quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Falta de empatia: a doença do mundo

Talvez uma das palavras mais utilizadas no contexto atual do mundo em que uma pandemia provocou profundas mudanças em nossas rotinas e grandes prejuízos às populações. A empatia está “em alta”. O dicionário Michaelis apresenta, em sua versão on-line, as seguintes definições para a palavra: “habilidade de imaginar-se no lugar de outra pessoa”, “compreensão dos sentimentos, desejos, ideias e ações de outrem”. Dessas duas concepções, compreende-se o porquê de se falar tanto em empatia: é uma habilidade essencial que precisamos desenvolver, em especial em um momento em que tantas pessoas estão sofrendo pelos mais diversos motivos. Mas como colocar a empatia em prática sem ficar apenas no discurso?

Por um mundo de empatia
Sabe aqueles dias em que você não está bem, ou quando você analisa a sua vida e percebe que as coisas não estão nem um pingo do jeito que você gostaria? Ou, ainda, quando acontece algo que tira o nosso chão e nos deixa sem rumo? Nesses momentos, a tristeza é inevitável, assim como o sentimento de impotência diante da vida, de tal maneira que a chama que nos mantém firmes enfraquece. Precisamos, então, de pessoas capazes de se colocar no nosso lugar e, de algum modo, sentir a nossa dor. Ou seja, precisaremos da empatia dos que nos cercam, para que percebamos que não estamos sozinhos e que, por mais dolorosa que seja a caminhada, chegaremos ao final.

Em uma sociedade tão individualista e egoísta como a nossa, torna-se extremamente difícil encontrar pessoas empáticas. Cada um pensa na sua satisfação pessoal e na resolução dos problemas que unicamente o incomodam, de forma que não há um olhar contemplativo em relação ao todo, para que possamos enxergar que a vida não se circunscreve apenas à nossa existência e que as outras pessoas também têm problemas e dores, já que são seres humanos como nós também somos.

Dessa forma, para que se possa ter empatia, antes é necessário fugir do senso comum, que prega apenas valores individualistas voltados para o próprio umbigo. Em outras palavras, jamais conseguiremos possuir empatia se o nosso mundo se circunscrever somente a nós, de modo que o outro seja algo totalmente inóspito e sem as mesmas constituições emocionais que as nossas.

Para ter empatia, é indubitável que o indivíduo permita ser tocado por um dor que não é sua e esteja aberto àquele novo mundo à sua frente. É preciso permitir ter as suas veias e artérias invadidas por um corpo estranho, com pensamentos diferentes dos seus, problemas diferentes dos seus e monstros diferentes dos seus. É preciso estar aberto a um ser que, mesmo diferente, precisa de um olhar e de um afago que o faça sentir que não está atravessando aquela tormenta sozinho.

No entanto, em uma sociedade em que o egoísmo predomina, é difícil encontrar pessoas que realmente possuem a capacidade de colocar-se no lugar do outro. Pessoas que vão além da simpatia, que é importante, mas não supre de modo algum a falta da empatia. Quando estamos tristes, não precisamos apenas de alguém que só saiba contar piadas e nos queira levar pra sair. Precisamos de alguém que entenda a nossa dor, que respeite o nosso luto e que demonstre que, apesar de incômoda, aquela é uma situação que faz parte da vida e que devemos enfrentá-la, por mais que seja difícil.

Precisamos de pessoas que sejam capazes de também mostrar a suas feridas, revelar os seus medos e confessar as suas fraquezas, para que percebamos que não somos os únicos que choramos e, às vezes, temos vontade de desistir. Não se trata de provocar “felicidade” em função de uma tristeza alheia, mas de demonstrar a humanidade que há em nós, que faz coisas belas e grandiosas e também tem fraquezas, dores e angústias. Isto é, demonstrar que todos nós caímos e precisamos de ajuda e que a dor, que agora sentimos, outros já sentiram e sentem, de modo que não há motivo para desespero, pois o fardo que parece insuportável, outros já suportaram, bem como não é necessário carregá-lo sozinho, pois há alguém para dividir esse fardo e ajudá-lo a sair dessa situação.

Assim, ter empatia é ter o coração aberto para outra vida que precisa de nós naquele momento. É saber que, naquele lugar, poderia ser eu, você ou qualquer um. É ter a sensibilidade para perceber que não é porque uma determinada situação não mexe conosco, que não mexe com o outro; que não é porque algo não aperta o nosso peito, que o outro não possa sentir o seu peito esmagado.

Ter empatia é entender que as pessoas são diferentes, sofrem por coisas diferentes, reagem às situações internas e externas de modo diferente, mas que, acima de tudo, são seres humanos que, em meio a divergências, fazem a mesma coisa: sentem. E, assim, precisam ser ouvidas, compreendidas e acarinhadas, pois o que há de mais nobre na empatia é essa capacidade de sentir uma dor que talvez jamais nos incomodasse, mas que nos incomoda pelo outro, em razão do outro e por isso é, ao mesmo tempo, tão pesada e bela e faz com que sintamos o âmago de outro ser ecoando dentro de nós.

Como diz Kundera: “Não existe nada mais pesado que a compaixão. Mesmo nossa própria dor não é tão pesada quanto a dor co-sentida com outro, por outro, no lugar de outro, multiplicada pela imaginação, prolongada por centenas de ecos.”

Falta de empatia
Sem empatia há corruptos, traidores, violentos, assassinos, aproveitadores, charlatões, enrolões, abusadores, perversos, impacientes, intolerantes, presunçosos, folgados, procrastinadores, indiferentes.

Sem empatia, há contratos quebrados, acordos não cumpridos, identidades roubadas, lares destruídos, milhões desviados, trabalhos mal feitos, filas cortadas, favorecimentos ilícitos, chutes nos carros, cortadas no trânsito.

Sem empatia, alguns acreditam ser mais merecedores que outros e, portanto, se dão à comodidade de serem cegos, surdos e mudos para qualquer necessidade que não seja a sua própria. Sem empatia há o “venha a nós, mas ao vosso reino, NADA”.

A falta de empatia é o câncer do mundo, mas sua presença, a cura dele.

Falta de empatia na igreja
A nossa igreja parece estar cheia de pessoas simpáticas e pouco empáticas. Receber alguém na minha igreja com um sorriso e a paz do Senhor é ser simpático, o que é muito legal, mas ir à rua, ouvir as pessoas, entender o que elas vivem e sentem é ser empático, o que é melhor ainda.

Um evangelho vivido apenas de púlpito não me parece empático. Ele dita apenas as regras para você se enquadrar no time. Já o evangelho vivido no trabalho, na faculdade, na vizinhança pode se tornar empático, pois as chances são maiores de entender o dilemas vivido pelas pessoas em seu contexto social. A palavra empatia não está na Bíblia, mas ser empático é ser misericordioso, e feliz é aquele que tem misericórdia, pois serão também tratados com misericórdia. Vejamos estes dois pensamentos de Ellen G. White:

"Aprendam acerca das necessidades dos outros! Esse conhecimento desperta empatia, que é a base para um ministério eficaz. Ao tentarem aprender acerca das tremendas necessidades das pessoas... vocês tornar-se-ão menos egocêntricos e mais capazes de simpatizar com a situação desesperada de milhões" (Um Convite à Diferença, p. 91).

"Que maravilhoso pensamento este, de que Jesus tudo sabe acerca das dores e aflições que sofremos! Em todas as nossas aflições foi Ele aflito. Alguns dentre nossos amigos nada sabem da miséria humana e da dor física. Nunca ficam doentes, e portanto não podem penetrar plenamente nos sentimentos daqueles que se acham doentes. Jesus, porém, Se comove com o sentimento de nossa enfermidade. Ele é o grande missionário médico. Tomou sobre Si a humanidade e colocou-Se à cabeceira de uma nova dispensação, a fim de que possa reconciliar justiça e compaixão" (Manuscrito 19, 1892).

Através de Seu exemplo amoroso, Jesus nos ensina a ter empatia.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

O ERRO DOS OUTROS

Gastar tempo pensando no pecado, nos erros ou nos defeitos dos outros não é algo comum apenas entre cristãos. É algo comum ao ser humano. Não é por menos que existem pessoas que ganham a vida profissionalmente comentando as falhas que pessoas famosas cometem.


Mas, como cristãos, apesar de termos os aspectos morais saltando constantemente diante de nossos olhos, temos razões para não nos concentrarmos tanto em pensar sobre como as outras pessoas violam as diferentes normas que existem.

Relacionei abaixo quatro razões pelas quais não devemos gastar nosso tempo pensando nos erros dos outros. É possível que você consiga pensar ainda em outras razões. Irei me deter em comentar apenas estas quatro:

1. Quando você gasta muito tempo pensando nos erros dos outros, você acaba gastando pouco tempo pensando em seus próprios erros.

Analisar o comportamento das outras pessoas é muito mais fácil que analisar o nosso próprio comportamento. Quando estamos dentro de uma situação, nossa perspectiva é muito contaminada com nossas distorções cognitivas, nossas justificativas e crenças limitantes que interferem diretamente em nossa avaliação sobre os nossos comportamentos. Por isso, ao pensarmos sobre nossos próprios comportamentos, corremos o risco de emitirmos, rapidamente, justificativas que nos impedem de avaliar corretamente nossos maus atos.

Quando nós estamos do lado de fora de uma situação, a perspectiva que temos é, de certa forma, privilegiada. Não emitimos esse pensamento rápido de justificar, mas levantamos hipóteses sobre a conduta alheia. E levantar hipóteses requer mais tempo do que produzir uma desculpa para si.

E se o comportamento inadequado do outro nos fere de alguma forma, aí que o pensamento sobre ele pode se tornar ainda mais demorado. Quer um exemplo prático? Conflitos de casais!

Quando, em meus atendimentos online atendo casais, percebo algo que é muito recorrente: cada cônjuge sabe dizer precisamente e com riqueza de detalhes os defeitos e as falhas do outro. E quando vão falar sobre suas próprias falhas, elas já vêm acompanhadas das justificativas que, em geral, acaba sendo uma nova lista de erros do outro.

Uma esposa ou um esposo que gasta muito tempo pensando naquilo que o cônjuge faz de errado ou precisa melhorar, geralmente é alguém que pensa pouco sobre suas próprias falhas e como mudar a si mesmo.

2. Concentrar-se muito no erro dos outros pode levar você a desenvolver sentimentos ruins.

Aquilo que sentimos é um produto do que pensamos, de como nossa mente percebe e interpreta as coisas. Quando nós pensamos que algo ruim pode acontecer, isso nos gera ansiedade. Quando avaliamos, em uma situação, que estamos sendo tratados com injustiça, isso pode provocar em nós o sentimento de indignação. Quando nos lembramos de algo triste que aconteceu, sentimos tristeza. E quando pensamos nos pecados dos outros constantemente?

Podemos sentir tristeza e compaixão, é claro. Esses sentimentos são bem-vindos. Eles nos ajudam a sermos empáticos, a nos colocarmos em oração pelo nosso próximo e a nos dispormos a ajudá-lo. Mas podemos também sentir raiva, porque o outro vive fazendo aquela coisa errada e nada parece acontecer com ele, por exemplo.

Corremos, também, o risco de nos sentirmos superiores, julgando que não somos tão maus como aquela pessoa. Não é assim que as pessoas se sentem quando falam dos políticos corruptos enquanto esquecem de suas pequenas corrupções diárias? Aqui, cabe bem as palavras de Jesus: “E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?” (Mateus 7:3).

E também podemos desenvolver o sentimento de solidão, de que estamos sozinhos e todo o restante das pessoas estão contra o que é correto. Elias experimentou esse último sentimento. Um sentimento que nos impede de perceber outros que se encontram em situação semelhante a nossa e nos coloca, indevidamente, em posição de vítimas.

3. Concentrar-se muito nos erros dos outros aumenta a probabilidade de desenvolver o comportamento de falar mal dos outros.

“Pois a boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12:34). É simples assim. Quanto mais nossa mente se ocupa de algo, mais nossa língua se ocupa disso também. A ordem bíblica é: “Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas” (Filipenses 4:8). É quando nossa mente se concentra naquilo que é do bem, que nossos lábios podem falar do que é bom.

A esposa que se concentra nos defeitos do marido acaba por ser uma mulher caracterizada por reclamar muito. Aquele que se concentra nas falhas dos irmãos acabam por se deleitar em fofocas. A ordem das coisas é muito natural: os lábios não podem ser puros se a mente não é pura!

4. Você é moldado pelo mal em que você pensa constantemente.

E esse é, para mim, o ponto mais esquecido de todos. Uma das leis que governa a nossa mente diz que somos transformados pela contemplação. E contemplar não é apenas ver. É, também, pensar.

“O próprio ato de olhar para o mal nos outros desenvolve o mal em quem olha. Detendo-nos sobre as faltas do próximo, somos transformados na sua imagem. Mas contemplando Jesus, falando do Seu amor e da perfeição de Seu caráter, imprimimos em nós as Suas feições. Contemplando o alto ideal que Ele colocou diante de nós, subiremos a uma atmosfera santa e pura, que é a própria presença de Deus. Quando aí permanecemos, sairá de nós uma luz que irradia sobre todos os que estiverem em contato conosco” (Ellen White – A Ciência do Bom Viver, p. 492).

Eu não quero dizer que devemos ser alienados, que pensam que tudo é certo ou que tudo é bom. É claro que, enquanto vivemos em um mundo de pecado onde falhas existem continuamente ao nosso redor, nós as perceberemos. Também não seria correto que fizéssemos vista grossa para o erro das outras pessoas. A Palavra de Deus é clara: “Meus irmãos, se algum de vocês se desviar da verdade e alguém o trouxer de volta, lembrem-se disso: Quem converte um pecador do erro do seu caminho, salvará a vida dessa pessoa e fará que muitíssimos pecados sejam perdoados” (Tiago 5:19,20).

Mas não ajudamos as pessoas ao nosso redor gastando tempo em pensar sobre seus erros. Muito menos em falar deles para outras pessoas. É claro que uma esposa pode identificar as falhas do esposo e conversar com ele sobre isso. É claro que podemos identificar condutas inadequadas de nossos governantes, especialmente para que tomemos uma decisão melhor no momento das eleições. É claro que, se um irmão pecar, eu devo olhar para o seu pecado como algo que aborrece a Deus e coloca em risco sua salvação, e devo ajudá-lo em sua jornada espiritual.

Precisamos apenas nos lembrar que nenhuma dessas coisas requer que gastemos muito tempo pensando sobre o erro dos outros! Precisamos nos lembrar que o pecado que contemplamos nos modela. E a única coisa que deveria nos modelar é a imagem do nosso Salvador!

["Demorando-se continuamente nos erros e defeitos dos outros, muitos se tornam dispépticos religiosos. Os que criticam e condenam uns aos outros estão transgredindo os mandamentos de Deus, e são-Lhe uma ofensa. Irmãos e irmãs, afastemos o entulho da crítica e suspeita e murmuração, e não desgastei os nervos externamente. Se todos os cristãos professos usassem suas faculdades investigadoras para ver quais os males que neles mesmos carecem de correção, em vez de falar dos erros alheios, existiria na igreja hoje uma condição mais saudável. Precisamos olhar às faltas dos outros, não para condenar, mas para restaurar e curar. Vigiai em oração, ide avante crescendo, obtendo mais e mais do espírito de Jesus, e semeando o mesmo sobre todas as águas" (Ellen White - Mente, Caráter e Personalidade, vol. 2, p. 635-638).]
 
Karyne Correia (via Mente Saudável)

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

FELIZ ANO NOVO (Por Ellen G. White)

Acha-se agora no passado outro ano de vida. Abre-se um novo ano diante de nós. Que registro será o seu? Que escreverá cada um de nós em Suas páginas imaculadas? A maneira por que passamos cada dia que vem, decidirá.


Entremos no novo ano com o coração purificado da contaminação do egoísmo e do orgulho. Afastemos de nós toda condescendência pecaminosa, e busquemos tornar-nos fiéis, diligentes discípulos na escola de Cristo. Um novo ano descerra suas alvas páginas aos nossos olhos. Que escreveremos nós aí? 
 
O ano velho com sua carga de recordações passou para a eternidade. Que todo pensamento, todo sentimento, agora sejam de lembrança do amor de Deus. Reunamos uma lembrança após outra.

Procurai começar este ano com justos desígnios e motivos puros, como seres responsáveis perante Deus. Conservai sempre em mente que os vossos atos estão passando diariamente à história pela pena do anjo relator. Encontrá-los-eis novamente quando o Juízo se assentar e forem abertos os livros.

Os anjos de Deus estão à espera para mostrar-vos o caminho da vida. Decidi agora, no começo do ano novo, que escolhereis o caminho da justiça, que sereis diligentes e sinceros, e que a vossa vida não se demonstre um erro. Avançai, guiados pelos anjos celestiais; sede corajosos; empreendedores; deixai a vossa luz brilhar.

Se nos ligarmos a Deus, a fonte da paz, da luz e da verdade, Seu Espírito fluirá por nosso intermédio como por um conduto, de modo a refrigerar e beneficiar a todos ao redor de nós. Este pode ser o último ano de vida para nós. Não o iniciaremos com refletida consideração? Não hão de a sinceridade, o respeito, a benevolência assinalar nossa conduta para com todos?

Não retenhamos coisa alguma dAquele que deu Sua preciosa vida por nós. Consagremos todos a Deus a propriedade que Ele nos confiou. Acima de tudo, demo-nos nós mesmos a Ele como oferta voluntária.

Deixemos de lado, para sempre, tudo o que se assemelha a desconfiança e falta de fé em Jesus. Iniciemos uma vida de singela confiança como a de uma criança, não confiando nos sentimentos, mas na fé. 
 
Não desonreis a Jesus duvidando de Suas preciosas promessas. Ele quer que creiamos em Sua pessoa com inabalável fé. Há uma classe que diz: “Creio, creio”, e reivindicam todas as promessas que são feitas sob a condição de obediência. Conquanto reivindiquem tudo das promessas de Deus, não efetuam as obras de Cristo. Deus não é honrado por semelhante fé, a qual é uma fé espúria. Então vemos um povo procurando guardar todos os mandamentos de Deus, mas há muitos deles que não estão à altura de seus elevados privilégios e não reivindicam coisa alguma. As promessas de Deus são para os que guardam os Seus mandamentos e fazem diante dEle o que Lhe é agradável. 
 
Tenho de combater cada dia o bom combate da fé. Tenho de empenhar ao máximo os poderes da fé e não confiar nos sentimentos, agindo como se soubesse que o Senhor me ouviu e me atenderá e abençoará. A fé não é um ditoso entusiasmo emocional, e, sim, aceitar simplesmente o que Deus afirma, e crer, porque Ele disse que faria isso. 
 
Espero que de maneira alguma fiqueis desalentados. Deus quer que sejais livres, quer que sejais crentes e confiantes, e apenas deixeis de duvidar, passando a crer. 
 
Que Deus vos ajude. Um novo ano descerrou-se diante de nós. Seja ele um novo ano feliz. Abrigai-vos nos acolhedores braços de Jesus, e não procureis desvencilhar-vos de Seus braços. Crede somente e louvai a Deus, e avançai. Quase estamos no lar. 
 
O Senhor vem. Olhai para cima e regozijai-vos, porque a vossa redenção se aproxima. Vejo em Jesus um Redentor compassivo e amoroso, Alguém que pode salvar totalmente todos os que se chegam a Ele. Firmai-vos inteiramente nas promessas de Deus. Crede que é vosso privilégio crer.

Que o início deste ano seja uma ocasião inesquecível - ocasião em que Cristo entre em nosso meio, e diga: "Paz seja convosco" (João 20:19).

Desejo a todos um Feliz Ano Novo.

Ellen G. White (via Meditações Nossa Alta Vocação | Este Dia com Deus | Minha Consagração Hoje | Olhando para o Alto)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Igreja Adventista pede oração por pastor e filha detidos

Os administradores da Igreja Adventista do Sétimo Dia na Divisão Interamericana (sede que administra a Igreja para a América Central e cinco países sul-americanos) divulgaram a seguinte declaração:
 
A família Henry confirmou que o pastor Elie Henry, um líder espiritual regional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, e sua filha foram detidos por pessoas desconhecidas no Haiti, desde a noite de 24 de dezembro de 2020. A família Henry está em contato regular com o pastor Elie e entende que ele e sua filha estão tão bem quanto se poderia esperar, considerando as circunstâncias. A família e outras pessoas estão trabalhando diligentemente para um retorno seguro.

A família Henry e a Igreja pedem que não sejam divulgadas especulações nas redes sociais, mas que sejam concentrados esforços em se manter o pastor Henry e sua filha Irma em suas orações durante este período de provação.

Fonte: ASN

Atualizando: 

O pastor Elie Henry, presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia na América Central, junto com sua filha adulta Irma, foram libertados e ilesos em 28 de dezembro de 2020, em Port-au-Prince, capital do Haiti. O pastor Henry e Irma desapareceram na noite do dia 24 de dezembro de 2020.

“Falei com o pastor Henry e ele me informou que ele e Irma se reuniram com sua esposa, Ketlie, em Port-au-Prince, e todos estão bem”, disse o pastor Leonard Johnson, secretário executivo da igreja para a Divisão Interamericana.

“Louvamos a Deus por sua proteção”, disse o pastor Johnson. “Nossos líderes e membros da Igreja em toda a América Central e no mundo oraram por sua libertação, e estamos aliviados e gratos a Deus”.

Em nome da Administração da Divisão Interamericana da Igreja Adventista, o pastor Johnson agradeceu aos indivíduos e organizações que trabalharam incansavelmente e àqueles que oraram pelo retorno seguro do Pastor Henry e Irma.

Fonte: ASN

O DEUS DO DILÚVIO

A história do Dilúvio é uma das mais conhecidas da Bíblia. Embora várias histórias do Dilúvio apareçam em outros lugares − como na mitologia da Mesopotâmia, Chinesa e nas lendas da América Central − o que torna a narrativa bíblica única é a maneira como Deus é nela retratado (Gênesis 6:5 a 9:17) − primeiro, pelos nomes pelos quais Deus é chamado na passagem bíblica; segundo, por revelar o que Deus fala no texto e, finalmente, pelas próprias ações de Deus. Essas três perspectivas apresentam um quadro abrangente de Deus como um Ser santo, justo, mas também misericordioso, rico em ensinamentos, cuidadoso e relacional.

DEUS FALA NA NARRATIVA DO DILÚVIO

Para entender plenamente a narrativa do Dilúvio, vamos começar com o fato de que o texto-chave retrata Deus como o Ator Principal. Tanto o nome genérico para Deus (Elohim), como o tetragrama (YHWH) são usados ao longo da narrativa. Assim, o caráter de Deus, conforme expõe o escritor bíblico, domina toda a narrativa.

O ponto focal da história do Dilúvio é a descrição de Deus/YHWH e de Seu relacionamento com a humanidade, tendo Noé como Sua pessoa de contato. As partes referentes ao que Deus fala ocupam uma grande parte da narrativa e são essenciais para a compreensão de como Ele é retratado. Entre as primeiras palavras pronunciadas por Deus, está a Sua sentença: “Farei desaparecer da face da Terra o homem que criei, os homens e também os grandes animais e os pequenos e as aves do céu. Arrependo-me de havê-los feito” (Gênesis 6:7). Essa ação vem de Deus como um juízo que Ele faz cair sobre a raça humana, “pois toda a humanidade havia corrompido a sua conduta” (verso 12). Dessa forma, a primeira característica atribuída a Deus, de acordo com as palavras que Ele falou, é de que Ele é o Juiz de Sua criação. Além disso, Ele é o Soberano que executa os Seus próprios decretos. Essa dupla característica de Deus nos mostra a Sua onipotência − pois Ele é um Deus que não somente declara o que é certo ou errado, mas também tem em Si poder e autoridade inatos para fazer cumprir os Seus desígnios.

Considere a razão para Deus pronunciar a sentença. É por causa da grande maldade que o ser humano havia trazido sobre a Terra. A maldade humana impactou a Terra de maneira tão devastadora que Deus disse que iria fazer “desaparecer da face da Terra o homem” que havia criado. Ele iria agir também como protetor da Terra e de Suas criaturas, como também daqueles seres humanos que permaneceram fiéis a Ele. Isso nos apresenta Deus como (1) um Juiz contra a maldade; (2) que é poderoso o suficiente para realizar Seus desígnios; e (3) um Soberano amorável que age em favor de Sua criação e daqueles que são justos (Noé e sua família).

Em todas as coisas que Deus falou, vemos que Ele é não somente o Juiz, mas também o Salvador da humanidade. Em Seu primeiro pronunciamento a Noé (Gênesis 6:13-21), Deus revela a decisão de destruir a Terra (verso 13) e lhe ordena construir uma arca grande o suficiente para si mesmo, sua família, aqueles que iriam atender à Sua mensagem salvadora, como também “um casal de cada um dos seres vivos, macho e fêmea, para conservá-los vivos” com ele (verso 9; ver também verso 20). Isso revela a segunda característica de Deus: é somente por meio da Sua graça que a humanidade é capaz de sobreviver. Deus não apenas comunica a Noé Seus planos de destruir a Terra, mas também dá a ele instruções precisas sobre o que ele precisa fazer para impedir a sua própria destruição, de sua família e daqueles que decidirem se unir a eles e entrar na arca.

Além do mais, por meio das palavras ditas diretamente por Deus, nós também aprendemos a respeito da aliança que Ele deseja fazer com a humanidade. O tema dessa aliança aparece na narrativa do Dilúvio apresentada nas Escrituras. Ele aparece uma vez no início da narrativa (Gênesis 6:18), e em sua maioria, na última parte do relato do Dilúvio (Gênesis 9:9 e os versos seguintes). A palavra usada para aliança, em hebraico (berît) nos diz que Deus tem uma “obrigação Pessoal” de prover Sua graça, por meio da qual os seres humanos arrependidos podem encontrar o perdão e a salvação. Portanto, “a aliança [na narrativa do Dilúvio] é estritamente um ato da graça divina.” A repetição da palavra aliança na narrativa do Dilúvio indica a ênfase dada por Deus à aliança da graça que é confirmada pelo “arco-íris nas nuvens” (Gênesis 9:13). É a conclusão da aliança na história do Dilúvio que assegura aos seres humanos que “nunca mais haverá dilúvio para destruir a Terra” (Gênesis 9:11).

DEUS AGE NO DILÚVIO

Deus não somente fala na narrativa do Dilúvio, mas também age de acordo com o que diz. O texto bíblico declara: “O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na Terra”, pois, “toda a humanidade havia corrompido a sua conduta” (Gênesis 6:5, 12). Diz também que Deus declarou Seus juízos sobre a Sua Criação (ver Gênesis 6;7, 13 e os versos seguintes). Em todas essas atuações de Deus − de ver, sentir e julgar a maldade dos homens − Ele é descrito como Aquele que vê e que Se preocupa com Suas criaturas. Ao ver, Deus julga a Terra e expressa o Seu arrependimento por “ter feito o homem sobre a Terra, e isso cortou-Lhe o coração” (Gênesis 6:6).

A narrativa bíblica explica que depois que as águas inundaram a Terra, Deus “lembrou-Se de Noé e de todos os animais selvagens e rebanhos domésticos que estavam com ele na arca” (Gênesis 8:1). Na Bíblia, sempre que Deus “Se lembra”, “refere-se a pessoas ou a acontecimentos que são importantes para as pessoas.” Além disso, o objeto “é frequentemente uma pessoa” e não um evento ou uma coisa em si. Neste relato em particular, quando Deus fala nos versículos posteriores (Gênesis 9:1-17), Ele promete lembrar-Se tanto da própria aliança como da “ocasião da realização dessa aliança”. Portanto, Ele é um Deus que Se preocupa pessoalmente com Seu povo, o que O levou a estabelecer um sinal como lembrança. Não seria suficiente dizer apenas que Deus Se lembrou de Noé, mas deve-se acrescentar que Ele entrou em ação logo a seguir. A narrativa bíblica afirma que Deus “enviou um vento forte sobre a Terra, e as águas começaram a baixar” (Gênesis 8:1). Conforme citado anteriormente, Deus é poderoso o bastante para provocar a destruição por meio de uma inundação. Ele também é suficientemente poderoso para fazer retroceder a destruição que Ele trouxe, por causa de Noé, de sua família e dos animais que estavam com eles na arca. Esse segundo atributo de Deus permite-nos saber que, embora Ele precisasse purificar a Terra de sua impureza, Ele também Se lembrou de Suas criaturas proporcionando um meio de escape.

CONCLUSÃO

A história do Dilúvio é, portanto, a que tem cativado a mente de milhões ao longo da História e ocupa um lugar especial na cosmovisão do mundo judaico-cristão. Ao analisá-la, vemos que Deus é o Personagem central no relato. É Ele que age, enquanto os outros personagens que fazem parte do cenário estão simplesmente reagindo ao que Ele faz. Deus é retratado como poderoso, mas também misericordioso − Ele pronuncia o juízo contra a maldade humana e ao mesmo tempo revela a Sua misericórdia e graça salvadoras para com aqueles que O aceitaram. Assim, Deus Se revelou a Noé e sua família como Aquele que julga os pecadores não arrependidos e salva aqueles que se arrependem. Deus revela Suas ações, Sua aversão pelo pecado, Seu juízo sobre o pecado e, ao mesmo tempo, a sua graça salvadora para aqueles que confiam nEle, que O aceitam e obedecem a Sua Palavra.

Por meio de um discurso indireto, Deus é retratado como Alguém que está preocupado com a segurança e o bem-estar de Noé, de sua família e dos animais na arca, pois, mais tarde, “Ele Se lembra” deles, fazendo secar as águas. Finalmente, Deus, por Sua graça, em última análise, faz uma aliança com Noé e seus descendentes. Ao fazê-lo, Ele impôs limites a Si mesmo, a fim de continuar mostrando Sua misericórdia para com a humanidade.

Quer seja em meio à pandemia da COVID-19 ou em qualquer outra emergência − ou mesmo no próprio fim dos tempos − podemos enfrentar a incerteza com a certeza de que Deus, que é um poderoso Juiz, é também misericordioso, demonstra Seu cuidado por nós e se uniu a nós por meio de uma aliança para que possamos ser salvos.

Juan Esteban Mora (via Revista Diálogo)

"Que compaixão pelo homem transviado, colocar o belo e diversificado arco-íris nas nuvens, como sinal do concerto do grande Deus com o homem! ... Era Seu desígnio que ao verem os filhos das gerações futuras o arco nas nuvens... seus pais lhes explicassem a destruição do mundo por um dilúvio, porque o povo se entregara a toda sorte de impiedade, e que as mãos do Altíssimo haviam curvado o arco e o posto nas nuvens, como sinal de que jamais traria novo dilúvio de águas sobre a Terra. Este símbolo nas nuvens devia estabelecer sua confiança em Deus, pois era sinal de divina bondade e misericórdia para com o homem" (Ellen G. White - A Maravilhosa Graça de Deus, p. 156).

NOTAS E REFERÊNCIAS
  1. A menos que de outra forma indicado, todas as referências bíblicas são citadas da Nova Versão Internacional.
  2. Ernest Kutsh, “berît”. No Theological Lexicon of the Old Testament, vol. 1,, Ernst Jenni, Claus Westerman, Mark E. Biddle, eds. (Peabody, Mass.: Hendrickson, 1997), p. 262. De acordo com essa entrada, a palavra covenant (aliança) não deve ser entendida usando-se a definição moderna. Em muitos casos na Bíblia, e nas cultoras antigas do Oriente Próximo, o temo “covenant” é melhor entendido como um tratado em que a parte mais forte promete impor a si mesma alguma coisa, e a parte mais fraca “pode aceitar essa obrigação autoimposta” (Ibid., p. 259). Há duas citações abertas aqui, mas apenas uma que mais se aproxima. CONFIRA!
  3. Nahum M. Sarna, Understanding Genesis: The World of the Bible in the Light of History (New York: Schocken Books, 1970), p. 57.
  4. H. Eising, “zākhār.”In Theological Dictionary of the Old Testament, vol. 4, G. Johannes Botterweck, Helmer Ringgren, eds. (Grand Rapids, Mich.: Eerdmans, 1980), p. id., 69, 7069.
  5. Ibid., p. 69, 70.
  6. Ibid., p. 71.

sábado, 26 de dezembro de 2020

JUÍZA

Pode ser juíza. Do lado de cá, somos todos vítimas. Réus? Também. Mas a notícia pavorosa superou minha atenção distraída com postagens fofinhas de Natal. A crueldade cotidiana é brutal e assombrosa. E uma mãe esfaqueada até a morte, tendo na plateia as próprias filhas, é a nauseante quebra de qualquer miragem deste mundo. ⁣

Viviane Vieira, 45 anos, perdeu sua vida pelas mãos do ex-marido, Paulo José, 54, na véspera de Natal. Os gritos desesperados das meninas de 9 e 12 anos não aplacaram a possessão demoníaca do pai. O clamor impotente veio delas, mas os golpes rasgam todos nós.⁣

Até quando? Percebe que a CoronaVac (ou qualquer outra!) ajuda num problema só que não em outro? “Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas,(...) cruéis...” (2Tm 3:1-4). E este texto tão conhecido periga cair na vala da insensibilidade. NÃO! É disso que as vacinas não tratam. Porque o pecado da desumanização não se curará com uma dose de nada.⁣

Se o feminicídio gera repulsa, toda e qualquer violência antes disso deve ser implacavelmente punida. Chega de sacrifícios humanos no altar das trevas. Infelizmente, a pedido de uma filha, a magistrada recusou há 2 meses a proteção policial de 6 homens que lhe acompanhavam. Que história terrível de maldade, covardia e infâmia.⁣

Peço perdão se você esperava um texto sabático florido neste 1º dia pós-Natal. Que seja suficiente pra lhe assaltar da apatia provocando urgente expectativa pelo Reino. Lutamos aqui, condenamos criminosos e militamos por mulheres respeitadas. Chega de atrocidades domésticas! Mas, esperamos intensamente o fim de todas estas coisas. Afinal, “nada é difícil demais para Ele” (Jr 32:17).⁣

Que a dor de relatos assim colapse nossa monótona letargia social. Não se acomode. Quero outro lugar! Sejamos remanescentes latejando pela promessa. Este sábado é para ser o descanso da vida, não o descanso da morte. Meus sentimentos às garotinhas órfãs se misturam ao desejo de que Jesus volte logo. Agora.⁣

“Este é o meu consolo no meu sofrimento: a tua promessa dá-me vida” (Sl 119:50).⁣

Pr. Odailson Fonseca (via instagram)

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

AFINAL, QUANDO NASCEU JESUS?

O tema sobre a data de nascimento de Jesus sempre vem à tona no final do ano. Historicamente, é importante entender alguns aspectos. O evangelho confirma que o nascimento de Jesus teria ocorrido durante o governo de Herodes, o Grande. Levando-se em conta que esse terrível rei morreu no ano 4 ou 3 a.C., é possível concluir que Jesus não poderia ter nascido depois desse tempo. Logo, é mais provável apontar o nascimento de Cristo em algum período antes de 3 ou 4 a.C. e não no ano 1 como convencionalmente alguns o fazem.

É preciso, também, considerar que existe um possível ciclo de 14 em 14 anos, verificado nos censos romanos remanescentes. Por isso, o segundo censo de Quirino teria ocorrido no ano 6 d.C., portanto, o primeiro censo pode ter sido por volta do ano 8 a.C. Assim, Jesus teria nascido em qualquer período entre os anos de 8 e 3-4 a.C. É muito improvável que seu nascimento tenha se dado fora desse intervalo.

E o 25 de dezembro?
A data do 25 de dezembro como dia do nascimento de Jesus foi fixada pela Igreja Católica em 525 para coincidir com as festas pagãs do Oriente e de Roma. Segundo alguns historiadores, foi o Papa João I quem oficializou a comemoração, embora alguns digam que ela já existia desde os tempos do Imperador Constantino. Seja como for, os cristãos do Oriente jamais aceitaram essa data e até hoje os armênios comemoram o Natal em 6 de janeiro.

É quase nula a chance de Jesus ter nascido no Natal, comemorado pelos cristãos ocidentais no dia 25 de dezembro. No Hemisfério Norte, o inverno ocorre nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro de cada ano. Portanto, se Jesus tivesse nascido em algum desses meses, seria uma época de muito frio e não faria nenhum sentido o fato de existirem pastores e rebanhos acampados à noite sobre as colinas da Judeia (Lucas 2:8). Essa é uma cena típica de estações quentes. Embora não haja nada que impeça a comemoração simbólica no dia 25 de dezembro, essa definitivamente não é a data historicamente apropriada de seu nascimento.
 
A Bíblia diz que, quando Jesus nasceu, havia pastores com seus rebanhos ao ar livre no alto das colinas (Lucas 2:8-20). Manter os animais no campo mesmo à noite era uma prática comum daqueles dias, mas ela era propícia para os meses da primavera ao outono. Dezembro, que corresponde ao mês do calendário judaico de Quislev, é o período de inverno e fortes chuvas (Jeremias 36:22; Esdras 10:9; Zacarias 7:1). Ninguém deixaria o rebanho ao relento nessa época do ano. Igualmente a viagem de Maria e José não seria apropriada numa época de inverno. Pelas limitações da época, qualquer trajeto de mais de 100 quilômetros exigia grande esforço. Assim, os tempos próprios para viagens longas seriam: Páscoa, ou Pessá (abril), no começo do plantio; Pentecostes ou Shavuot (junho), sete semanas depois, quando os primeiros frutos estavam maduros, e Tabernáculos ou Sukkot (outubro), quando os últimos frutos eram colhidos.

Qual a provável data mais correta?
Qual seria, portanto, a data certa para o nascimento de Cristo? O dia é difícil dizer, mas existe uma possibilidade quanto ao mês. Para descobrir qual seria, basta fazer uma análise de três fontes: o evangelho de Lucas, o calendário judeu e o livro de I Crônicas 24:10. Começando por Lucas, esse evangelista dá a informação de que, antes do nascimento de Jesus, houve o nascimento de João Batista. Em Lucas 1:5, 23-28, é dito que Isabel ficou grávida de João quando seu marido, Zacarias, ministrava no Templo como sacerdote. Ora, Zacarias trabalhava no chamado turno de Abias. O que seria isso?

I Crônicas 24 explicita como Davi dividiu os sacerdotes em 24 turnos de 15 dias cada um. Assim, os turnos cobririam o ano inteiro. O verso 10 diz que Abias ficou com o oitavo turno. Contando que eram dois turnos por mês e que o calendário judeu começava no mês de nisã que equivale a março/abril, entende-se que a segunda quinzena de tamuz (julho) seria o tempo do anúncio do nascimento de João Batista e o início da gestação de Isabel. Com nove meses de gestação, Isabel deve ter dado à luz no mês de nisã, que seria março/abril. E quanto a Jesus? Lucas 1:26-36 diz que Maria ficou grávida quando Isabel, sua parenta, estava no sexto mês de gestação, o mês de tibete (dezembro/janeiro). Logo, Jesus nasceria nove meses depois disso, no mês de etanim que seria setembro/outubro. Essa, portanto, seria uma hipótese bastante razoável para a época do nascimento de Jesus.

Veja vídeo com mais informações históricas sobre o nascimento de Jesus:
 

Rodrigo Silva (via Evidências de Deus)

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

O Nascimento de Jesus (por Ellen White)

Situada entre as colinas da Galiléia, a pequena cidade de Nazaré era o lar de José e Maria que, posteriormente, tornaram-se os pais terrestres de Jesus.

José pertencia à linhagem ou família de Davi e quando saiu um decreto para o levantamento do censo da população, ele teve que ir a Belém, cidade de Davi, para ali registrar seu nome. Era uma jornada penosa, dadas as condições em que as viagens eram feitas na época. Maria, que acompanhava seu esposo, sentia-se extremamente fatigada ao subir a colina na qual Belém se localizava.

Como ela desejava um lugar confortável onde pudesse repousar! Mas as hospedarias estavam todas lotadas. Os ricos e orgulhosos estavam bem hospedados, enquanto aqueles humildes viajantes tiveram que encontrar descanso em uma rude estrebaria.

Embora José e Maria não possuíssem bens terrestres, sentiam-se amparados pelo amor de Deus e isso os tornava ricos em paz e contentamento. Eram filhos do Rei celestial que estava prestes a honrá-los de maneira maravilhosa.

Anjos os acompanharam durante a viagem e quando a noite chegava os mensageiros celestes guardavam o seu repouso. Não foram deixados a sós pois os anjos permaneceram com eles.

Ali, naquela pobre estrebaria, nasceu Jesus, o Salvador, e foi colocado em uma manjedoura. O Filho do Altíssimo, Aquele cuja presença havia inundado as cortes celestiais com Sua glória, repousava em um rude berço.

Antes de vir à Terra, Jesus fora o Comandante das hostes angelicais. Os mais brilhantes e exaltados filhos da alva anunciaram Sua glória na criação. Em Sua presença, diante do trono, cobriam o rosto e lançavam-Lhe aos pés suas coroas, cantando hinos de triunfo ao contemplarem Seu poder e majestade.

Entretanto, esse glorioso Ser tanto amou o desamparado pecador que tomou sobre Si a forma de um servo para que pudesse sofrer e morrer por nós.

Jesus poderia ter permanecido ao lado do Pai, usando a coroa e as vestes reais, mas por amor a nós trocou as riquezas do Céu pela pobreza da Terra. Ele escolheu renunciar ao posto de Supremo Comandante e a adoração dos anjos que tanto O amavam. Escolheu trocar a adoração dos seres celestes pela zombaria e desprezo de homens ímpios. Por amor a nós, aceitou uma vida de privações e uma morte vergonhosa.

Cristo fez tudo isso para provar o quanto Deus nos ama. Viveu na Terra para mostrar como podemos honrar a Deus através da obediência à Sua vontade. Assim agiu para que, seguindo Seu exemplo, possamos finalmente viver com Ele no lar celestial.

Os sacerdotes e príncipes judeus não estavam preparados para receber Jesus. Sabiam que o Salvador viria em breve, mas esperavam que viesse como um rei poderoso que traria poder e riqueza para a nação. Eram por demais orgulhosos para aceitar o Messias como um bebê indefeso.

Por isso, quando Jesus nasceu, Deus não lhes revelou o grande acontecimento, mas enviou as novas de grande alegria a alguns pastores que guardavam seus rebanhos nas colinas de Belém. Eram homens piedosos e enquanto cuidavam das ovelhas, conversavam a respeito do Salvador prometido e oravam tão sinceramente por sua vinda que Deus enviou-lhes brilhantes mensageiros desde o Seu trono de luz, para lhes contar a respeito das boas novas.

"Então um anjo do Senhor apareceu, e a luz gloriosa do Senhor brilhou por cima dos pastores. Eles ficaram com muito medo, mas o anjo disse: — Não tenham medo! Estou aqui a fim de trazer uma boa notícia para vocês, e ela será motivo de grande alegria também para todo o povo! Hoje mesmo, na cidade de Davi, nasceu o Salvador de vocês — o Messias, o Senhor! Esta será a prova: vocês encontrarão uma criancinha enrolada em panos e deitada numa manjedoura.

No mesmo instante apareceu junto com o anjo uma multidão de outros anjos, como se fosse um exército celestial. Eles cantavam hinos de louvor a Deus, dizendo: — Glória a Deus nas maiores alturas do céu! E paz na terra para as pessoas a quem Ele quer bem! 

Quando os anjos voltaram para o céu, os pastores disseram uns aos outros: — Vamos até Belém para ver o que aconteceu; vamos ver aquilo que o Senhor nos contou.

Eles foram depressa, e encontraram Maria e José, e viram o menino deitado na manjedoura. Então contaram o que os anjos tinham dito a respeito dele. Todos os que ouviram o que os pastores disseram ficaram muito admirados. Maria guardava todas essas coisas no seu coração e pensava muito nelas. Então os pastores voltaram para os campos, cantando hinos de louvor a Deus pelo que tinham ouvido e visto. E tudo tinha acontecido como o anjo havia falado.

Uma semana depois, quando chegou o dia de circuncidar o menino, puseram nEle o nome de Jesus. Pois o anjo tinha dado esse nome ao menino antes dEle nascer" (Lucas 2:1-21 NTLH).

(Ellen G. White - Vida de Jesuspp. 13-16)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

NÃO VAI TER FESTA

Se você começou a ler esse texto, deve perceber que o título é provocativo e realista, e vou dar um spoiler: não quero estragar o Natal e o final de ano de ninguém, mas vou recomendar que as pessoas evitem as festas, mesmo em família. E lembrar que, para você que resistiu bravamente a esses últimos nove meses, ainda não é a hora de relaxar ou criar "licença poética" para as comemorações. O simbolismo das grandes festas vai muito além de a gente estar junto fisicamente, ainda mais nesse momento.

Eu sei que o que você mais queria nessas festas de fim de ano era juntar sua família, rever aqueles parentes que não encontra desde a última ceia e, no Réveillon, jogar tudo para o alto e sair por aí celebrando a entrada de 2021. Todo ano é assim e depois de um ano difícil como foi o nosso, esse desejo talvez esteja até mais forte.

Mas aí vem a notícia ruim: é melhor que neste ano não tenha festas. Para muitos especialistas, inclusive do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças, na sigla em inglês), o melhor a se fazer neste Natal é comemorar dentro da sua casa, apenas com as pessoas que já moram juntas. No Réveillon, evitar qualquer tipo de comemoração pública é o melhor caminho. Importante lembrar que o coronavírus é transmitido em aglomerações, mesmo que na intimidade do seu lar, quando você menos espera.

Casos podem dobrar

Essas recomendações ficam ainda mais marcantes no momento em que a pandemia ganha força na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil. No Reino Unido, as autoridades alertam que o número de casos diários pode até dobrar depois das festas de final de ano. Por aqui, se a gente acrescentar mais um ingrediente nessa história, que é o deslocamento das pessoas pelo país por causa do verão, janeiro e fevereiro podem ser tornar uma verdadeira tragédia para o sistema de saúde, que já trabalha além do seu limite.

Mesmo com a proibição das grandes festas da virada em muitas cidades, muita gente já planeja comemorações privadas. Quem dita o ritmo da pandemia não é o que as autoridades decidem, e sim o comportamento de cada um de nós e o dos outros. Se individual e coletivamente a gente falhar, o vírus não vai dar trégua.

O alívio do encontro

A grande questão é que, além da desinformação e das fake news que circulam por aí e confundem a cabeça das pessoas, o estresse acumulado nos últimos meses e o impacto na saúde mental fizeram com que muita gente chegasse em dezembro literalmente com os nervos à flor da pele. É compreensível que os encontros com a família e os amigos sejam aguardados como o grande alívio para todo esse sofrimento emocional. O problema é que as consequências dessas celebrações podem por a perder tudo o que foi feito nesses últimos meses.

Muita gente já entendeu o recado e, segundo uma pesquisa do Datafolha, três em cada quatro brasileiros pretendem passar o Natal só com quem mora na mesma casa.

Um governo fraco e confuso, que insinua que o pior já passou e que defende que querer a vacina o mais rápido possível (lembrar que milhares de pessoas já estão, nesse momento, mais protegidas na Europa e nos EUA) é coisa para quem está ansioso e apressado, só relativiza os riscos e aumenta a expectativa para as grandes festas, o que pode prolongar um cenário nada fácil para os próximos meses.

Algumas dicas

Para facilitar, a gente organizou aqui uma listinha básica do que você precisa saber para planejar as festas:

- Reúna, de preferência, apenas pessoas que moram na mesma residência. Para os demais, prefira encontros virtuais.

- Pessoas de áreas mais afetadas trazem mais riscos de infecção (embora a maior parte do país esteja com aumento importante de casos nas últimas semanas).

- Para quem viajou até o local do encontro, há risco de exposição em aeroportos, aviões e ônibus tanto no ar como nas superfícies. O ideal seria uma quarentena pré-reunião.

- Encontros em locais abertos e bem ventilados oferecem menos risco do que em lugares fechados. Se sua casa não tiver varanda nem quintal, mantenha portas e janelas escancaradas.

- Quanto mais curto o tempo juntos, melhor será!

- Quanto menos gente junta, menor o risco. O ideal é manter a distância de 2 m, usar máscara, evitar beijos e abraços e, claro, lavar as mãos com frequência.

- Tire a máscara apenas para se alimentar e respeite o distanciamento na hora de se alimentar! Esqueça a tradicional mesa de Natal e espalhe as pessoas para comer pela casa toda. Compartilhar copos, pratos e talheres nem pensar!

- Importante também que as pessoas estejam se cuidando nas duas semanas que antecedem os encontros. Se alguém se expôs a riscos ou teve contato com alguém com coronavírus nas últimas duas semanas, melhor não ir ao encontro.

- Mesmo um teste de PCR negativo nas últimas 72 horas antes das festas e ausência de sintomas não garante com 100% de certeza que a pessoa não esteja pré-sintomática, assintomática ou que o teste seja um falso negativo. De novo, na dúvida, não saia de casa, não se coloque em risco ou exponha outros ao risco (principalmente se as pessoas forem mais vulneráveis ao vírus).

- Nas festas, lembre-se que o uso de álcool e outras drogas pode diminuir nossa capacidade de avaliar riscos e adotar comportamentos seguros.

Para terminar, queria lembrar, mais uma vez, que o espírito das festas de Natal e de Ano-Novo e o desejo de felicidade, saúde e sucesso para os familiares e amigos queridos vai muito além do encontro físico e presencial. O simbolismo que se renova a cada passagem pode ser transmitido de diversas maneiras, mesmo à distância. Nesse sentido, aproveito aqui para desejar a um feliz Natal e um ano melhor, com muita saúde, para todos nós. Até 2021! 

Dr. Jairo Bouer (via UOL)

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

ORAÇÃO PELOS DOENTES

Diz a Escritura que os homens devem "orar sempre e nunca desfalecer" (Lucas 18:1); e, se há um tempo em que eles sintam sua necessidade de orar, é quando lhes faltam as forças, e a própria vida lhes parece fugir.

Frequentemente os que estão com saúde esquecem as maravilhosas misericórdias a eles feitas continuadamente, dia após dia, ano após ano, e não rendem a Deus tributo e louvor por Seus benefícios. Ao sobrevir a doença, porém, Ele é lembrado. Ao faltarem as forças humanas, sentem os homens a necessidade do auxílio divino. E nunca o nosso misericordioso Deus Se afasta da alma que para Ele em sinceridade se volve em busca de auxílio. Ele é nosso refúgio na enfermidade assim como na saúde.

"Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor Se compadece daqueles que O temem. Pois Ele conhece a nossa estrutura; lembra-Se de que somos pó." (Salmos 103:13 e 14)

"Por causa do seu caminho de transgressão e por causa das suas iniquidades", os homens "são afligidos. A sua alma aborreceu toda comida, e chegaram até às portas da morte" (Salmos 107:17 e 18).

"Então, clamaram ao Senhor na sua angústia, e Ele os livrou das suas necessidades. Enviou a Sua palavra, e os sarou, e os livrou da sua destruição" (Salmos 107:19 e 20).

Deus está hoje tão desejoso de restabelecer os doentes como quando o Espírito Santo proferiu estas palavras por intermédio do salmista. E Cristo é agora o mesmo compassivo médico que era durante Seu ministério terrestre. NEle há bálsamo curativo para toda doença, poder restaurador para toda enfermidade.

Seus discípulos de nossos dias devem orar pelos doentes tão verdadeiramente como os de outrora. E seguir-se-ão as curas; pois "a oração da fé salvará o doente" (Tiago 5:15). Temos o poder do Espírito Santo, a calma certeza da fé, de que podemos reivindicar as promessas de Deus. A promessa do Senhor: "Imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão" (Marcos 16:18), é tão digna de fé hoje como nos dias dos apóstolos. Ela apresenta o privilégio dos filhos de Deus, e nossa fé deve lançar mão de tudo quanto aí se encerra. Os servos de Cristo são os instrumentos de Sua operação, e por meio deles deseja exercer Seu poder de curar. É nossa obra apresentar o enfermo e sofredor a Deus, nos braços da fé. Devemos ensinar-lhes a crer no grande Médico.

O Salvador deseja que animemos os enfermos, os desesperançados, os aflitos a apegarem-se a Sua força. Mediante a fé e a oração, o quarto do doente pode se transformar numa Betel. Por palavras e atos, os médicos e as enfermeiras podem dizer, tão positivamente que não possa ser mal compreendido: "Deus está neste lugar" para salvar, e não para destruir. Cristo deseja manifestar Sua presença no quarto do doente, enchendo o coração dos médicos e enfermeiros com a doçura de Seu amor. Se a vida dos assistentes do enfermo é de maneira a Jesus os poder acompanhar ao leito dele, ao mesmo sobrevirá a convicção de que o compassivo Salvador está presente, e essa convicção por si só fará muito em benefício tanto de sua alma como do corpo.

E Deus ouve a oração. Cristo disse: "Se pedirdes alguma coisa em Meu nome, Eu o farei" (João 14:14). Noutro lugar, Ele diz: "Se alguém Me serve, ... Meu Pai o honrará" (João 12:26). Se vivemos em harmonia com Sua palavra, toda preciosa promessa dada por Ele em nós se cumprirá. Somos indignos de Sua misericórdia, mas, ao entregar-nos a Ele, recebe-nos. Ele operará em favor e por intermédio daqueles que O seguem.

Mas unicamente vivendo em obediência a Sua palavra podemos pedir o cumprimento das promessas que nos faz. O salmista diz: "Se eu atender à iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá" (Salmos 66:18). Se Lhe prestamos apenas uma obediência parcial, com a metade do coração, Suas promessas não se cumprirão em nós.

Temos na Palavra de Deus instruções relativas à oração especial pelo restabelecimento de um doente. Mas tal oração é um ato soleníssimo, e não o devemos realizar sem atenta consideração. Em muitos casos de oração pela cura de um doente, o que se chama fé não é nada mais que presunção.

Muitas pessoas chamam sobre si a doença pela condescendência consigo mesmas. Não têm vivido segundo as leis naturais ou os princípios da estrita pureza. Outros têm desconsiderado as leis da saúde em seus hábitos de comer e beber, vestir ou trabalhar. Freqüentemente é alguma forma de vício a causa do enfraquecimento mental ou físico. Obtivessem essas pessoas a bênção da saúde, e muitas delas continuariam a seguir o mesmo rumo de descuidosa transgressão das leis naturais e espirituais de Deus, raciocinando que, se Ele as cura em resposta à oração, elas se acham em liberdade de prosseguir em suas práticas nocivas, condescendendo sem restrições com apetites pervertidos. Se Deus operasse um milagre para restaurar à saúde essas pessoas, estaria animando o pecado.É trabalho perdido ensinar o povo a volver-se para Deus como Aquele que cura suas enfermidades, a menos que seja também ensinado a renunciar aos hábitos nocivos. Para que recebam Sua bênção em resposta à oração, devem cessar de fazer o mal e aprender a fazer o bem. Seu ambiente deve ser higiênico, corretos os seus hábitos de vida. Devem viver em harmonia com a Lei de Deus, tanto a natural como a espiritual.

Deve-se tornar claro aos que desejam orações por seu restabelecimento que a violação da Lei de Deus, quer natural quer espiritual, é pecado, e que, a fim de receber Suas bênçãos, ele deve ser confessado e abandonado.

A Escritura nos ordena: "Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis" (Tiago 5:16). Ao que solicita orações, sejam apresentados pensamentos como este: "Nós não podemos ler o coração, nem conhecer os segredos de vossa vida. Estes são conhecidos unicamente por vós mesmos e por Deus. Se vos arrependeis de vossos pecados, é o vosso dever fazer confissão deles." O pecado de natureza particular deve ser confessado a Cristo, o único mediador entre Deus e o homem. Pois "se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo" (1 João 2:1). Todo pecado é uma ofensa a Deus, e Lhe deve ser confessado por intermédio de Cristo. Todo pecado público, deve ser do mesmo modo publicamente confessado. A ofensa feita a um semelhante deve ser ajustada com a pessoa ofendida. Se alguém que deseja recuperar a saúde se acha culpado de maledicência, se semeou a discórdia no lar, na vizinhança ou na igreja, suscitando separação e dissensão, se por qualquer má prática induziu outros a pecar, essas coisas devem ser confessadas diante de Deus e perante os agravados. "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar... e nos purificar de toda a injustiça" (1 João 1:9).

Havendo os erros sido endireitados, podemos apresentar as necessidades do enfermo ao Senhor com fé tranquila, como Seu espírito nos indicar. Ele conhece cada indivíduo por nome, e cuida de cada um como se não houvesse na Terra nenhum outro por quem houvesse dado Seu bem-amado Filho. Por ser o amor de Deus tão grande e inalterável, o doente deve ser estimulado a confiar nEle e ficar esperançoso. Estar ansioso quanto a si mesmo tende a causar fraqueza e doença. Se eles se erguerem acima da depressão e da tristeza, será melhor sua perspectiva de restabelecimento; pois "os olhos do Senhor estão sobre... os que esperam na Sua misericórdia" (Salmos 33:18).

Ao orar pelos doentes, cumpre lembrar que "não sabemos o que havemos de pedir como convém" (Romanos 8:26). Não sabemos se a bênção que desejamos será para o bem ou não. Portanto, nossas orações devem incluir este pensamento: "Senhor, Tu conheces todo segredo da alma. Estás familiarizado com estas pessoas. Jesus, seu Advogado, deu a vida por elas. Seu amor por elas é maior do que é possível ser o nosso. Se, portanto, for para Tua glória e o bem dos aflitos, pedimos, em nome de Jesus, que sejam restituídas à saúde. Se não for da Tua vontade que se restaurem, rogamos-Te que a Tua graça as conforte e a Tua presença as sustenha em seus sofrimentos."

Deus conhece o fim desde o princípio. Conhece de perto o coração de todos os homens. Lê todo segredo da alma. Sabe se aqueles por quem se fazem as orações haviam ou não de resistir às provações que lhes sobreviriam, houvessem eles de viver. Sabe se sua vida seria uma bênção ou uma maldição para si mesmos e para o mundo. Esta é uma razão pela qual, ao mesmo tempo que apresentamos nossas petições com fervor, devemos dizer: "Todavia, não se faça a minha vontade, mas a Tua" (Lucas 22:42). Jesus acrescentou estas palavras de submissão à sabedoria e vontade de Deus, quando, no jardim de Getsêmani, rogava: "Meu Pai, se é possível, passe de Mim este cálice" (Mateus 26:39). Se elas eram apropriadas para Ele, o Filho de Deus, quanto mais adequadas são nos lábios dos finitos e errantes mortais!

A atitude coerente é expor nossos desejos a nosso sábio Pai celeste e então, em perfeita segurança, tudo dEle confiar. Sabemos que Deus nos ouve se pedimos em harmonia com a Sua vontade. Mas insistir em nossas petições sem um espírito submisso não é direito; nossas orações devem tomar a forma, não de uma ordem, mas de uma intercessão.

Há casos em que o Senhor opera decididamente por Seu divino poder na restauração da saúde. Mas nem todos os doentes são sarados. Muitos são postos a dormir em Jesus. João, na ilha de Patmos, foi mandado escrever: "Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam" (Apocalipse 14:13). Vemos por aí que, se as pessoas não forem restituídas à saúde, não devem ser por isso consideradas sem fé.

Todos nós desejamos respostas imediatas e diretas às nossas orações, e somos tentados a ficar desanimados quando a resposta é retardada ou vem por uma maneira que não esperávamos. Mas Deus é demasiado sábio e bom para atender nossas petições sempre justamente ao tempo e pela maneira que desejamos. Ele fará mais e melhor por nós do que realizar sempre os nossos desejos. E como podemos confiar em Sua sabedoria e Seu amor, não devemos pedir que nos conceda a nossa vontade, mas buscar identificar-nos com Seu desígnio, e cumpri-lo. Nossos desejos e interesses devem-se fundir com Sua vontade. Estas experiências que provam a fé são para nosso bem. Por elas se manifesta se nossa fé é verdadeira e sincera, repousando unicamente na Palavra de Deus, ou se depende de circunstâncias, sendo incerta e instável. A fé é revigorada pelo exercício. Devemos permitir que a paciência tenha a sua obra perfeita, lembrando-nos de que há preciosas promessas nas Escrituras para aqueles que esperam no Senhor.

Nem todos compreendem esses princípios. Muitos dos que buscam as restauradoras graças do Senhor pensam que devem ter uma resposta direta e imediata a suas orações, ou se não sua fé é falha. Por essa razão os que estão enfraquecidos pela doença precisam ser sabiamente aconselhados, para que procedam prudentemente. Eles não devem desatender ao seu dever para com os amigos que lhes sobreviverem, nem negligenciar o emprego dos agentes naturais.

Há muitas vezes perigo de erro nisto. Crendo que hão de ser curados em resposta à oração, alguns temem fazer qualquer coisa que possa indicar falta de fé. Mas não devem negligenciar o pôr em ordem os seus negócios como desejariam se esperassem ser tirados pela morte. Nem também temer proferir palavras de ânimo ou de conselho que estimariam dirigir aos seus amados na hora da partida.

Os que buscam a cura pela oração não devem negligenciar o emprego de remédios ao seu alcance. Não é uma negação da fé usar os remédios que Deus proveu para aliviar a dor e ajudar a natureza em sua obra de restauração. Não é nenhuma negação da fé cooperar com Deus, e colocar-se nas condições mais favoráveis para o restabelecimento. Deus pôs em nosso poder o obter conhecimento das leis da vida. Este conhecimento foi colocado ao nosso alcance para ser empregado. Devemos usar todo recurso para restauração da saúde, aproveitando-nos de todas as vantagens possíveis, agindo em harmonia com as leis naturais. Tendo orado pelo restabelecimento do doente, podemos trabalhar com muito maior energia ainda, agradecendo a Deus o termos o privilégio de cooperar com Ele, e pedindo-Lhe a bênção sobre os meios por Ele próprio fornecidos.

Temos a sanção da Palavra de Deus quanto ao uso de remédios. Ezequias, rei de Israel, estava doente, e um profeta de Deus levou-lhe a mensagem de que haveria de morrer. Ele clamou ao Senhor, e Este ouviu a Seu servo, e mandou-lhe dizer que lhe seriam acrescentados quinze anos de vida. Ora, uma palavra de Deus haveria curado instantaneamente a Ezequias; mas foram dadas indicações especiais: "Tomem uma pasta de figos e a ponham como emplasto sobre a chaga; e sarará" (Isaías 38:21).

"Porque no dia da adversidade me esconderá no Seu pavilhão; no oculto do Seu tabernáculo me esconderá; pôr-me-á sobre uma rocha. Também a minha cabeça será exaltada sobre os meus inimigos que estão ao redor de mim; pelo que oferecerei sacrifício de júbilo no Seu tabernáculo; cantarei, sim, cantarei louvores ao Senhor" (Salmos 27:5 e 6).

Certa ocasião, Cristo ungiu os olhos de um cego com terra, e mandou-lhe: "Vai, lava-te no tanque de Siloé. ... Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo" (João 9:7). A cura poderia ser operada unicamente pelo poder do grande Médico; todavia, Cristo fez uso de simples agentes da natureza. Conquanto Ele não favorecesse as medicações de drogas, sancionou o emprego de remédios simples e naturais.

Ao termos orado pela restauração de um enfermo, seja qual for o desenlace do caso, não percamos a fé em Deus. Se formos chamados a sofrer a perda, aceitemos o amargo cálice, lembrando-nos de que é a mão de um Pai que no-lo chega aos lábios. Mas, sendo a saúde restituída, não se deveria esquecer que o objeto da misericordiosa cura se acha sob renovada obrigação para com o Criador. Quando os dez leprosos foram purificados, apenas um voltou em busca de Jesus para dar-Lhe glória. Que nenhum de nós seja como os inconsiderados nove, cujo coração ficou insensível diante da misericórdia de Deus. "Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação" (Tiago 1:17).

(Ellen G. White - A Ciência do Bom Viver, pp. 225-233)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

VACINAS COVID-19

VACINAS COVID-19: ABORDANDO PREOCUPAÇÕES, OFERECENDO CONSELHO
 
Conferência Geral, Silver Spring, Maryland, Estados Unidos
 
Departamento de Ministérios de Saúde da Associação Geral, Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral e Escola de Farmácia e Escola de Saúde Pública da Universidade Loma Linda

Os adventistas do sétimo dia olham para a vinda de Cristo como o grande ponto culminante da história e o fim de todas as doenças, sofrimento e morte. Ao mesmo tempo, foi-nos confiada a mensagem adventista de saúde materializada e expandida nos escritos de Ellen White, resumindo uma vida saudável através de comportamentos práticos de estilo de vida saudáveis e holísticos.

Defendemos todas essas práticas para manter um sistema imunitário saudável que, na pandemia, ainda é mais necessário. Ellen White não foi apenas um canal inspirado de informações sobre saúde, muito à frente do seu tempo, mas ela modelou a prevenção prática em face da doença letal da sua época, a varíola, e ela mesma tomou a imunização, assim como as pessoas próximas a ela. (1) Hoje, a varíola foi erradicada globalmente.

Esperamos que este artigo responda a perguntas, acalme medos e resolva alguns dos mitos e rumores prevalecentes, trazendo paz aos corações dos nossos membros ao tomarem decisões de saúde guiados pelos seus profissionais de saúde.

Existem rumores e teorias da conspiração que usam a vacina COVID-19 como uma interpretação para o cumprimento da profecia. Pedimos ao Instituto de Pesquisa Bíblica da Conferência Geral comentários a este respeito, e a resposta foi a seguinte:

“A turbulência global causada pela pandemia COVID-19 gerou especulações consideráveis relacionadas com os eventos do tempo do fim e interpretações erróneas da Bíblia. Um ponto de vista recente, propagado nas redes sociais e em alguns websites da Internet, defendeu a teoria de que as próximas vacinas produzidas para combater a COVID-19 pertencem a um processo de controlo que levará à aplicação da marca da besta.

Deve-se tomar em consideração, entretanto, que os adventistas mantêm a convicção de que a controvérsia do tempo do fim centrar-se-á na lei de Deus, e, particularmente, no quarto mandamento (Ap 14:12). Além disso, a mensagem do terceiro anjo alertará contra a receção da marca (Apocalipse 14:9-11) e iluminará a humanidade quanto às questões envolvidas.

Por esta razão, deve ficar claro que os adventistas do sétimo dia entendem que a “marca da besta” não é uma marca literal, mas um sinal de lealdade que identifica o portador como leal ao poder representado pela besta.

Numa perspetiva diferente, outra visão especulativa argumenta que as vacinas tornam impuros aqueles que as tomam porque, supostamente, substâncias impuras são usadas para produzi-las. A este respeito, deve ser esclarecido que as instruções bíblicas permanentes que proíbem o consumo de comida e sangue impuros (Levítico 11:1-20; 17:11-12; Atos 15:20) não se aplicam às vacinas pela razão óbvia de que as vacinas são produzidas como medicamentos para salvar vidas, não para servir de alimento.

Especulações como estas trazem descrédito à Palavra de Deus e causam confusão entre os crentes sinceros, mas menos informados. Usar a inoculação de uma vacina para despertar um cenário escatológico de proporções espirituais e cósmicas, ou para se opor a ela com base numa interpretação falha das Escrituras, apenas distrai os crentes sinceros das reais questões proféticas e do compromisso da Igreja Adventista em proclamar o evangelho.

Espera-se que uma vacina eficaz ajudará a interromper a atual pandemia. Isso protegerá as vidas daqueles que ainda precisam de conhecer o evangelho, bem como daqueles que já aceitaram o evangelho e, portanto, estão encarregados da proclamação do amor infinito de Deus a um mundo sofredor (João 3:16).” (2)

Os Ministérios Adventistas de Saúde estão firmemente baseados na Bíblia, na instrução do Espírito de Profecia por meio de Ellen White, e estão em consonância com a ciência da saúde revisada por pares e baseada em evidências. Contamos com essas bases para formular abordagens e conselhos de saúde. Com milhões de infetados, muitos mortos e infeções globais a aumentar, várias vacinas foram desenvolvidas em tempo recorde. Existem inúmeras perguntas que as pessoas estão a fazer relativamente à vacina COVID-19.

Como Igreja, embora apoiemos recomendações de saúde pública baseadas em evidências, também temos o cuidado de não fazer pronunciamentos que possam ser interpretados como substitutos das diretrizes nacionais e internacionais de saúde pública. Por esta razão, é importante que os nossos comentários sejam entendidos no contexto da nossa posição oficial, como Igreja, sobre a imunização:

“A Igreja Adventista do Sétimo Dia dá grande ênfase à saúde e ao bem-estar. A ênfase adventista na saúde é baseada na revelação bíblica, nos escritos inspirados de E. G. White (cofundadora da Igreja) e na literatura científica revisada por pares. Como tal, encorajamos a imunização/vacinação responsável, e não temos nenhuma razão religiosa ou baseada na fé para não encorajar os nossos aderentes a participarem responsavelmente em programas de imunização preventiva e protetora. Valorizamos a saúde e a segurança da população, o que inclui a manutenção da ‘imunidade de grupo’.

“Não somos a consciência de cada membro da Igreja e reconhecemos as escolhas individuais. Estas são exercidas pelo indivíduo. A escolha de não ser imunizado não é e não deve ser vista como o dogma nem a doutrina da Igreja Adventista do Sétimo Dia.”

Houve esforços para estabelecer uma abordagem confiável, baseada em evidências, para o tratamento da COVID-19. Além disso, e em tempo recorde, foram produzidas vacinas que agora estão a ser usadas para ajudar a controlar a pandemia. No entanto, as pessoas têm dúvidas e preocupações em relação às vacinas COVID-19.

A autorização de uso de emergência para a vacina Pfizer/BioNtech foi concedida a 2 de dezembro de 2020, no Reino Unido, e a 9 de dezembro no Canadá. Nos EUA, a vacina Pfizer foi revisada pela “Food and Drug Administration” (FDA) dos EUA e autorizada provisoriamente a 11 de dezembro. A vacina Moderna seguir-se-á.

Em conversa com a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Loma Linda (LLUSPH), Michael Hogue, reitor da Faculdade de Farmácia de Loma Linda, que faz parte do Grupo de Trabalho do Conselho Consultivo sobre Práticas de Imunização para as Vacinas COVID-19 dos Centros de Controle de Doenças (CDC) dos EUA, no Condado de San Bernardino, na Califórnia, compartilhou as seguintes ideias sobre as perguntas mais frequentes sobre as vacinas Pfizer/BioNtech e Moderna. As suas ideias e explicações às perguntas mais comuns aparecem abaixo.

Perguntas e Respostas a respeito da vacina

Pergunta: A vacina de RNAm (ácido ribonucleico mensageiro) muda o seu ADN?

Resposta: Ambas as vacinas referenciadas são baseadas em RNAm, o que é uma inovação para as vacinas, mas a tecnologia tem sido usada em tratamentos médicos nos últimos 15 anos. A vacina entra no citoplasma de uma célula (o fluido dentro da célula), onde estimula a produção de anticorpos para combater a proteína semelhante a espícula do SARS-CoV-2. Uma vez que não entra no núcleo da célula hospedeira, não altera o DNA ou a estrutura/função genética.

Pergunta: Pode ser segura e eficaz, visto que foi desenvolvida tão rapidamente?

Resposta: Devido à tecnologia atual, o vírus SARS-CoV-2 foi sequenciado poucos dias após a sua identificação e o trabalho numa vacina foi imediatamente iniciado. O tamanho da amostra para um grande estudo foi de 40 000 pessoas (o tamanho médio de uma amostra de estudo de vacinas da FDA é geralmente de apenas 27 000 pessoas). Foi feito um estudo de dois anos em apenas dois meses. Os dados estão a ser cuidadosamente monitorizados.

A primeira dose mostrou uma proteção da resposta imune de 50 por cento. A segunda dose atingiu 95% de proteção! (Apenas a vacina da hepatite A é mais alta, com cerca de 100 por cento de proteção.) O estudo foi bem planeado e representou fielmente a demografia dos EUA, com exceção dos nativos americanos (mas o estudo em andamento está a trabalhar para corrigir isso). A eficácia e os efeitos secundários foram semelhantes em todos os grupos étnicos.

Pergunta: Os ingredientes e conservantes da vacina são perigosos?

Resposta: Não há conservantes nessas duas vacinas COVID-19, e é por isso que é necessário haver instalações de congelamento para o armazenamento e o transporte. A vacina é cuidadosamente purificada.

Pergunta: Quais são os efeitos colaterais?

Resposta: Até ao momento, 10 por cento dos indivíduos relataram febre no segundo dia e, em 24 horas, 50-60 por cento relataram sentir “dores”. Até agora, houve muito poucos efeitos secundários graves com a vacina Pfizer/BioNtech, incluindo três casos de reações alérgicas significativas (anormalmente baixo; provavelmente devido ao não uso de conservantes).

O Dr. Hogue comentou ainda que, se uma pessoa já testou positivo para a COVID-19 no passado, essa pessoa pode receber a vacina na mesma; simplesmente os níveis de anticorpos dessa pessoa irão aumentar com a administração da vacina. Ele também destacou que a toma da vacina nos EUA é voluntária, não obrigatória.

A eficácia das vacinas Pfizer/BioNtech e Moderna é semelhante, mas não são intercambiáveis ​​(se uma pessoa começa com uma, a segunda dose tem que ser da mesma marca). Para a vacina Pfizer, há um intervalo de 21 dias entre as duas doses; relata-se que para a vacina Moderna, o intervalo será de 28 dias entre as doses. A vacina não está autorizada para uso durante a gravidez ou em menores de 16 anos.

Conclusão

A imunização, juntamente com o saneamento básico e a água potável, têm sido fundamentais para a maior longevidade observada em todo o mundo, onde essas intervenções foram aplicadas. As vacinas são usadas há muito tempo por membros da Igreja Adventista em todo o mundo. Juntamente com boas práticas de saúde, elas forneceram proteção contra muitas infeções e preveniram doenças e mortes.

À medida que testemunhamos a magnitude global da pandemia, as mortes, as deficiências e os efeitos a longo prazo da COVID-19 que estão a surgir em todas as faixas etárias, incentivamos os nossos membros a considerarem a imunização responsável e a promoção e a facilitação do desenvolvimento do que é comumente denominado como imunidade de grupo (imunidade comunitária pré-existente de aproximadamente 80 por cento dos indivíduos como resultado de uma infeção anterior e/ou de uma vacinação).

Reiteramos: A DECISÃO DE SER OU NÃO SER IMUNIZADO É ESCOLHA DE CADA INDIVÍDUO, E DEVE SER TOMADA EM CONSULTA COM O SEU PRESTADOR DE SAÚDE. A PESQUISA PESSOAL SOBRE O ASSUNTO É IMPORTANTE. EM ÚLTIMA ANÁLISE CONFIAMOS QUE SEGUIR PRÁTICAS DE SAÚDE BÍBLICAS E DO ESPÍRITO DE PROFECIA, E SEGUIR A LIDERANÇA DE DEUS NAS NOSSAS VIDAS, TRAZER-NOS-Á PAZ E SEGURANÇA NA NOSSA TOMADA DE DECISÕES.

(1) Com respeito à vacinação contra a varíola, D. E. Robinson, um dos secretários da Sra. White, com data de 12 de junho de 1931, escreveu o seguinte acerca da atitude da Sra. White para com a vacinação:

“Pedis informação definida e concisa acerca do que a Irmã White escreveu sobre a vacinação e o soro.

“Esta pergunta pode ser respondida muito concisamente, pois quanto a todos os relatórios que temos, ela não se referiu a isso em nenhum dos seus escritos.

“Tereis interesse em saber, porém, que numa ocasião em que houve uma epidemia de varíola na vizinhança, ela mesma foi vacinada e insistiu com os seus auxiliares, que tinham ligação com ela, a vacinarem-se. Dando este passo a Irmã White reconheceu que fora demonstrado que a vacinação, ou imuniza contra a varíola ou atenua grandemente os seus efeitos, se a pessoa a contrai. Também reconheceu o perigo de exporem ao contágio, caso deixassem de tomar essa precaução. “[Assinado] D. E. Robinson” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 303).

(2) Instituto de Pesquisa Bíblica da Conferência Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, dezembro de 2020.

Fontes: https://adventist.news/en/news/covid-19-vaccines-addressing-concerns-offering-counsel

https://www.adventistreview.org/church-news/story15816-covid-19-vaccines-addressing-concerns,-offering-counsel