Jesus revolucionou o mundo, mas não da maneira como Seus contemporâneos esperavam. Muitas pessoas ainda esperam o Jesus da revolução social. Já imaginou Jesus organizando uma revolução armada visando à tomada do poder político? Eu não. Consegue vê-Lo propondo um golpe de Estado? Também não. Seria estranho encontrar em Jesus a atitude típica de Barrabás, não é? Logo Ele que declarou categoricamente: “Meu Reino não é deste mundo!” Logo Ele que ensinou os discípulos a pagar impostos e a se submeter ao imperador! Ele ensinou: “Deem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mt 22:21).
Justamente por causa disso, Judas achou que Jesus vacilava em não usar o poder que tinha para implantar uma nova ordem social. Sendo assim, Judas bolou um plano para fazer Jesus reagir. “É hora de dar um basta!”, ele pensou. Veja no que deu! Desandou. Assim como Barrabás, Judas era um revolucionário pronto a combater. Jesus não. Não era esse tipo de luta que propunha. A mensagem e a atitude de Jesus transformaram o mundo, mas a filosofia e o método ensinados por Cristo não agradaram os revolucionários beligerantes de Seu tempo tampouco os do nosso. Ainda assim, Ele fez e faz a diferença.
Não são o fervor, o visionarismo e o dinamismo que definem quem é um cristão engajado, mas a disposição humilde e firme para obedecer aos ensinos do Mestre e seguir o exemplo que Ele deixou. Qualquer movimento religioso ou ideológico requer fervor, visão, estratégia e ação. No entanto, só o cristianismo puro e verdadeiro submete tudo isso ao ideal do amor desinteressado expresso na vida do Salvador. Por isso, Paulo, o apóstolo da fé e da coragem, não lutou por um reino terrestre, mas pela pátria celestial (Hb 11:16). Essa luta transforma a nossa vida aqui, mas não se limita a ela. Essa é a revolução de Jesus.
O Reino de Jesus Cristo não é ilustrado por força bruta, poder militar nem capricho humano. Em vez disso, ele é o resultado de uma pequenina semente que encontra terreno fértil na vida de um pecador e o transforma pelo poder do Espírito Santo. Enquanto a glória e poderio dos reinos terrestres perecem com os líderes que os estabeleceram, o poder da revolução efetuada pelo evangelho de Cristo na vida do pecador permanece, fazendo dos que experimentaram o novo nascimento, candidatos ao Reino dos Céus.
Uma das sementes mais preciosas espalhadas por Jesus encontra-se em Seus ensinos no famoso Sermão da Montanha (Mt 5-7). Entre as preciosas lições do Mestre, o sermão também aborda quem devemos ser, o que devemos fazer e como o que fazemos nos ajuda a descobrir quem realmente somos. Nesse sermão, Jesus enfatizou os princípios de Seu Reino, lançando sementes da verdade para transformar a vida de Seus ouvintes.
A missão de
Cristo não foi
liderar nenhuma revolução
política, apesar de
ter apresentado os
princípios ideais para
qualquer governo humano.
Tampouco liderou movimentos sociais contra os preconceitos de sua época.
Contudo, sua vida foi um exemplo vivo de aceitação e ausência de preconceitos,
embora nunca perdesse a oportunidade de, com amor, mostrar às pessoas um
caminho melhor para uma vida abundante
segundo a vontade
de Deus. Em
outras palavras, Jesus
tratava todos de maneira igual,
era justo para com todos e vivia pensando nos outros, mas não se esquecia de
sua missão de salvar do pecado e encaminhar na justiça. Nisso residia o
diferencial de Jesus.
Sua vida de abnegação e ação fez a diferença em seu
ministério. Seguindo o exemplo de Jesus, o cristão deveria viver em sua esfera
de ação como Jesus viveu, demonstrando
amor desinteressado e
compromisso com o
semelhante. Tal postura
trará mais benefício
à humanidade do
que tentar mudar
o mundo por
revoluções e movimentos sociais. É dessa forma que o cristão estará
andando “como ele andou” (1Jo
2:6). Foi assim
que Jesus manifestou
quem era o
Pai. Se fizermos
o mesmo, refletindo o caráter e a
missão de Cristo, criaremos um efeito dominó capaz de transformar a sociedade
de dentro para fora, assim como Jesus revolucionou o mundo sem nunca ter
liderado ou incentivado uma revolução.