quarta-feira, 3 de julho de 2024

PROFECIA: O FIM DE BABILÔNIA

Um fato importante para a compreensão desta profecia é que Isaías profetizou a queda de Babilônia, aproximadamente um século antes da Babilônia se tornar a maior potência mundial, com a ascensão da dinastia dos Caldeus ao poder. É interessante notar que os Caldeus nem tinham o domínio total do mundo de então, e Deus já estava dando orientação de como seria o seu final.

O profeta, ao fazer a profecia, descreve como seria Babilônia em seu apogeu, e isto está em todo o capitulo 13 de Isaías, mas logo em seguida conta quão trágico seria o seu fim. Capítulo 13:20 diz: “Nunca mais será habitada, nem reedificada de geração em geração; o árabe não armará ali a sua tenda, nem os pastores ali farão deitar seus rebanhos”.

Vamos conhecer um pouco sobre a antiga cidade de Babilônia. Ela ficava às margens do rio Eufrates e cerca de 88 quilômetros ao sul da moderna cidade de Bagdá e ao norte da cidade de Hila, no centro do atual Iraque.

Heródoto, historiador grego, que nasceu em 484 AC., afirma que a cidade media quase cem quilômetros. A população era de mais de um milhão de habitantes. As muralhas contavam com cem portões de bronze, vinte e cinco de cada lado. As muralhas chegavam em alguns lugares a ter 107 metros de altura e cerca de 27 metros de largura. Um profundo e largo fosso com água circundava as muralhas. As principais avenidas eram traçadas formando ângulos retos. Os jardins suspensos formavam um quadrado com 120 metros de cada lado, construídos em terraços. As partes mais altas dos jardins, continham árvores. Havia duzentos e cinqüenta torres nas muralhas. Numerosos canais cruzavam a região. Os maiores desses canais eram navegáveis e estavam todos ligados aos rios Eufrates e Tigre.

Babilônia, começou a se tornar uma potência a partir do dia 22 de novembro de 626 AC, quando Nebopolassar, assumiu o trono. Aos poucos foi derrotando aqueles que se opunham ao seu comando. Em 612 derrotou a poderosa Assíria. Seu filho Nabucodonosor, derrotou Neco, do Egito, em Carquemis, no ano de 625 AC. Nabucodonosor, reinou de 605-556 AC e teve um longo e brilhante reinado. Foi durante o seu reinado que invadiu Jerusalém e levou o povo israelita cativo. Foi esse mesmo rei que lançou os três jovens hebreus na fornalha ardente. Nabucodonosor transformou a cidade de Babilônia na mais esplendorosa das capitais, tornando-a a principal no mundo civilizado da época.

O tempo passou e Daniel, que havia sido levado bem jovem para Babilônia, agora era um senhor já bem idoso. Assumiu o poder, nesta ocasião, um nobre de Babilônia, por nome de Nabonido, mas acabou apontando a Belsazar, seu filho, como co-regente. Nabonido foi o último rei de Babilônia. No décimo sétimo ano de Nabonido, aproximadamente 539 AC., Ciro, rei da Pérsia, invadiu Babilônia.

Qual foi o ultimo ato de Belsazar, antes da cidade ser tomada? O filho de Nabonido, Belsazar, estava dando uma grande festa a mil de seus grandes (Daniel 5:1). Bebeu muito vinho na presença dos convidados. Havia uma tranqüilidade total, mesmo sabendo que os Medos e Persas estavam para atacar a qualquer momento. Belsazar, sem dar a mínima importância ao exército inimigo, ordenou que os vasos sagrados de Jerusalém, que seu avô havia trazido de Judá para Babilônia, fossem buscados para a festa porque ele queria beber vinho nesses vasos. Porém, quando estavam no auge da festa, a atenção foi atraída para uma cena aterrorizadora. Uma mão escrevia algo na parede, que ninguém conseguia entender. O terror tomou conta de todos. A música parou de ser tocada. Daniel, o velho Daniel, foi chamado e deu a interpretação do que estava acontecendo.

Note qual era a mensagem que coube a Daniel transmitir. “Deus contou o teu reino e o acabou. Pesado foste na balança e achado em falta. Dividido foi o teu reino, e dado aos Medos e Persas” (Daniel 5:26-28).

O rei e seus súditos estavam confiantes nos muros inexpugnáveis de Babilônia, porém naquela noite que Belsazar dava a festa, fora dos muros, Ciro executava o seu plano para invadir a cidade. Herodoto, conta que Ciro havia anteriormente feito secar o Palacopas, um canal que atravessava a cidade de Babilônia, levando as águas supérfluas do Eufrates para o lago Nitócris, a fim de desviar o rio para ali. Assim, o rio baixou de nível, e os soldados puderam penetrar na cidade através do leito quase seco. Num outro momento nós vamos estudar o que aconteceu com os portões de Babilônia, que estavam abertos. Ciro entrou e tomou a cidade, e mais tarde fez de Susã a capital do seu reino. Babilônia, foi entrando em declínio, ao ponto de que no ano 24 DC ela já estava em ruínas, e segundo Jerônimo, que viveu no VI século DC, Babilônia se reduzira a um local de caçadas de monarcas persas, e que, a fim de preservar a caça, as muralhas eram reparadas de vez em quando.

Querido leitor, o que podemos aprender da profecia da queda de Babilônia? Primeiro que só Deus conhece o futuro. Ninguém mais. Outra coisa é que segurança mesmo só existe no Senhor. Nenhuma casa ou fortaleza é suficiente para nos proteger. E, também podemos destacar que o orgulho sempre precede a queda. Não foi diferente com Babilônia e não será diferente hoje em dia também.

Algo também digno de nota é que Babilônia, nas Escrituras Sagradas, não representa somente uma região geográfica. O termo grego Babylṓn é usado apenas 12 vezes no Novo Testamento. Sua maior incidência está no livro do Apocalipse (Apocalipse 14:8; 16:19; 17:5; 18:2,10 e 21). Nele, tem-se a Babilônia como um símbolo dos poderes das trevas que perseguem o povo de Deus no tempo do fim.

Em Apocalipse 14:8, é predita a queda da Babilônia espiritual, assim como nos tempos do reinado de Belsazar. Ao descrever as sete últimas pragas, João declara que Deus se lembrará da Babilônia e lhe dará o “vinho do furor da sua ira” (Apocalipse 16:19). Embora Apocalipse 17 descreva a grande hostilidade destes poderes a ponto de se embriagarem com “o sangue das testemunhas de Jesus (Apocalipse 17: 5-6), chegará a hora de seu juízo e Babilônia cairá (Apocalipse 18).

O conteúdo de Daniel 5 traz uma reflexão a respeito da transitoriedade dos reinos terrestres, o juízo de Deus e aponta para a queda antitípica da Babilônia do tempo do fim. Assim como Ciro conquistou Babilônia com seu exército, Jesus dará fim à Babilônia espiritual e estabelecerá o seu reino eterno, por ocasião de sua vinda. Por isso, “ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá” (Mateus 24:44).

Ellen G. White escreve: "Do surgimento e queda das nações conforme expostos nos livros de Daniel e Apocalipse, precisamos aprender quão sem valor é a glória meramente terrena e externa. Babilônia, com todo o seu poder e magnificência, como nosso mundo jamais contemplou igual — poder e magnificência que ao povo daquele tempo pareciam estáveis e permanentes — quão completamente passou. 'Como a flor da erva' (Tiago 1:10), pereceu. E assim perece tudo o que não tem a Deus por fundamento. Apenas o que está vinculado ao Seu propósito, e expressa Seu caráter, pode perdurar. Seus princípios são a única coisa firme que o nosso mundo conhece" (Profetas e Reis, p. 548).


terça-feira, 2 de julho de 2024

POR QUE HÁ TANTAS RELIGIÕES?

É praticamente impossível mensurar o número de religiões que existe no mundo. Mas, atualmente, as religiões com mais adeptos na população mundial são o cristianismo (28%); islamismo (22%); hinduísmo (15%); e o budismo (8,5%). O judaísmo alcança aproximadamente 16 milhões de pessoas. O espiritismo, embora não considerado uma religião, possui cerca de 18 milhões de adeptos. A exemplo desses movimentos religiosos, a grande parte das religiões no mundo ainda se subdivide em grupos segmentados, partidos e denominações com diferenças doutrinárias e práticas. Além disso, existem religiões e seitas menores, praticados por etnias específicas, como grupos indígenas, aborígenes e tribos do interior da África que possuem o seu próprio sistema de crenças.

Muitos desse movimentos religiosos são monoteístas, como o cristianismo, islamismo e judaísmo, que compartilham a adoração pelo mesmo Deus, o Deus de Abraão, mas com diferenças doutrinárias marcantes entre elas. Outros grupos monoteístas como o sikhismo acreditam que a verdade não é limitada a uma só crença.

Por outro lado, existem religiões politeístas, que adotam um grupo de divindades em que cada uma é patrona de uma ou mais forças da natureza. Muitas dessas religiões politeístas recorrem ao ocultismo, o animismo e ao culto aos antepassados, entre outras crenças espiritualistas atribuídas aos seus deuses. Outras religiões, como o hinduísmo, creem que existe uma força divina vital que permeia todos os elementos da natureza, com o poder de transformar tudo o que existe em um deus potencial. Outras crenças alegam que os seres vivos, sobretudo os humanos estão presos ao mundo físico, e passam por uma peregrinação espiritual em busca de uma esfera superior de existência, como a iluminação, a eternidade ou o bem final. Essa peregrinação depende da força espiritual intrínseca ao ser humano, que pode durar eras de reencarnação.

Muitas dessas religiões possuem grande influência sobre a sociedade, a política e o governo. Essas influências se expressam na divisão de castas, como na Índia, ou na esfera civil, social e política, a exemplo da Itália, do Vaticano e da Turquia. Já outras nações adotam uma religião nacional oficial que dita a sua legislatura como os Emirados Árabes Unidos. Em muitos países onde a religião é oficial ou exerce influência social e política, existem perseguições e conflitos acirrados com outros grupos religiosos.

Existe também um grande número de pessoas que não confessa nenhuma religião (14,3% da população mundial). Esse grupo pode ser segmentado em pessoas que respeitam a religiosidade, mas não se posicionam em nenhuma crença; pessoas antirreligiosas e grupos hostis a qualquer religião. A ateísmo corresponde a quase 4% da população, e confessa não existir nenhum tipo de divindade.

Por que existem tantas religiões? Essa é uma pergunta vital para definir a identidade humana. Esse artigo não é um estudo antropológico ou filosófico sobre a religiosidade humana, mas uma reflexão que se baseia na Bíblia, adotando as seguintes premissas: 1) o Deus da Bíblia é o único e verdadeiro Deus; 2) a Bíblia, na sua totalidade, é a revelação de Deus para a humanidade; 3) Deus é o Criador do Universo, e fez os céus e a terra em seis dias literais; 4) o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus; mas, 5) vive atualmente fora dos padrões divinos da criação, em virtude do pecado.

A antropologia descritiva assume que todo tipo de religião é criado pela comunidade humana que se prostra diante dela, numa atitude de projeção. “Projeção” é um mecanismo de defesa em que atributos pessoais, pensamentos indesejados, traumas psicológicos, expectativas do futuro e emoções são atribuídos a outro indivíduo, grupo ou realidade (como um trauma do passado). No caso da religião, o ser humano projeta tudo isso em uma ou mais divindades, força sobrenatural, entidade espiritual, culto ou um ritual, para explicar a sua existência, seus complexos e perspectivas. Em outras palavras, o ser humano cria seus próprios deuses, cultos e rituais para justificar o seu modo de viver. Embora essa descrição seja plausível, ela não é absolutamente verdadeira, nem aplicável a todo movimento religioso.

Mas há um fator a se considerar. Essa afirmação comprova que a maioria dos seres humanos possui uma tendência inerente à religiosidade. Todo ser humano tem a necessidade de crer, adorar e servir alguém maior que ele. Até mesmo os ateus cultuam a razão e o conhecimento do Universo como algo maior que eles. Ora, se o Universo fosse o resultado de um processo meramente evolutivo ausente de qualquer poder sobrenatural ou divino que o guiasse, essa tendência natural que molda culturas não seria parte do ser humano.

Então, se nós temos a tendência de adorar, é lógico entender que fomos, de alguma forma projetados por um ser superior. A religião bíblica (e não estamos falando de um grupo ou denominação cristã específica, mas daqueles que creem na Bíblia como revelação de Deus) crê que o ser humano foi criado por Deus no sexto dia da criação. “Criou, Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gênesis 1:27). Isso explica a religiosidade humana. O ser humano criado por Deus se volta para Aquele que é o padrão da sua imagem.

“Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até o fim” (Eclesiastes 3:11). Na Terra, toda a Criação era esteticamente perfeita e agradável aos sentidos. Deus presenteou o homem com o senso da eternidade, de que nós pertencemos a algo maior na dimensão do tempo e do espaço. Essa “consciência do infinito” gerava um sentimento de conexão entre o Criador e a criatura. No Éden, o senso da eternidade era perfeitamente preenchido por Deus, satisfeito na adoração do seu caráter de amor e no reconhecimento de que ele é o dom da vida.

Quando Adão e Eva, enganados por Satanás, buscaram o impossível de ser semelhantes ao Criador (Gênesis 3:1-6; veja Isaías 14:12-14), crendo que poderiam ser seus próprios deuses, abandonaram o verdadeiro e único Deus. Essa desconexão do infinito nos faz sentir pequenos, preocupados com o futuro que não conhecemos e insatisfeitos com as coisas transitórias e limitadas da nossa vida de pecado. Essa desconexão gerou uma busca incessante por aquilo que perdemos. O vazio precisava ser preenchido novamente; e Satanás se aproveitou disso para distorcer o conceito de adoração. À medida que as gerações passavam, antes e depois do dilúvio, o ser humano buscou satisfazer essa necessidade na procura de poder, prosperidade e no culto a deuses imaginários, imagens de escultura, ou a si mesmo (Êxodo 20:3-6). Por isso, a humanidade mergulhou nos piores estágios de violência, perversão, corrupção e degradação.

Hoje, mesmo que haja pessoas inconscientes ou céticas a respeito de Deus, todos nós sentimos a necessidade de segurança em relação ao infinito na dimensão espaço-tempo. Somos uma raça de 8 bilhões de pessoas vivendo em um minúsculo grão de poeira cósmica, totalmente expostos ao poder das forças do Universo. Como podemos saber se o Sol não vai nos fritar no calor de uma supernova, se a Lua vai se chocar com Terra, ou se algum asteroide vai causar uma extinção em massa? Como sabemos se vamos sofrer um acidente a caminho de casa, ou contrair uma doença fatal? Somos tão pequenos diante da imensidão!

Carl Sagan, cosmólogo ateu disse que “a imensidão só é tolerável por meio do amor”. Mas, João disse que “Deus é amor” (1 João 4:8). Por isso, o ser humano só pode encontrar verdadeira segurança e sentido para a vida voltando para suas antigas origens.

O termo grego que define “pecado” é hamartia, que significa “errar o alvo”, como quando um arqueiro errava o alvo ao atirar sua flecha. A hamartia ou “pecado” ocorre quando o ser humano se prostra diante da satisfação dos seus desejos pecaminosos, quando os coloca acima da vontade amorosa de Deus. Toda vez que pecamos, erramos o alvo, pois estamos adorando a nós mesmos.

Isso explica porque há tantas religiões. Nesse contexto, os antropólogos da religião estão certos ao afirmarem que fenômenos religiosos são criados pela comunidade humana que se prostra diante deles, como um mecanismo de projeção. O ser humano, na necessidade de satisfazer suas aspirações pecaminosas, se prostra diante de deuses fabricados, e lhes oferecem culto.

Um ponto importante que esse artigo quer ressaltar é que a maioria dos membros desses grupos religiosos promove a prática de boas obras, do bem estar social e da assistência aos necessitados. Isso ocorre no mundo inteiro. Devemos admitir que muitos princípios e valores de grandes religiões do mundo se parecem muito aos da Bíblia, e isso é louvável! Isso mostra que, mesmo pecadores, sentimos uma necessidade inerente pelo bem, mesmo que não consigamos praticá-lo. Realmente, há muita gente que não crê em Deus, que deve servir de exemplo para muitos que professam ser cristãos.

Esse artigo não tem o propósito de criticar a fé sincera de ninguém. Mas é um erro acreditar no provérbio de que “todos os caminhos conduzem a Deus”. Provérbios 16:25 diz que “há caminho que parece direito ao homem, mas afinal, conduz à morte”.

Um diferencial da religião da Bíblia, e não estamos falando do judaísmo ou de nenhuma denominação cristã, é o modo como Deus e o ser humano são retratados. Na maioria das religiões ao redor do mundo, o ser humano está num caminho e deve buscar e praticar o bem, ou guerrear por sua causa, a fim de evoluir para uma esfera superior. Os seus deuses muitas vezes são retratados como seres que evoluíram para o mundo espiritual, energias impessoais ou divindades preexistentes caprichosas e, muitas vezes cruéis, que precisam ter seu apetite satisfeito por meio de oferendas ou grandes sacrifícios. Essa, inclusive é a razão de muitos conflitos e atos terroristas no mundo.

Mas, a Bíblia retrata um Deus totalmente diferente. Ele é único, todo poderoso, criador de todas as coisas, e doador de vida, detentor de toda a autoridade do Universo e digno de adoração. Mas, Deus também é amor, e ama o ser humano a ponto de morrer para salvá-lo da sua condição irreversível de pecado. Ele também nos manda amar aqueles que pensam diferente de nós. Por isso, João 3:16 resume o trabalho de Deus em prol da humanidade caída: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna”. Enquanto muitas religiões no mundo, inclusive cristãs, advogam que o ser humano precisa de boas obras a fim de alcançar a salvação, a religião da Bíblia advoga que o único que pode salvar o homem e elevá-lo a um nível superior de existência é Deus.

Jesus, a revelação pessoal de Deus ao homem, deixou claro em Mateus 7:13 e 14 que só há dois tipos de caminhos. “Entrai pela porta estreita, pois larga é a porta, e espaçoso é o caminho que conduz para a perdição, e muitos os que entram por ela; porque estreita é a porta e apertado o caminho que conduz a vida, e são poucos os que acertam com ela”. Por isso, só um caminho conduz a Deus, e esse caminho é Jesus Cristo (João 14:6).

Sendo assim, devemos recorrer ao seu estudo para conhecer a Deus e adorá-lo. “Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1:19-21).

A Bíblia diz que haverá muitas pessoas na eternidade que nunca tiveram ideia de quem é Deus, ou até mesmo receberam um conceito totalmente distorcido a respeito dele. Essas pessoas vão ter o privilégio de conhecê-lo cara a cara, e aprender do seu amor na eternidade.

Mas Jesus nos diz: “Vão e façam discípulos de todas as nações, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu ordenei a vocês” (Mateus 28:19, 20). O Senhor requer que o verdadeiro cristão fale, com firmeza e amor, a toda pessoa sobre o plano de Deus para nos salvar e nos restaurar ao propósito da existência que Ele idealizou para nós. Se amamos a Deus, devemos pregar a palavra a tempo e fora de tempo (2 Timóteo 4:2), aproveitando cada oportunidade para apresentar o Salvador ao mundo.

Denis Versiani (via Tempo Profético)

"Não há muitos caminhos para o Céu. Não pode cada um escolher o seu. Cristo diz: 'Eu sou o caminho. [...] Ninguém vem a Meu Pai, senão por Mim' (João 14:6). Desde que foi pregado o primeiro sermão evangélico, quando no Éden se declarou que a semente da mulher havia de esmagar a cabeça da serpente, Cristo fora exaltado como o caminho, a verdade e a vida. Ele era o caminho ao tempo em que Adão vivia, quando Abel apresentava a Deus o sangue do cordeiro morto, representando o sangue do Redentor. Cristo foi o caminho pelo qual se salvaram patriarcas e profetas. Ele é o único caminho pelo qual podemos ter acesso a Deus" (Ellen G. White - O Desejado de Todas as Nações, p. 470).

segunda-feira, 1 de julho de 2024

DESEJAR A PERSEGUIÇÃO?

Segundo Ellen White, desejar perseguição ou o decreto dominical não está alinhado com os ensinamentos cristãos. Ela adverte que os crentes não devem buscar ou ansiar pela perseguição, mas devem estar preparados espiritualmente para enfrentá-la quando ela ocorrer.

“Quando nossa nação, em seu concílio legislativo, aprovar leis que obriguem a observância do domingo, os que preferirem obedecer a Deus antes que aos homens serão oprimidos e perseguidos. Sejam eles sempre prudentes e evitando qualquer provocação. Não devemos buscar ou desejar esse tempo de prova” (O Grande Conflito, p. 609).

“Os seguidores de Cristo não devem procurar a perseguição. Devem seguir seu Mestre e esperar pacientemente até que Ele abra o caminho diante deles. Não devem provocar os poderes de trevas ou a ira dos homens, mas, em vez disso, viver de tal forma que possa ser dito deles: ‘Eles têm uma vida santa, pura e abnegada'” (Testemunhos para a Igreja, v. 5, p. 452).

“Não é nossa missão incitar a perseguição, mas, através de uma vida fiel e consistente, mostrar a beleza da santidade” (Testemunhos para a Igreja, v. 6, p. 399).

“O decreto que ordena a observância do domingo está longe de ser desejável. Quando chegar o tempo de teste, a lealdade a Deus será o grande ponto de divergência. No entanto, nossos esforços devem ser direcionados para o crescimento espiritual e a preparação para estar firmes na verdade” (O Grande Conflito, p. 594).

“A verdadeira fé em Deus não busca sofrimento ou perseguição como uma validação. Em vez disso, ela se manifesta em obediência, amor e serviço abnegado, independentemente das circunstâncias” (Caminho a Cristo, p. 71).

“Não devemos desejar o tempo de perseguição, mas sim orar e vigiar, estando sempre preparados para enfrentar as provas com coragem e fé inabalável” (Eventos Finais, p. 121).

Essas citações reforçam a mensagem de Ellen G. White de que os cristãos devem viver em paz, evitando provocar conflitos desnecessários, e focar na preparação espiritual para enfrentar qualquer desafio que possa surgir em sua caminhada de fé. O foco deve ser manter uma relação fiel e obediente com Deus, confiando que Ele guiará e protegerá Seu povo em tempos de provação.

A ideia central é que os cristãos devem buscar viver de acordo com os princípios de Deus, promovendo a verdade e o amor, ao invés de desejar tempos difíceis como prova de sua fé. Ellen White encoraja os crentes a viverem em harmonia com a vontade divina, mantendo uma atitude de vigilância e preparação, mas sem desejar ou provocar a perseguição.

White também enfatiza a importância de espalhar a mensagem do evangelho e de viver uma vida que reflita os ensinamentos de Cristo, influenciando positivamente aqueles ao redor e mostrando o caráter de Deus através de suas ações e palavras.

[Ronaldo Ewerton é químico industrial, tem licenciatura em Química e é bacharelando em Ciência e Tecnologia]

Nota do blog: “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós” (Mateus 5:10-12).

Convido você a orar comigo agora mesmo. "Pai, obrigado pela promessa de que quando formos perseguidos, insultados, zombados, Tu estarás conosco e que podemos realmente nos alegrar porque estamos participando de Teu sofrimento. Senhor, pedimos que nos guies de maneira especial ao enfrentarmos o futuro e o que quer que possa vir. Que nunca sejamos tentados a, de alguma forma, nos desconectar ou renegar a Ti. Mas que possamos nos colocar firmemente ao Teu lado e perceber que Tu estarás conosco até o fim, e que um dia em breve Tu nos darás novos corpos, novas vidas, e que seremos eternamente jovens, pois somos fiéis a Ti. Obrigado por nos ouvires e obrigado pelo poder que vem apenas do céu para nos sustentar nessas dificuldades. Nós Te agradecemos, em nome de Jesus, amém!"

OLIMPÍADAS E A VIDA CRISTÃ

A cidade luz está prestes a brilhar mais intensamente com a chegada dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, que se iniciarão no dia 26 de julho, data da cerimônia de abertura. O evento, que se estenderá até 11 de agosto, promete ser um marco de inovação, sustentabilidade e inclusão. Atletas de diversas modalidades, preparados à exaustão, competem pela vitória, em busca da tão desejada medalha de ouro.

“Todos vocês já foram ao estádio e viram corridas. Vários atletas correm, mas apenas um vence. Correr para vencer: é para isso que bons atletas treinam duro. Eles fazem isso por uma medalha de ouro, que perde o brilho e o valor, mas vocês estão atrás da medalha que nunca envelhecerá” (1Co 9:24, 25 - A Mensagem).

O apóstolo Paulo ao escrever a primeira carta aos cristãos na cidade de Corinto, na Grécia, em determinado momento usou de um costume do país para fazer uma analogia e lhes ensinar sobre a seriedade dos ensinamentos de Cristo. Para explicar o que significava a busca focada no prêmio da salvação eterna, comparou esta dedicação aos esforços empreendidos pelos atletas dos antigos jogos olímpicos, onde estes buscavam tão somente uma coroa perecível, ainda que mediante rigoroso treinamento. Segundo Paulo, o cristão precisa escravizar o corpo e seus desejos nocivos incentivados pelo mundo, a fim de que isto também lhe sirva como resultado de aprovação diante de Deus. Ellen G. White nos explica melhor o que devemos fazer:

"Para alcançar um prêmio perecível, os corredores gregos não fugiam a qualquer esforço ou disciplina. Nós estamos lutando por um prêmio infinitamente mais valioso, a própria coroa da vida eterna. Quão mais cuidadosa deveria ser nossa luta, e quão maior nossa disposição para o sacrifício e renúncia! Inveja, malícia, ruins suspeitas, maledicências, cobiça - são embaraços que o cristão deve pôr de lado, se quiser correr com êxito a carreira para a imortalidade. Cada hábito ou prática que conduz ao pecado e leva a desonra a Cristo precisa ser posto de lado, seja qual for o sacrifício. A bênção do Céu não pode acompanhar qualquer homem em violação dos eternos princípios de justiça. Um pecado acariciado é bastante para promover a degradação do caráter e desviar a outros. Não é dos ligeiros a carreira, nem dos valentes a peleja. O mais fraco dos santos, bem como o mais forte, podem alcançar a coroa de glória imortal. Podem vencer todos os que, pelo poder da divina graça, conduzem a vida em conformidade com a vontade de Cristo" (Atos dos Apóstolos, pp. 309-313).

À época dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, que tiveram início na Grécia no ano de 776 a.C., os vencedores, ao final dos cinco dias de competição, seguiam em procissão até o templo de Zeus para adorá-lo, e ali recebiam cada qual uma coroa de louro. Depois disto, retornavam às suas cidades onde eram homenageados, recebendo alimentação gratuita, estátuas em sua honra, além de seus nomes serem cantados pelos poetas locais.

As olimpíadas antigas tinham em si grande importância religiosa, pois emparelhavam os eventos esportivos aos rituais de sacrifício em honra a Zeus e a Pélope, este um rei mítico de Olímpia, na Grécia. A data da última apresentação ocorreu por volta de 393 d.C., quando o imperador Teodósio I decidiu eliminar todas as práticas e cultos pagãos, dentre eles os jogos olímpicos. Em que pese as olimpíadas modernas não terem associação explicitamente direta com as cerimônias pagãs, elas mantêm alguns rituais que remontam à antiguidade, dentre eles o acendimento da tocha que é feito por uma esportista que representa a antiga sacerdotisa daqueles ritos.

Todos sabem que o exercício físico moderado é de ótimo proveito, pois além de eliminar o stress e as toxinas advindos da vida moderna, também dá ao corpo o fortalecimento que precisa para continuar a ter um bom desempenho mesmo com o envelhecimento. A doutrina de saúde ensinada pela igreja adventista, e que encontra suas bases no antigo testamento, tem suas benesses e disto ninguém duvida. Contudo, algo que precisamos aprender e que se pode atribuir essencial importância à vida cristã, é encontrado em outra carta de Paulo: “Exercita-te no amor. Se o exercício corporal traz algum pequeno proveito, o amor, este sim, é útil para tudo, porque tem a promessa da vida presente e da futura” (1Tm 4:8).

Os ideais expressos no juramento olímpico afirmam que a coisa mais importante nos jogos não é vencer, mas participar, assim como a coisa mais importante na vida não é o triunfo, pois o essencial não é ter vencido, mas lutado. No que concerne a uma regra de esporte ou mesmo de vida, tais ideais se adequam perfeitamente, mas lembrem-se sempre das palavras de Paulo quando o alvo seja a salvação de sua alma, a que também atribuiu analogia às antigas competições, afirmando: “Esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3:10-14).

Não se deixe enganar. Neste caso é necessário a todos lutar e vencer. Que tua vida seja repleta de vitórias aos olhos de Deus. E que o Senhor nos leve até o fim de nossa jornada em busca da medalha que dura para sempre. Que o nosso coração seja motivado pelo Espirito Santo como nosso treinador a seguir em frente sempre.