ameaças de armas nucleares e mudanças climáticas que realmente acabam com a civilização", comentou Rachel Bronson, presidente e CEO do grupo de cientistas.

Os especialistas dizem que a desaceleração econômica da pandemia reduziu as emissões de dióxido de carbono que causam o aquecimento global, porém os níveis ainda estão altos e se projeta que o "desenvolvimento e a produção de combustíveis fósseis aumentem [ainda mais]".

"As concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa atingiram um recorde em 2020, um dos dois anos mais quentes já registrados. Os enormes incêndios florestais e ciclones catastróficos de 2020 são ilustrações da grande devastação que só aumentará se os governos não ampliarem significativa e rapidamente os esforços para trazer as emissões de gases de efeito estufa essencialmente a zero", declararam os cientistas. (UOL)

Nota do blog: Não importa se estamos a 100 segundos para o fim deste mundo. Para nós, a vinda do fim tem a ver com a consumação do Reino de Deus (1Co 15:24), e não com guerras, epidemias e agitações políticas (“mas ainda não é o fim”; Mt 24:6; Lc 21:11) ou com riscos relacionados ao meio ambiente e às mudanças climáticas. Para isso, o evangelho do Reino será pregado por todo o mundo, “então, virá o fim” (Mt 24:14). A Bíblia enfatiza Cristo, Seu Reino, Sua Igreja e Sua missão. Para nós, Cristo é o ‘evento’ que mais importa nestes “últimos segundos para a meia-noite”.

"É necessário que os terrores do dia de Deus sejam mantidos diante de nós, a fim de sermos compelidos à ação correta pelo medo? Não devia ser assim. Jesus é atraente” (Ellen G. White, Review and Herald, 02/08/1881).

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

SÍMBOLOS DO APOCALIPSE

O livro do Apocalipse tem chamado atenção ao longo da história e despertado diferentes reações. Alguns se sentem fascinados com seus símbolos, outros têm medo das manifestações de juízo divino e há aqueles que ficam curiosos a respeito de sua mensagem principal.
 
O Apocalipse pertence ao gênero da literatura apocalíptica, caracterizado pela linguagem simbólica complexa. Sua declaração inicial nos diz que as visões apresentadas foram “significadas” para João (Ap 1:1). A palavra grega semaino significa “mostrar por signos simbólicos”. Ao usar essa palavra, o apóstolo nos diz que as cenas e os eventos descritos lhe foram mostrados por meio de apresentações simbólicas.

Frequentemente, as profecias bíblicas eram comunicadas na linguagem da época e do lugar do autor inspirado, a fim de que fossem compreensíveis ao autor inspirado e a seus leitores originais. Ao interpretar esses símbolos hoje, devemos estar atentos para não impor ao texto o significado atual do símbolo ou um significado derivado da interpretação alegórica. Nossa compreensão dos símbolos do Apocalipse deve ser guiada pela intenção de João e pelo significado que esses símbolos transmitiram aos leitores do primeiro século. Portanto, é importante saber de onde esses símbolos foram tirados.

Muitos estudos mostram que a maior parte da linguagem simbólica do ­Apocalipse é derivada da história e experiência do povo de Deus nos tempos do Antigo Testamento. Assim, ao descrever os eventos futuros, o Espírito Santo usou a linguagem do passado. É quase impossível entender a simbologia do Apocalipse sem o Antigo Testamento.

Além disso, o Apocalipse também reflete a linguagem da literatura apocalíptica judaica, o mundo do primeiro século na Ásia Menor e muitos ditos de Jesus e dos apóstolos, como registrados no Novo Testamento. Para decodificar o significado desses símbolos, o pregador deve ­equipar-se com boas ferramentas de referência.

As palavras iniciais do Apocalipse são: “Revelação de Jesus Cristo” (Ap 1:1). Essa frase mostra que o Apocalipse vem de ­Jesus Cristo (genitivo subjetivo), mas também indica que o livro é sobre Jesus Cristo (genitivo objetivo). Ele é o personagem principal. Ele é a chave que abre o verdadeiro significado do conteúdo do livro. Qualquer exposição das profecias do Apocalipse que se concentre em eventos ou pessoas (passadas ou futuras) às custas de Cristo e do Seu relacionamento com Seu povo foge totalmente de seu foco central.

Contudo, a sentença seguinte afirma que o propósito do livro é “mostrar aos Seus servos” o que ocorrerá no futuro (verso 1b). Nesse ponto, surge uma pergunta: Como um livro iniciado com a afirmação “revelação de Jesus Cristo” pode ser escrito com o propósito de desvendar eventos que ocorrerão no futuro? O Apocalipse não se destina a ser uma coleção de profecias para satisfazer nossa curiosidade sobre o futuro. O propósito principal dos eventos preditos que estão registrados – sejam aqueles já cumpridos ou que ainda vão se cumprir – é nos assegurar da presença de Cristo com Seu povo ao longo da história e dos eventos finais.
 
Segue abaixo, alguns símbolos encontrados no livro do Apocalipse e em alguns outros livros da Bíblia, e seus significados e referências:
 
“Quando os livros de Daniel e Apocalipse forem bem compreendidos, terão os crentes uma experiência religiosa inteiramente diferente. Ser-lhes-ão dados tais vislumbres das portas abertas do Céu que o coração e a mente se impressionarão com o caráter que todos devem desenvolver a fim de alcançar a bem-aventurança que dever ser a recompensa dos puros de coração” (Ellen G. White - Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 114).

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

O GRANDE CONFLITO

É de suma importância entender que o grande conflito entre Cristo e Satanás, não é uma vaga história fictícia ou uma bela utopia montada para conter a promiscuidade ou a violência. O grande conflito é real, e ao longo dos anos têm extraído dos seres humanos suas mais íntimas decisões no que tange a redenção eterna ou perdição eterna.


“Necessitamos entender mais claramente, o que está em jogo no grande conflito em que nos achamos empenhados. Precisamos compreender com mais plenitude, o valor das verdades da Palavra de Deus, e o perigo de permitir que nosso espírito seja delas desviado pelo grande enganador” (A Ciência do Bom Viver, p. 451).
 
As coisas da vida, as ideologias, sonhos e realizações que tanto nos enche os olhos, nos fazem não levar muito a sério o enredo espiritual que dramaticamente nos envolve. As ambições muito bem arquitetadas por Satanás, revestidas de beleza e significado, nos faz elaborar boas justificativas para desacreditar em Deus ou nos fazer distanciar dEle.

"Muitos há que não consideram esse conflito entre Cristo e Satanás como tendo relação especial com sua própria vida; pouco interesse tem para eles. Mas, essa luta repete-se nos domínios de cada coração" (O Desejado de Todas as Nações, p. 116).
 
A guerra neste planeta está em curso. Anjos estão se movimentando por todos os lados e nossa mente é o centro ou campo desta grande batalha. Se não estivermos atentos e se não vigiarmos as avenidas da alma (sentidos), seremos frágeis, nos tornando prezas fáceis nas mãos dos nossos inimigos: as potestades do inferno.
 
"Agentes satânicos sob forma humana tomarão parte neste último grande conflito, para opor-se à edificação do reino de Deus. Anjos celestiais em aparência humana também estarão no campo de ação. Os dois partidos antagônicos prosseguirão existindo até o encerramento do último grande capítulo da história deste mundo. Satanás utilizará cada oportunidade para induzir os homens a apartar-se de seu concerto com Deus. Ele e os anjos que com ele caíram aparecerão na Terra como homens, procurando enganar. Os anjos de Deus igualmente aparecerão como homens, e farão uso de todos os meios em seu poder para derrotar os propósitos do inimigo. Temos uma parte a desempenhar" (A Verdade Sobre os Anjos, p. 261).
 
Foi em Ohio, num funeral realizado numa tarde de domingo, em março de 1858, na escola pública de Lovett’s Grove (agora Bowling Green), que foi dada à Ellen G. White a visão do grande conflito entre Cristo e seus anjos e Satanás e seus anjos, desde seu início até ao fim. Dois dias mais tarde o grande adversário tentou tirar-lhe a vida, para que ela não pudesse apresentar aos outros o que lhe fora revelado (leia mais aqui). Mantida contudo por Deus, na realização da obra que lhe fora confiada, descreveu as cenas que lhe haviam sido apresentadas, sendo publicadas no verão de 1858 o livro de 209 páginas Spiritual Gifts, v. 1, The Great Controversy Between Christ and His Angels, and Satan and His Angels. O volume foi bem recebido e grandemente apreciado devido à sua clara descrição das forças contendoras no grande conflito, tocando em pontos árduos da luta, mas tratando mais completamente das cenas finais da história da Terra (Primeiros Escritos, pp. 133-295). 
 
"O estudante da Bíblia deve aprender a ver a Palavra como um todo, e bem assim a relação de suas partes. Deve obter conhecimento de seu grandioso tema central, do propósito original de Deus em relação a este mundo, da origem do grande conflito, e da obra da redenção. Deve compreender a natureza dos dois princípios que contendem pela supremacia, e aprender a delinear sua operação através dos relatos da história e da profecia, até à grande consumação. Deve enxergar como esse conflito penetra em todos os aspectos da experiência humana; como em cada ato de sua vida ele mesmo revela um ou outro daqueles dois princípios antagônicos; e como, querendo ou não, ele está mesmo agora a decidir de que lado do conflito estará” (Educação, p. 190).
 
Com seu ponto focal no caráter de Deus como expresso na lei, esse conflito provê uma moldura teológica para as contínuas disputas entre a verdade e o erro, entre “os que guardam os mandamentos de Deus” e os que adoram “a besta e a sua imagem” (Ap 12:17; 14:9-12). Nessa disputa, Satanás levou muitos cristãos a crer “que a lei dos Dez Mandamentos também havia morrido com Cristo” na cruz (Primeiros Escritos, p. 215), e que “as reivindicações de Cristo são menos estritas do que uma vez creram” (Testemunhos Para Ministros, p. 474). Em realidade, “Satanás quer que todo transgressor da lei de Deus pretenda ser santo” (Evangelismo, p. 597). A moldura do grande conflito não provê nenhum espaço para compreensões ecumênicas e/ou pluralistas das verdades bíblicas.

Como disse Clifford Goldstein: "Vivemos em um mundo onde o bem e o mal, o certo e o errado, lutam pela supremacia. Há apenas dois lados nesse grande conflito espiritual. De que lado estamos? Esta é uma escolha de consequências eternas, porque a vida e a morte são, literalmente, eternas." 
 
Mas deixo uma boa notícia: o mesmo Jesus que derrotou Satanás na cruz virá outra vez, triunfará sobre os poderes do inferno e destruirá completamente o mal (Ap 19:19-21; Ez 28:18, 19). O mal não terá a última palavra. A pobreza e a peste não terão a última palavra. A dor e o sofrimento não terão a última palavra. O caos e o crime não terão a última palavra. A doença e a morte não terão a última palavra. Em vez disso, Deus terá a última palavra. Até então, o Pai, o Filho e o Espírito Santo estão fazendo todo o possível para alcançar cada pessoa. O coração de Deus sofre por este mundo perdido. 
 
Ellen G. White, por fim, declara: "O grande conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está purificado. Uma única palpitação de harmonia e júbilo vibra por toda a vasta criação. DAquele que tudo criou emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do espaço infinito. Desde o minúsculo átomo até o maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeito gozo, declaram que Deus é amor" (O Grande Conflito, p. 678).

Assista abaixo o estudo bíblico O Grande Conflito com dezoito lições da Bíblia, prático e fácil de entender, apresentado pelo pastor Luís Gonçalves:

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

20 ANOS DE PESQUISA

Doutor Jared Wood, diretor do Dinosaur Science Museum, na Southwestern Adventist University, mostra peças do acervo a estudante. Foto: Southwestern Adventist University

Há duas décadas, Jared Wood, diretor do Dinosaur Science Museum, da Southwestern Adventist University (SWAU), Arthur Chadwick, diretor do Dinosaur Excavation Project, na mesma universidade, e Keith Snyder, chefe do Departamento de Biologia da Southern Adventist University, lideram escavações paleontológicas na região do Hanson Ranch, no estado norte-americano do Wyoming.

O grande volume de informações coletadas nos últimos 20 anos por esses pesquisadores resultou na publicação do artigo intitulado “Over 13.000 elements from a single bonebed help elucidate disarticulation and transport of an Edmontosaurus thanatocoenosis” no PLoS One, periódico científico revisado por pares ligado à Biblioteca Pública de Ciência (PLoS).

O objetivo dos autores foi realizar um exame tafonômico do depósito, a fim de demonstrar o que esses animais estavam fazendo quando morreram, de que forma se deu a morte deles e o que aconteceu depois. Os paleontólogos adventistas usaram GPS de alta precisão para catalogar a localização de cada osso e descobrir como pararam na posição em que foram encontrados.

O artigo descreve o método usado nas escavações e detalha os tipos de ossos que foram encontrados no Hanson Ranch. O grande número de fósseis de dinossauros recuperados trouxe uma visão mais profunda de como tantos ossos acabaram em um único local. Wood, Chadwick e Snyder levantam a hipótese de que todos os dinossauros escavados nos leitos de ossos principais foram mortos em um evento aquático catastrófico e, subsequentemente, realocados por um evento secundário. Leitos de ossos semelhantes depositados por inundações também foram documentados no Canadá. 

“As pessoas querem saber como milhares de ossos foram parar nesse local. Finalmente podemos dar a eles uma explicação científica”, diz Wood. “Este artigo, que já registra 3 mil visualizações, o que é surpreendente, mudará a forma como os ossos de dinossauros são estudados e permanecerá importante nos próximos anos”, ele acredita.

Como curador e diretor do Dinosaur Science Museum, localizado no campus da SWAU, em Keene, no Texas, Wood lida com a parte logística e as operações da escavação. No período de verão do Hemisfério Norte, Wood e Chadwick passam um mês em Wyoming liderando uma equipe de alunos e membros da comunidade que contribuem com o projeto. O plano deles agora é realizar pesquisas em outros pontos do sítio paleontológico de Wyoming, a fim de estudar outras espécies de dinossauros.

Estudantes e membros da comunidade podem participar do projeto de pesquisa, que teve início em 1997. Dois anos depois, a Southwestern Adventist University também começou a oferecer uma aula sobre dinossauros.

BRISA RAMIREZ trabalha como gerente de mídias sociais na Southwestern Adventist University (EUA)

Publicada originalmente no site da Divisão Norte-Americana (NAD, na sigla em inglês) (via Revista Adventista)

"É verdade que vestígios encontrados na terra testificam da existência do homem, animais e plantas muito maiores do que os que hoje se conhecem. ... Mas com referência a estas coisas a história bíblica fornece ampla explicação. Antes do dilúvio, o desenvolvimento da vida vegetal e animal era superior ao que desde então se conhece. Por ocasião do dilúvio fragmentou-se a superfície da Terra, notáveis mudanças ocorreram, e na remodelação da crosta terrestre foram preservadas muitas evidências da vida previamente existente. ... Estas coisas, ... são testemunhas a testificarem silenciosamente da verdade da Palavra de Deus" (Ellen G. White - Educação, p. 129).

sábado, 23 de janeiro de 2021

PONTUALIDADE

“Que todas as coisas ocorram com decência e ordem” (1 Coríntios 14:40).

Nesses dias tão corridos em que vivemos quando é comum o “urgente” tomar lugar do “prioritário”, podemos facilmente ser levados a deixar de considerar que cada momento da vida é sumamente precioso, e que devemos ser mordomos cuidadosos no uso e administração do tempo que Deus nos concede. Paulo recomendou aos efésios:

“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus" (Efésios 5:15-16).

O nosso Deus permite que usemos o tempo para ganharmos o nosso sustento, para nosso descanso e lazer, para servirmos à sua igreja, para falarmos de Cristo e muito mais. Tudo isso nós fazemos em Sua presença como Seus adoradores. Entretanto, é fácil nos esquecermos de que o tempo não é nosso, mas sim um depósito que Ele nos confiou para administrarmos bem, como bons mordomos.

Temos muitos compromissos em nosso corrido cotidiano, e em sua grande maioria, precisamos ser pontuais e chegar no horário combinado. Nos mais variados aspectos, vivemos hoje a famosa “cultura do atraso”. Em relação aos cultos em nossas igrejas, é certo que um percentual de pessoas que têm o hábito de chegarem atrasadas perdem total ou parcialmente o precioso momento de louvor e adoração, que é tão importante como qualquer outro ato do culto ou da Escola Sabatina.

Muitas coisas que ocorrem na sexta-feira acabam influenciando na qualidade da observância do sábado. Quando recebemos o santo dia no devido espírito de adoração e reverência, isso se refletirá durante as horas sagradas. Um dos momentos mais tensos e complicados para muitas famílias é quando saem para a igreja. A maioria chega atrasada à Escola Sabatina ou ao culto. Muitos tentam encontrar as mais diferentes explicações. Realmente, para muitas pessoas isso é um verdadeiro desafio. O certo é que cada um deve buscar uma saída para esse dilema. A grande pergunta é: o que fazer? Onde está a causa do problema? Bem, vamos observar a orientação profética de Ellen White:

“É uma triste falha o fato de muitos estarem sempre atrasados em relação ao tempo no sábado de manhã. São muito cuidadosos de seu tempo particular, e não se permitem perder uma hora sequer; mas o tempo do Senhor, do único dia dos sete que Ele reivindica como Seu, e pede que a Ele o devotemos, uma boa parte é dissipada em virtude de levantarem-se tarde da cama pela manhã. Estão desta forma roubando a Deus. Isto os leva a se atrasarem em tudo; produz confusão na família, resultando afinal em chegarem todos tarde à Escola Sabatina e talvez, ao culto. Mas por que não nos havemos de levantar com os pássaros e oferecer louvores e agradecimentos a Deus? Experimentai-o, irmãos e irmãs. Tende tudo preparado na véspera, e vinde prontamente para a Escola Sabatina e culto, e assim não apenas beneficiareis aos outros, mas recebereis ricas bênçãos” (Youth’s Instrutor, 19 de março de 1879).

"Pontualidade e decisão na obra e causa de Deus são muito necessárias. Atrasos são virtualmente defeitos. Os minutos são áureos e devem ser aproveitados da melhor das maneiras. Relações terrenas e interesses pessoais devem sempre ser secundários. Nunca deve a causa de Deus ser levada a sofrer em qualquer particular por causa de nossos amigos terrestres ou os mais queridos parentes" (Mente, Caráter e Personalidade, vol. 2, p. 598).

Cremos que, para muitos, essa é uma questão de oração. Para outros, é mais fácil. Basta ser mais cuidadoso com as claras orientações da Bíblia e do Espírito de Profecia. O certo é que, quando chegamos à igreja a tempo, isso se constitui num dos elementos favoráveis para uma adequada adoração. Ellen White também nos aconselha a começarmos na hora certa nossas reuniões:

"As reuniões de conferências e oração não devem tornar-se tediosas. Todos devem estar prontos, se possível, na hora indicada; e se há retardatários, que estejam atrasados meia hora, ou mesmo quinze minutos, não se deve esperar por eles. Se houver apenas dois presentes, podem reclamar a promessa. A reunião deve ser iniciada na hora marcada, se possível, estejam presentes muitos ou poucos" (The Review and Herald, 3 de Maio de 1871).

"O Senhor não está satisfeito com a atual falta de ordem e exatidão entre os que trabalham na Sua obra. Mesmo nas reuniões de negócios da associação, poder-se-ia economizar muito tempo e evitar muitos erros, mediante um pouco mais de estudo e pontualidade. Tudo quanto tenha qualquer relação com a obra de Deus deve ser tão perfeito quanto seja possível ao cérebro e às mãos humanos" (Obreiros Evangélicos, p. 460).

Ellen White também cita a importância da pontualidade dos professores da Escola Sabatina:

"Aqueles cujo dever é escolher professores, devem ser prudentes, não insistindo a que entrem para a escola os que não sejam aptos a exercer boa influência. Qual é o comportamento do professor? É pontual? É asseado? Essas qualidades merecem atenção, pois são essenciais ao professor. Como pode ele exigir da classe esses requisitos necessários, a menos que ela tenha um exemplo de pontualidade, asseio, compostura e ordem? Se o professor não está em seu lugar e a classe é deixada a recrear-se, se ele chega atrasado, entrando apressado e ofegante, essa influência conduz à desordem e falta de pontualidade" (Conselhos sobre a Escola Sabatina, p. 92).

Considere a pontualidade como boa mordomia que agrada a Deus e contribui para encorajamento e prestígio dos que já são pontuais, exemplo aos que ainda não manifestam essa virtude cristã e, ainda, para edificação da igreja de Cristo. Que Deus nos auxilie a sermos bons mordomos sob a Sua graça e para a Sua glória. Pense nisso! O assunto é sério!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

RELIGIÃO SEM MÁSCARA

Os escribas e fariseus eram adeptos da religião do faz de conta. Achavam que a prática de rituais fosse indício de religião autêntica. Mas, certo dia, eles foram desmascarados por Alguém que, usando um infalível aparelho de ressonância espiritual, viu cada centímetro quadrado da matéria putrefata em que consistia a vida deles: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia!” (Mt 23:27).
 
Não há muita diferença entre os “sepulcros caiados” do tempo de Jesus e os de hoje. Existe muita caiação religiosa entre nós. Essa postura merece um nome nada agradável: hipocrisia.

Hipócrita é aquele que usa a máscara religiosa para ocultar sua identidade real e para autopromoção. No original grego, “hipócrita” significa “ator”. Hipócrita é aquele que busca “visibilidade”, que troca o alvo de agradar a Deus pelo objetivo idólatra de ganhar aplauso humano. Como os fariseus, cuja religião era praticada visando ao louvor dos observadores, e não à glória do Senhor.

Como sabemos, uma falsa motivação pode prostituir bons atos. Isto é, podemos fazer as coisas corretas pela motivação errada, apenas para “sair bem na foto”. Ellen G. White observa: "Muitos atos que passam por boas obras, mesmo atos de generosidade, quando intimamente examinados, verificar-se-á haverem sido suscitados por motivos errôneos. Muitos recebem aplausos por virtudes que não possuem. O Perscrutador dos corações pesa os motivos, e muitas vezes ações altamente louvadas por homens são por Ele registradas como partindo de egoísmo e baixa hipocrisia. Cada ato de nossa vida, seja excelente e digno de louvor ou merecedor de censura, é julgado pelo Perscrutador dos corações segundo os motivos que o determinaram" (Obreiros Evangélicos, p. 275).

Os hipócritas gostam de se vangloriar. Além disso, não se apercebem de que constituem um entrave ao crescimento espiritual da igreja e à obra de evangelização. Algumas pessoas saem da igreja porque se escandalizam com a religião do faz de conta. O prejuízo causado por uma religião de epiderme é tão grande que Jesus deu nome ao cemitério dos escandalizadores: “profundeza do mar” (Mt 18:6). Contudo, não nos cumpre decidir quem deve ir para esse lugar, porque presunção espiritual também causa escândalo.

Vamos dar alguns exemplos de sepulcros caiados, a fim de nos prevenirmos contra a síndrome da religião de aparência.

É tempo de sermos formosos por fora e por dentro
1. Faça o que digo, mas… Todos nós conhecemos o ditado: “Faça o que digo, mas não faça o que faço.” No lar, na escola e na igreja, o abismo entre as coisas que ensinamos e as que deixamos de fazer é um desserviço à obra do Senhor. A igreja perde muito quando alguns exigem isso e aquilo dos membros, mas não praticam o que ensinam.

"Muitos se têm na conta de cristãos simplesmente porque concordam com certos dogmas teológicos. No entanto, não introduziram a verdade na vida prática. Não creram nela nem a amaram; não receberam, portanto, o poder e a graça que advêm mediante a satisfação da verdade. As pessoas podem professar fé na verdade; mas, se ela não os tornar sinceros, bondosos, pacientes, dominados, tomando prazer nas coisas de cima, isso é uma maldição a seu possuidor e, por meio de sua influência, uma maldição ao mundo" (A Fé Pela Qual Eu Vivo, p. 105).

2. Sou mais santo do que você. Essa atitude é também comprometedora, pois caracteriza aqueles que se ufanam de sua religiosidade. Alguns optam pela aparência exterior, como se isso fosse sinal de vida espiritual exemplar. Exaltam regras e normas, tentando segui-las à risca, mas negligenciam o desenvolvimento das virtudes cristãs. 

"Há muitos hoje em dia que, embora tenham uma aparência de grande santidade, não são praticantes da Palavra de Deus. Que se pode fazer para abrir os olhos dessas pessoas que se iludiram a si mesmas, se não apresentar-lhes um exemplo de verdadeira piedade, não sendo nós mesmos somente ouvintes, mas também praticantes dos mandamentos do Senhor, refletindo assim a luz da pureza de caráter sobre o seu caminho?" (Fé e Obras, p. 116).

3. O que me interessa é aparecer. Característica marcante dos portadores da síndrome de “sepulcros caiados” é o desejo de serem vistos. Ora, a igreja é lugar para serviço desinteressado, não para culto ao ego. Há pessoas que, se não estiverem na posição de comando, não servem para nada. Isolam-se e veem defeito em tudo. O que, na verdade, desejam é mostrar suas habilidades e ser elogiadas por sua capacidade empreendedora. Essa atitude também esconde um homem interior putrefato, carente do poder regenerador do Espírito. A grande motivação de uma pessoa transformada interiormente é o desejo de proclamar, pelo exemplo e por palavras, a superioridade e excelência do Filho de Deus: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor” (Ap 5:12).

"A verdadeira piedade nunca promove um esforço para ostentação. Os que desejam palavras de elogio e lisonja, delas se nutrindo como de um bocado delicioso, são cristãos apenas de nome. Por meio de suas boas obras devem os seguidores de Cristo trazer glória, não para si mesmos, mas para Aquele mediante cuja graça e poder eles operaram. É por meio do Espírito Santo que toda boa obra é efetuada, e o Espírito é dado para glorificar, não o recebedor, mas o Doador" (O Maior Discurso de Cristo, p. 80).

Conclusão
Quando nos despojarmos das máscaras mencionadas acima, reconheceremos nossa indignidade e passaremos a depender do poder do Alto. Então, seremos formosos por fora e por dentro.

"A justiça ensinada por Cristo é conformidade de coração e de vida com a revelada vontade de Deus. Os pecadores só se podem tornar justos à medida que têm fé em Deus e mantêm vital ligação com Ele. Dessa forma, a verdadeira piedade elevará seus pensamentos e enobrecerá a vida. Então, as formas externas da religião se harmonizarão com a interior pureza cristã" (O Desejado de Todas as Nações, p. 309).

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

BIDEN, PAPA, EUA, PROFECIAS...

O papa Francisco enviou uma mensagem para parabenizar o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pela posse no cargo nesta quarta-feira, 20, e pediu a Biden o fomento à “reconciliação e à paz”. Biden é o segundo chefe de governo católico dos EUA, depois de John F. Kennedy, que ficou no poder entre 1961 e 1963, ano em que foi assassinado. “Peço a Deus, fonte de toda sabedoria e verdade, que guie seus esforços para fomentar o entendimento, a reconciliação e a paz nos Estados Unidos e entre as nações do mundo, a fim de promover o bem comum universal”, diz o texto da mensagem enviada à Casa Branca pelo pontífice.

“Que sob sua liderança, o povo americano continue a buscar força dos altos valores políticos, éticos e religiosos que inspiraram a nação desde a sua fundação”, completou o papa Francisco, que, quatro anos atrás, também parabenizou o antecessor de Biden, Donald Trump. O líder da Igreja Católica fez um alerta, dizendo que as “graves crises” que o mundo encara, “exigem respostas unidas e com visão de futuro”, por isso, reza para que as decisões do atual presidente dos EUA sigam a necessidade da construção de uma sociedade mais justa e livre.

Em março de 2013, Biden, então vice-presidente de Barack Obama, liderou uma delegação de representantes americanos presentes na missa que marcou o início do pontificado de Francisco. Dois anos depois, os dois voltaram a se encontrar, durante uma viagem do líder católico aos EUA. Em entrevista concedida em 2015, quando da passagem de Francisco pelos Estados Unidos, Biden falou de seu encontro com o papa, ocorrido dois anos antes: “Ele é a personificação da doutrina social católica com a qual fui criado.” 
 
Em novembro, já eleito presidente, o democrata conversou por telefone com o pontífice e manifestou intenção de trabalhar conjuntamente com o Vaticano para abordar a crise climática e dar acolhida aos imigrantes e refugiados. Os desejos se chocam com os do antecessor, Trump, com quem Francisco teve públicas diferenças em políticas migratórias ambientais, por exemplo. O papa chegou a dizer, ainda antes das eleições de 2016, que o republicano “não era cristão”, devido a política de “construir muros”.

Segundo o Pew Research Center, principal instituto de pesquisa a medir a divisão religiosa nos EUA, evangélicos compõem a maior fé do país: 25% da população – outras linhas do protestantismo são contadas à parte, como as igrejas históricas (metodista, batista etc.) e as de tradição negra (essas votaram em peso no democrata, aliás). 20% são católicos. Ateus, agnósticos ou “nada em particular”, somam 26%.

Eleito, Joe Biden se torna o segundo presidente católico da história dos Estados Unidos. Ele foi à missa na igreja St. Joseph, em Wilmington, no Delaware, na manhã deste domingo (8) acompanhado da mulher, Jill.... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2020/11/08/segundo-presidente-catolico-dos-eua-biden-vai-a-missa-depois-de-eleito.htm?cmpid=copiaecola
Eleito, Joe Biden se torna o segundo presidente católico da história dos Estados Unidos. Ele foi à missa na igreja St. Joseph, em Wilmington, no Delaware, na manhã deste domingo (8) acomp... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2020/11/08/segundo-presidente-catolico-dos-eua-biden-vai-a-missa-depois-de-eleito.htm?cmpid=copiaecola
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Eleito, Joe Biden se torna o segundo presidente católico da história dos Estados Unidos. Ele foi à missa na igreja St. Joseph, em Wilmington, no Delaware, na manhã deste domingo (8) acompanhado da mulher, Jill. Biden foi eleito o 46º presidente dos Estados Unidos na tarde do último sábado (7) após vencer na Pensilvânia e em Nevada e derrotar Donald Trump, que foi visto jogando golfe mais uma vez neste domingo. Entre os presidentes que declararam ter religião, todos os outros também eram cristãos, mas protestantes.... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2020/11/08/segundo-presidente-catolico-dos-eua-biden-vai-a-missa-depois-de-eleito.htm?cmpid=copiaecola
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Eleito, Joe Biden se torna o segundo presidente católico da história dos Estados Unidos. Ele foi à missa na igreja St. Joseph, em Wilmington, no Delaware, na manhã deste domingo (8) acompanhado da mulher, Jill. Biden foi eleito o 46º presidente dos Estados Unidos na tarde do último sábado (7) após vencer na Pensilvânia e em Nevada e derrotar Donald Trump, que foi visto jogando golfe mais uma vez neste domingo. Entre os presidentes que declararam ter religião, todos os outros também eram cristãos, mas protestantes.... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2020/11/08/segundo-presidente-catolico-dos-eua-biden-vai-a-missa-depois-de-eleito.htm?cmpid=copiaecola
Eleito, Joe Biden se torna o segundo presidente católico da história dos Estados Unidos. Ele foi à missa na igreja St. Joseph, em Wilmington, no Delaware, na manhã deste domingo (8) acompanhado da mulher, Jill. Biden foi eleito o 46º presidente dos Estados Unidos na tarde do último sábado (7) após vencer na Pensilvânia e em Nevada e derrotar Donald Trump, que foi visto jogando golfe mais uma vez neste domingo. Entre os presidentes que declararam ter religião, todos os outros também eram cristãos, mas protestantes.... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2020/11/08/segundo-presidente-catolico-dos-eua-biden-vai-a-missa-depois-de-eleito.htm?cmpid=copiaecola
Eleito, Joe Biden se torna o segundo presidente católico da história dos Estados Unidos. Ele foi à missa na igreja St. Joseph, em Wilmington, no Delaware, na manhã deste domingo (8) acompanhado da mulher, Jill. Biden foi eleito o 46º presidente dos Estados Unidos na tarde do último sábado (7) após vencer na Pensilvânia e em Nevada e derrotar Donald Trump, que foi visto jogando golfe mais uma vez neste domingo. Entre os presidentes que declararam ter religião, todos os outros também eram cristãos, mas protestantes.... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2020/11/08/segundo-presidente-catolico-dos-eua-biden-vai-a-missa-depois-de-eleito.htm?cmpid=copiaecola
Mas o que Joe Biden tem a ver com as profecias? Seu nome não está codificado em nenhuma das páginas milenares da Bíblia, mas uma interpretação bíblica que vem se confirmando revela que a nação que ele vai governar participará no cumprimento de uma das últimas profecias da Bíblia. Essa profecia está em Apocalipse 13.
 
Neste capítulo há a descrição de duas potências que são inimigas dos adoradores fiéis de Deus. Nos recuados tempos quando o Império Romano governava o mundo, Deus revelou ao apóstolo João, autor do Apocalipse, o surgimento de dois poderes de influência mundial. O primeiro é representado por uma “besta que emerge do mar” (Ap 13:1). Os reformadores protestantes identificaram a “besta do mar”. Para Martinho Lutero, João Calvino e os grandes reformadores protestantes do século 16, todas as descrições proféticas de Apocalipse 13:1-10 aplicam-se perfeitamente ao Império Romano em sua fase papal, ou seja, à hierarquia religiosa mais poderosa do planeta. Seu histórico de intolerância para com as ideias discordantes, evidente em episódios como o da Inquisição, confirma que a Igreja Romana está representada na Bíblia como a primeira besta de Apocalipse 13.

A segunda potência descrita no mesmo capítulo está figurada como “outra besta que emerge da terra” (Ap 13:11). Segundo o relato bíblico, essa “besta” “possuía dois chifres”, parecia “um cordeiro, mas falava como um dragão”. Ela “exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença”. Segundo Vanderlei Dorneles, em seu livro O Último Império, o teólogo puritano Thomas Goodwin sugeriu em 1680 uma importante pista que levou à posterior identificação do símbolo profético. Ele concluiu que a segunda besta de Apocalipse 13 era a “imagem protestante do papado nas igrejas reformadas”.

Mais de um século depois, em 1798 e 1799, Jeremy Belknap e John Bacon, ambos da igreja congregacional, relacionaram os “chifres” da besta apocalíptica aos valores formativos dos Estados Unidos. Bacon defendeu que os dois chifres representavam a “liberdade civil e religiosa na América”. Os Estados Unidos eram independentes havia apenas 23 anos, e a Constituição americana vigorava há uma década.

Mas foi apenas em 1850 que essa interpretação se consolidou. George W. Holt, Hiram S. Case, Tiago White e Hiram Edson analisaram todos os elementos da profecia e concluíram que a segunda besta do Apocalipse é “a república protestante dos Estados Unidos”. No ano seguinte, um jovem de 22 anos chamado John Nevins Andrews destrinchou todas as evidências que apontam ser a nação americana a potência representada em Apocalipse 13:11-18. Com base nisso, ele previu que os Estados Unidos se tornariam um império mundial. Vale lembrar que, quando Andrews escreveu isso, a bandeira americana tinha apenas 31 das 50 estrelas que tem atualmente. Os 31 estados representados na flâmula compunham uma nação rural (apenas 15% da população vivia nas cidades). Ainda dependente da mão de obra escrava, o país com expressão econômica tímida no cenário internacional dava os primeiros passos de uma industrialização tardia em relação à Europa ocidental e tentava se erguer dos resultados da depressão econômica de 1837.

Hoje, é indiscutível a liderança norte-americana no panorama internacional. Isso confirma a interpretação da profecia, que também revela que a “besta da terra” (EUA) levaria as pessoas a se sujeitarem à autoridade da “besta do mar” (Vaticano). Segundo a profecia, a nação americana “faz com que a terra e os seus habitantes adorem a primeira besta” e “seduz os que habitam sobre a terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante da besta, dizendo aos que habitam sobre a terra que façam uma imagem à besta”.

A autora cristã Ellen G. White escreveu em 1888 que, “a fim de formarem os Estados Unidos uma imagem da besta, o poder religioso deve a tal ponto dirigir o governo civil que a autoridade do Estado também seja empregada pela Igreja para realizar os próprios fins” (O Grande Conflito, p. 443).

Em suma, “a imagem da besta” é uma nova versão do que vigorou na Idade Média: o papa mandava no rei, e o rei dava poder ao papa e executava a vontade deste.

Em seu livro Liberdade Americana e Poderio Católico, escrito em 1948, o jurista estadunidense Paul Blanshard previu, após minuciosa análise dos documentos históricos do catolicismo, que este pretendia conquistar poder político nos Estados Unidos. Blanshard alertou que a Igreja Católica, caso não mudasse sua postura, e caso os Estados Unidos não se precavessem contra ela, avançaria rumo ao controle do país e à supressão da liberdade religiosa.

Blanshard escreveu bem antes de 1984, quando os Estados Unidos estabeleceram relações diplomáticas com a Santa Sé. A aproximação entre a maior potência econômica e militar do planeta e a mais pujante hierarquia religiosa do globo deve ser encarada como a concretização de um perigoso cenário profético e apocalíptico. Segundo Ellen G. White, “quando as principais igrejas dos Estados Unidos, ligando-se em pontos de doutrinas que lhes são comuns, influenciarem o Estado para que imponha seus decretos e lhes apoie as instituições, a América do Norte protestante terá então formado uma imagem da hierarquia romana, e a aplicação de penas civis aos dissidentes será o resultado inevitável” (ibid., p. 445).

Três livros publicados pela Casa Publicadora Brasileira descrevem os pormenores das profecias referentes ao papel que os Estados Unidos desempenham no fim dos tempos. O livro Apocalipse 13: Isso Poderia Realmente Acontecer? apresenta a projeção do cenário social e religioso dos Estados Unidos, segundo as profecias bíblicas. Já a obra O Último Império: A Nova Ordem Mundial e a Contrafação do Reino de Deus revela como as pretensões imperialistas dos Estados Unidos podem levar a nação a impor leis religiosas em outros países. Além desses, o clássico O Grande Conflito reconta de uma perspectiva profética a história mundial e dá impressionantes previsões a respeito do futuro.

O cenário de união entre as potências religiosas e políticas do mundo é um dos últimos sinais que antecederão a segunda vinda de Cristo e o fim do mundo. Quando Cristo vier, as autoridades políticas e religiosas perderão seus poderes, e Deus salvará o seu povo e será o único governante do Universo, e “Ele reinará pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 11:15).
 
Portanto, precisamos acompanhar com atenção o que vem acontecendo em nosso planeta – com um olho na Bíblia e outro nos sinais –, mas é preciso, também, evitar alarmismos que apenas criam sensacionalismo e que, no fim das contas, quando tudo passa, deixam um rastro de frustração. Lembremo-nos sempre de que, mais importante do que os sinais em si é a pessoa para a qual os sinais apontam: Jesus Cristo. Devemos amar a vinda dEle, mas sem descuidar da nossa comunhão com Ele agora e da missão de falar do amor e da salvação que Ele ainda oferece. Ele voltará em breve? Sim, eu creio nisso. Mas minha vida pode ser ainda mais breve do que esse grande evento, posto que tão frágil e incerta. Isso é um lembrete de que nosso preparo tem que ser diário; nossa ligação com Deus tem que ser constante, e não dependente de acontecimentos e circunstâncias.

[Com informações de EFERevista Adventista]