sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Direita, esquerda ou centro?

Último dia da semana de trabalho e do mês de agosto. Semana bem pesada nas Redes Sociais, em função do processo eleitoral e das entrevistas dos candidatos à Presidência da República.

Triste, ver pessoas - muitos, ditos irmãos em Cristo - se atacando e destratando de maneira áspera, hostil e deselegante. Marxismo cultural pra lá, fascismo pra cá, e outros termos que se tornaram trends na Internet, acompanhados de uma virulência que vai crescendo solta, de forma preocupante. O problema não é a existência da discussão e do debate, é a forma doentia como isso na maior parte das vezes acontece.

Na verdade, para o cristão, essa escolha deveria ser feita com reflexão e oração, muito mais do que com argumentos politizados, sabendo que, independentemente de quem Deus permita que chegue lá, na maioria das vezes, estaremos nas mãos de homens ímpios, que não cumprem o que prometem e agem de acordo com suas próprias conveniências, isso está profetizado.

Vi cristãos aqui dizendo que Cristo era de Esquerda, assim como vi cristãos dizendo que a solução divina virá sempre pela Direita. Não sei em que evangelho se basearam para chegar a essas conclusões, mas, certamente, não foi o evangelho puro de Cristo Jesus, não foi o evangelho da graça.

Aliás, quem diz isso, nunca notou que o mesmo Jesus que andou com ladrões e prostitutas, também curou a orelha de um violento soldado romano, e repreendeu Seu discípulo que o ferira. O mesmo Jesus que perdoou uma adúltera e chamou uma polígama ao arrependimento, também mandou pagar impostos ao César opressor e foi enterrado em sepultura de ricos. Como querer rotular o próprio Deus?

A solução definitiva para os problemas humanos, seja no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo, certamente não virá da chamada Esquerda, nem da Direita e nem do Centro - meras referências humanas - mas, sim, do Alto - a referência divina - onde está nossa cidade e "de onde aguardamos o Senhor".

Esquecermos isso, e nos deixarmos levar pela paixão política e pela desconsideração com nosso próximo e suas posições contrárias às nossas, machucando-nos uns aos outros com expressões rudes, sarcásticas e nada cristãs, é negar a religião que professamos, é jogar no lixo, já apodrecido, o fruto do Espírito que Deus queria fazer crescer em nós.

Policio a mim mesmo todo o tempo, pois também incorro nesse erro, em meio aos muitos que cometo diariamente, e desejo que você, da mesma forma, o faça.

Mário Jorge Lima (via facebook)

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

O pastor e a política

Política é o palco do poder. E poder é a imposição de uma vontade sobre a outra. Sempre que a vontade de alguém é substituída pela de outra pessoa estamos diante de uma manifestação de poder e, portanto, de algum nível de política. Geralmente, as discussões políticas giram em torno da busca por um mundo melhor construído pelo homem. Entretanto, de acordo com a cosmovisão bíblica, isso é impossível. Como reflexo de nossa realidade, as discussões sobre ideologias políticas também alcançaram os líderes religiosos. Contudo, parece que esse assunto não deveria ocupar o tempo dos ministros do evangelho. Ellen White escreveu: “O Senhor quer que Seu povo enterre as questões políticas. Sobre esses assuntos, o silêncio é eloquência. Cristo convida Seus seguidores a chegar à unidade nos puros princípios evangélicos que são positivamente revelados na Palavra de Deus” (Fundamentos da Educação Cristã, p. 475)

Independentemente das condições de vida de um país, a Bíblia chama as pessoas a se arrepender e crer no evangelho, proclamando que o reino de Deus está próximo. Essa é a essência da mensagem divina do Antigo ao Novo Testamento. Esse é o cerne da pregação dos reformadores do século 16, dos mileritas do século 19 e dos adventistas até a segunda vinda de Jesus. Todos os mensageiros evangélicos da história viveram em cidades com melhores ou piores condições de vida, com gente brigando por poder, mas não colocaram sua atenção no sistema nem nas circunstâncias. Em vez disso, pregaram a mensagem de juízo e de salvação, levando os ouvintes a decidir sobre seu destino eterno.

Se não pregarmos a Bíblia, quem pregará? Se misturarmos a Bíblia e a política, a Palavra de Deus será rebaixada à condição humana. Se os ministros de Deus se concentrarem nas coisas deste mundo, quem serão os pregadores do evangelho de Jesus? Quem anunciará a esperança da vida eterna? A quem as pessoas recorrerão quando quiserem aprender as Escrituras? “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém, invocarão Aquele em quem não creram? E como crerão Naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Rm 10:13, 14). “Vós sois o sal da Terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens” (Mt 5:13). 

Se um pastor acha que prestaria um serviço melhor à humanidade por meio da política, não deveria ser coerente e deixar o ministério pastoral, dedicando-se à carreira política integralmente? Ellen White foi muito contundente quanto a esse assunto, ao escrever que “todo mestre, ministro ou dirigente em nossas fileiras que é agitado pelo desejo de ventilar suas opiniões sobre questões políticas, deve converter-se pela crença na verdade ou renunciar à sua obra”, afinal, “o dízimo não deve ser empregado para pagar ninguém para discursar sobre questões políticas” (Fundamentos da Educação Cristã, p. 477). Em vez disso, cada ministro deve se lembrar de que a “cada dia o tempo de graça de alguém se encerra. Cada hora alguns passam para além do alcance da misericórdia. E onde estão as vozes de aviso e rogo, mandando o pecador fugir desta condenação terrível? Onde estão as mãos estendidas para o fazer retroceder do caminho da morte? Onde estão os que com humildade e fé perseverante intercedem junto a Deus por ele?” (Patriarcas e Profetas, p. 92). Como disse o apóstolo Paulo, “importa que os homens nos considerem como ministros de Deus” (1Co 4:1).

Thadeu J. Silva Filho (via Revista Ministério)

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

O que está acontecendo com nossas garotas?

Uma professora de crianças de três anos declarou que, ao saberem da festinha que teriam na classe, elas passaram semanas comentando que roupa usariam no dia. “Elas estão perdendo o desejo pela diversão e espontaneidade, preferindo a exibição e competição”, comentou. Você identifica esse tipo de comportamento ao seu redor? “Quanto mais as meninas concentram sua atenção na aparência, mais inseguras se tornam, porque não se desenvolveram o suficiente para ter um forte sentido de si mesmas”, afirma um trecho do livro O que está acontecendo com nossas garotas?, de Maggie Hamilton, especialista em comportamento. Muito inseguras, são suscetíveis a sugestões. Consideram a aceitação de seus colegas absolutamente crucial. Isso gera muita infelicidade, porque “encoraja as meninas a pensar que só o que importa é a aparência, a propriedade e a popularidade”, completa Maggie. A baixa autoestima e a baixa autoconfiança são cultivadas no sexo feminino na tenra idade. Os pais incentivam, mesmo que sem intenção, a ostentação e consumismo, garantindo que suas meninas tenham o máximo de desejos realizados.
“Quando as meninas conseguem tudo que querem, crescem achando que a vida se resume à autogratificação instantânea — ou seja, compras imediatas, relações afetivas passageiras, diversão zas-trás, sexo fugaz — até que nada as encanta mais ou pareça-lhes realmente especial". (Maggie Hamilton)
Algumas das consequências disso são: superestimulação, superexposição e supersensualização. Vamos analisar um exemplo bem popular: os brinquedos “infantis” (bem entre aspas mesmo). Eu e meu marido costumamos frequentar lojas de brinquedos. Não nos julguem! É bem comum eu aproveitar o momento dentro desses estabelecimentos para dizer coisas do tipo: “se eu tivesse uma filha, jamais compraria esse brinquedo pra ela”. Os brinquedos e entretenimentos lançados para o público infantil perderam a inocência e ingenuidade, que deveriam ser as características mais valiosas em uma criança. Note, por exemplo, o nível de bonecas disponíveis no mercado. Existem marcas que produzem e vendem uma quantidade absurda de bonecas com meia rastão, shorts curtíssimos, blusinhas com a barriga à mostra e maquiagem extravagante.

“As meninas não estão mais fingindo que são mamães, ao cuidar e manipular as bonecas de uma maneira natural. Elas se tornaram uma dessas bonecas”, contou uma professora de jardim da infância. Profissionais de saúde especializados na faixa infantil demonstram preocupação com a influência negativa dos brinquedos e da mídia. Segundo eles, as meninas estão sendo cada dia mais expostas a uma superficial e sexualizada maneira de verem a si mesmas e ao mundo.

Maggie alerta que ao apresentar coisas do tipo para as menininhas – por meio de brinquedos, filmes, programas de TV, roupas e livros — estamos dizendo que é assim que devem se comportar, que é isso que a sociedade espera delas e das mulheres em geral. Pequenas demais para julgar o que é adequado ou não, elas passam a achar que aquilo é realmente o padrão feminino obrigatório.

Em um estudo com crianças de cinco a oito anos nos EUA, foi revelado que cerca de 25% delas manifestaram o desejo de ser mais magras. Esse indicador sobe para 71% nas de 7 anos. A maioria delas acreditava precisar perder peso para ser popular. A metade estava preparada para fazer dietas redutoras. Dá pra acreditar? Os anunciantes amam essas garotas, afinal, elas lhes rendem bilhões de dólares (ou qualquer outra moeda). O mundo conspira pela insatisfação. Afinal, imagine quantas empresas faliriam se amanhã todas as meninas e mulheres acordassem amando a si mesmas.

Emanuelle Sales (via Imagem & Semelhança)

Nota: O livro Orientação da Criança, de Ellen G. White, nas pp. 434-435, diz:
“Frequentemente os pais vestem os filhos com roupas extravagantes, com muita ostentação de ornamento e então admiram abertamente o efeito de seus trajes e os cumprimentam por sua aparência. Esses pais insensatos se encheriam de consternação se pudessem ver como Satanás lhes apoia os esforços e os impele para maiores loucuras. [...] As crianças ouvem mais de vestidos do que da salvação. Porque a mãe se acha mais familiarizada com a moda do que com o seu Salvador. [...] Não encorajemos nossos filhos a seguirem as modas do mundo; e se formos fiéis em lhes dar o ensino correto, eles não as seguirão. As modas do mundo frequentemente tomam uma forma ridícula, e deveis tomar firme posição contra elas.”

Felicidade: uma obsessão da sociedade atual

Altruísmo. Beleza. Conhecimento. Dinheiro. Emagrecimento. Fama. Gratidão. Humor. Inteligência. Juventude. Otimismo. Propósito. Riqueza. Saúde. Trabalho… Quase todas as letras do alfabeto já foram utilizadas para listar os fatores que supostamente desencadeiam o fenômeno que os pesquisadores chamam de bem-estar subjetivo e o mundo inteiro conhece como felicidade – um estado mental emoldurado pelo sentimento agradável de contentamento, que resulta em euforia com o ritmo das coisas e o curso da vida.

Valorizada ao longo da história como um ideal a ser buscado, redescoberta nos séculos 17 e 18, a felicidade vem ganhando cada vez mais importância e visibilidade.
 Um gráfico tendo por base a bibliografia sobre a felicidade preparada pelo sociólogo holandês Ruut Veenhoven, fundador do World Database of Happiness, mostra que o número de estudos sobre a felicidade a partir de 1970 forma uma acentuada curva ascendente.

Hoje, a felicidade se transformou até em agenda política. Países como Austrália, Alemanha, França e Inglaterra têm sugerido que a felicidade de seus cidadãos deveria ser levada em conta na elaboração das políticas públicas.

O Butão, pequeno reino no sul da Ásia, foi mais longe e criou o índice de Felicidade Interna Bruta (FIB). O problema é que, à medida que a riqueza aumenta, as expectativas das pessoas também crescem, o que levaria a um declínio na sensação de felicidade, o chamado paradoxo de Easterlin.

O tema também está chegando às escolas. No livro The End of the Rainbow, Susan Engel argumenta que educar para a felicidade (e não para o dinheiro) deveria ser o objetivo das instituições de ensino. A escola precisa ser um lugar em que a criança experimente alegria, satisfação, propósito e um senso de conexão com os outros, incorporando rituais significativos em sua rotina, como começar o dia com um poema, compartilhar o almoço e ouvir música à tarde.

No entanto, para a maioria das pessoas o que importa mesmo é a felicidade individual. Aqui entra a pergunta: será que você pode fazer alguma coisa para aumentar seu grau de felicidade e mantê-lo no novo patamar? O livro Stability of Happiness, organizado por Kennon Sheldon e Richard Lucas, discutiu o tema por uma variedade de perspectivas e, felizmente, a resposta é “sim”.

Apesar de a genética e o ambiente exercerem um papel na felicidade, ela pode ser aprendida e mantida. Em seu elogiado livro A Ciência da Felicidade, Sonja Lyubomirsky afirma que 50% da nossa felicidade têm que ver com nossos genes, enquanto 10% são determinados pelas circunstâncias. Isso deixa 40% do potencial de felicidade sob o nosso controle. Naturalmente, a química cerebral também afeta os sentimentos.

A ideia de que eu só serei feliz quando tiver um emprego melhor, uma namorada bonita, muito dinheiro, um carro zero, filhos obedientes, ou qualquer outra coisa, não passa de uma falácia, diz ela. Você pode ser feliz em meio às suas circunstâncias, a não ser, é óbvio, que elas sejam traumáticas demais. A boa notícia é que coisas simples como ajudar os outros e abraçar a pessoa amada podem tornar a pessoa mais feliz. E, quanto mais feliz a pessoa é, menos ela presta atenção ao que os outros estão fazendo.

Deus, e não a felicidade, é o alvo final da vida e o bem maior da existência. Porém, a felicidade melhora todos os principais aspectos da vida, dá sentido à existência e deve ser buscada. O ser humano foi criado com uma ilimitada capacidade de ser feliz. Mas, com o pecado, adquiriu uma habilidade imensa de ser infeliz e estragar a felicidade dos outros. O plano de Deus é que sejamos felizes aqui e muito mais no futuro.

Você carrega a felicidade no coração? Se a resposta for “não”, está na hora de mudar. A felicidade em seu grau mais alto é o alinhamento da vida com o Deus que é pura felicidade.

Marcos de Benedicto (via Revista Adventista)

20 Conselhos de Ellen G. White
Abaixo temos algumas importantes dicas de Ellen G. White para atingirmos a real felicidade:

1. "A ação harmoniosa e salutar de todas as energias do corpo e da mente resulta em felicidade; quanto mais elevadas e aprimoradas as energias, tanto mais pura e perfeita a felicidade." (Conselhos Sobre Saúde, p. 51)

2. "Tão estreitamente está a saúde relacionada com a nossa felicidade, que não podemos ter a última sem a primeira. É necessário um conhecimento prático da ciência da vida humana, a fim de que glorifiquemos a Deus em nosso corpo." (Conselhos Sobre Saúde, p. 38)

3. "Nossa felicidade será proporcional a nosso trabalho altruísta movido pelo amor divino, pois no plano da salvação Deus indicou a lei da ação e reação." (Beneficência Social, p. 302)

4. "O prazer de fazer bem a outros, comunica aos sentimentos um ardor que eletriza os nervos, vivifica a circulação do sangue, e produz saúde física e mental." (Serviço Cristão, pp. 270 e 271)

5. "Cada um possui em si mesmo a fonte da própria felicidade, ou infortúnio. Se ele quiser, poderá erguer-se acima das impressões baixas, sentimentais, que constituem a vida de muitos; mas enquanto ele for cheio de si mesmo, o Senhor nada poderá fazer em seu benefício." (Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 190)

6. "O mais forte impulso do homem impele-o a buscar sua própria felicidade, e a Bíblia reconhece este desejo e nos mostra que todo o Céu se unirá ao homem em seus empenhos de alcançar a verdadeira felicidade. Ela revela a condição sob a qual a paz de Cristo é concedida ao homem. Descreve um lar de eterna felicidade e esplendor, onde jamais se conhecerão lágrimas ou necessidade." (Minha Consagração Hoje, MM, 1989, p. 160)

7. "Se há alguém que devia ser continuamente agradecido, é o seguidor de Cristo. Se há alguém que frua felicidade real, mesmo nesta vida, é o fiel cristão. Devemos ser o povo mais feliz da face da Terra, e não pedir perdão ao mundo por sermos cristãos." (Nossa Alta Vocação, MM, 1962, p. 201)

8. "Este é Jesus, a vida de toda graça, a vida de cada promessa, a vida de cada ordenança, a vida de cada bênção. Jesus é a realidade, a glória e fragrância, a própria vida. Na verdade, solitária e penosa seria nossa peregrinação se não fosse Jesus. Juntemos, pois, todas as promessas registradas. Repitamo-las dia a dia e nelas meditemos na calada da noite, e sejamos felizes." (Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 244)

9. "Jesus quer que sejais felizes, mas não o podeis ser seguindo a própria vontade e os impulsos do próprio coração." (Nossa Alta Vocação, MM, 1962, p. 29)

10. "A felicidade que se busca por motivos egoístas, fora do caminho do dever, é volúvel, caprichosa e transitória; dissipa-se, deixando n'alma uma sensação de isolamento e pesar; no serviço de Deus, porém, há satisfação e alegria." (Caminho a Cristo, p. 124)

11. "No alicerce da ruína de muitos lares reside a paixão da ostentação. Homens e mulheres planejam e tramam para conseguir meios para darem aos outros a impressão de serem mais ricos do que os vizinhos. Mas embora possam ter êxito em sua luta desesperada, não são na verdade felizes. A verdadeira felicidade provém de um coração em paz com Deus." (Manuscrito 99, 1902)

12. "De um ponto de vista humano, o dinheiro é poder; mas do ponto de vista cristão, o amor é que é poder. A abastança é muitas vezes uma influência corruptora e destruidora; a força é forte em ferir; mas a verdade e a bondade são qualidades do amor puro." (Testimonies, vol. 4, p. 138)

13. "'Tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós.' (Mateus 7:12). O Salvador ensinou este princípio para tornar feliz a humanidade, e não infeliz; pois de nenhum outro modo pode vir a felicidade. Deus deseja que homens e mulheres vivam a vida mais elevada." (Minha Consagração Hoje, MM, 1989, p. 165)

14. "Unicamente os que experimentaram a felicidade resultante do abnegado esforço no serviço de Cristo podem falar do assunto com a devida compreensão. É na verdade tão pura a alegria, tão profunda, que a linguagem não a pode exprimir." (Nossa Alta Vocação, MM, 1962, p. 184)

15. "Apropriados deveres são designados pelo Céu a cada membro da igreja na Terra, e todos devem buscar sua felicidade na felicidade daqueles a quem ajudam e beneficiam." (Nossa Alta Vocação, MM, 1962, p. 162)

16. "Se a mente é livre e feliz, por uma certeza de fazer o bem e um senso de satisfação por causar felicidade a outros, isto causa uma alegria que reagirá sobre todo o organismo, promovendo uma circulação mais livre do sangue e um avivamento de todo o corpo." (Minha Consagração Hoje, MM, 1989, p. 150)

17. "O mundo está cheio de espíritos insatisfeitos, que passam por alto a felicidade e as bênçãos que se acham ao seu alcance, e estão continuamente buscando a felicidade e satisfação que não possuem. Estão constantemente lutando por algum bem esperado futuramente, maior do que o que possuem, e estão sempre num estado de decepção." (Testimonies, vol. 2, p. 640)

18. "O ânimo, a esperança, a fé, a simpatia e o amor promovem a saúde e prolongam a vida. Um espírito contente, animoso, é saúde para o corpo e força para a alma." (Minha Consagração Hoje, MM, 1989, p. 150)

19. "Deus busca nossa verdadeira felicidade. Se qualquer coisa se acha no caminho dela, Ele vê que isto precisa primeiro ser removido. O pecado é a causa de todos os nossos infortúnios. Se quisermos ter verdadeira paz de espírito e felicidade, o pecado precisa ser removido." (Nossa Alta Vocação, MM, 1962, p. 81)

20. "Quando por meio de Jesus, entramos no repouso, o Céu começa aqui. Atendemos-Lhe ao convite: Vinde, aprendei de Mim; e assim fazendo começamos a vida eterna. O Céu é um incessante aproximar-se de Deus por intermédio de Cristo. Quanto mais tempo estivermos no Céu da bem-aventurança, tanto mais e sempre mais de glória nos será manifestado; e quanto mais conhecermos a Deus, tanto mais intensa será nossa felicidade." (O Desejado de Todas as Nações, p. 331)

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Dia do Psicólogo - A opinião de Ellen White sobre a psicologia

No dia 27 de agosto é comemorado no Brasil o Dia do Psicólogo. Nesta mesma data, no ano de 1964, a profissão foi regulamentada através da Lei 4.119/64.

A opinião de Ellen White sobre a psicologia
Três escolas de cura prevaleciam no tempo de Ellen White – mesmerismo, frenologia e a cura pelo descanso – que influenciaram seus comentários sobre questões psicológicas e de saúde mental. White se opôs firmemente a todas as três. Em 1886, escreveu: “As ciências da frenologia, da psicologia e mesmerismo são os condutos pelos quais ele [Satanás] chega mais diretamente a esta geração e atua com esse poder que deve caracterizar seus esforços próximo do fim do tempo da graça.”1

Mesmerismo. Durante os primeiros anos de ministério, Ellen White foi repetidamente forçada a confrontar o mesmerismo e seus métodos de manipulação da mente. Nos Estados Unidos, em meados do século 19, o magnetismo animal era uma filosofia de cura popular. Originada pelo médico Franz Anton Mesmer (1734-1815), ensinava que um fluido magnético invisível permeou o universo. Mesmer teorizou que a doença produziu um desequilíbrio desse fluido dentro do corpo humano, o que poderia ser curado através do uso de ímãs e de corrente elétrica. Eventualmente, ele abandonou o uso de ímãs e propôs que o “corpo do curandeiro”, permeado com magnetismo animal, podia redirecionar o fluido magnético do paciente sem a utilização de ímãs. O objetivo era o de induzir a uma ‘crise’, alterando o estado mental do indivíduo, por meio de febre, delírio, convulsões, choro descontrolado, contrações musculares nervosas. Mesmer viu essas manifestações como sintomas saudáveis de cura. Sugestionabilidade e dominância foram utilizados para produzir um transe e, assim, realinhar o corpo.2 Mais tarde, James Braid redefiniu o termo “mesmerismo” como hipnotismo, e Mesmer ficou conhecido como o pai da moderna hipnose.3

Em 1845, Ellen White foi forçada a confrontar Joseph Turner, um proeminente ministro adventista milerita no Maine. Turner estava usando o mesmerismo. Ele ainda tentou mesmerizar ou hipnotizar White. Em uma ocasião, ela estava em uma reunião onde ele tentou manipulá-la. “Ele tinha os olhos voltados diretamente de seus dedos, e os olhos dele pareciam serpentes, o mal.”4 Suas experiências ao confrontar esse homem, juntamente com sua orientação visionária, a colocaram em oposição às modalidades de controle hipnótico da mente que eliminavam de uma pessoa a independência mental e liberdade dadas por Deus. Ela escreveu muito direta e especificamente sobre esse tópico. “Não é desígnio de Deus que nenhuma criatura humana submeta a mente e a vontade ao domínio de outra, tornando-se um instrumento passivo em suas mãos […]. Não deve considerar nenhum ser humano como fonte de cura. Sua confiança deve estar em Deus.”5 Em cartas durante 1901 e 1902 para A. J. Sanderson e sua esposa, que foram diretores médicos do Sanatório Santa Helena, Ellen White advertiu para os perigos do hipnotismo. “Mantenham-se afastados de tudo o que tenha sabor a hipnotismo, a ciência pela qual as agências satânicas trabalham.”6 Ela identificou a característica do hipnotismo que mais a preocupava e revelou um dos seus valores fundamentais na cura mental. “A teoria de mente controlar mente é originada por Satanás para introduzir-se como o trabalhador-chefe para colocar filosofia humana onde deveria estar filosofia divina […]. O médico deve educar o povo a olhar do humano para o divino.”7

Frenologia. Foi uma teoria popularizada na América durante os meados do século 19 por Orson S. Fowler e seu irmão Lorenzo N. Fowler. A frenologia sustentou que a forma da cabeça de uma pessoa determinava o seu caráter e personalidade. Embora baseada em uma premissa falaciosa, foi amplamente aceita como autêntica na época. Ellen White se opôs a essa modalidade. Em 1893, escreveu sobre a frenologia como “vã filosofia, se gloriando em coisas que não entendem, pressupondo um conhecimento da natureza humana que é falso”.8

Cura pelo descanso. A modalidade “cura pelo descanso” foi defendida por Silas Weir Mitchell como resposta a distúrbios nervosos. Mitchell defendeu o descanso completo e a ausência de todos os estímulos sensoriais. Esse método exigia que o sujeito não tivesse visitas, cartas, leituras, escritos, banhos, exercícios, ou mesmo a presença de luz ou som. O descanso era para ser aplicado sem interrupção e prolongadamente. Ellen White contradisse essa opinião: “[…] E ao doente [mental] deveria ser ensinado que é errado suspender todo trabalho físico para recuperar a saúde.”9

As bases filosóficas dessas três modalidades do século 19, embora populares na época, têm-se mostrado fraudulentas. Quando Ellen White usou os termos “psicologia” e “ciência”, estava falando desses falsos e errôneos movimentos, e não das modernas definições desses termos. Em uma ocasião, escreveu positivamente quando usou o termo “psicologia” em um sentido mais geral. “Os verdadeiros princípios da psicologia encontram-se nas Sagradas Escrituras. O homem desconhece o seu próprio valor. Age de acordo com o seu inconfesso temperamento do caráter, porque não olha para Jesus, Autor e Consumador de sua fé.”10 Para Ellen White, a correta “psicologia” tem uma visão elevada dos seres humanos, como é entendida à luz do dom de Jesus e do amor de Deus. Para ela, o objetivo dos estudos psicológicos foi como reconectar a pessoa com Deus como o grande médico da mente e da alma.

Recebendo orientação psicológica
Embora tenha sido demonstrado que Ellen White centrou a sua filosofia de saúde mental e cura em Deus, ela não excluiu o papel dos seres humanos em cooperação com Deus. Ela deixa claro que Deus pode usar conselheiros para ajudar a levar à cura aqueles com doenças mental e emocional. “Os servos de Cristo são Seus representantes, instrumentos pelos quais opera. Ele deseja, por intermédio dos mesmos, exercer o Seu poder de curar.”11 Em outra declaração semelhante, escreveu: “Por intermédio de Seus servos, designa Deus que os doentes, os desafortunados e os possessos de espíritos maus hão de escutar Sua voz. Por meio dos instrumentos humanos, Ele deseja ser um Consolador como o mundo desconhece.”12 Ela ainda foi imperativa no aconselhamento. “Quando surge uma crise na vida de qualquer pessoa. […] É a vida consistente, a revelação de um sincero interesse como de Cristo pela a pessoa em perigo, que fará o aconselhamento eficaz para convencer e vencer em caminhos seguros.” Aqueles que negligenciam este trabalho “terão de dar conta por sua negligência por aqueles que poderiam ter abençoado, reforçado, apoiado, e curado.”13

A própria experiência de Ellen White como uma conselheira é uma aplicação da presente declaração. Embora não fosse formada em psicologia, ajudou muitas pessoas a conquistar melhor saúde emocional e mental durante a sua vida. Para esses dias, seus escritos fornecem um quadro filosófico e teológico útil que apoia a atividade “médico missionária”, assim como chamou as áreas de psiquiatria e psicologia.

Alguns bem intencionados cristãos têm sido relutantes em falar com profissionais de saúde mental temendo que Deus não queira que contem a outro ser humano seus pecados ou fraquezas. Pensam que procurando ajuda psicológica traem a fé, porque estão procurando a ajuda de seres humanos em vez da de Deus, mas Ellen White é clara de que há situações em que é correto e adequado confiar em outros.14 Ela foi uma frequente ouvinte e conselheira para as pessoas com dores e perplexidades. Ela escreveu as seguintes palavras de conforto para um homem na Austrália. “Se os agentes humanos, de quem nós poderíamos ser levados a esperar ajuda, faltam para fazer a sua parte, somos confortados no pensamento de que as inteligências celestiais não deixarão de fazer a sua parte. Elas passarão por aqueles cujos corações não são tenros e dignos de compaixão, gentis e amáveis, e prontos para aliviarem as desgraças dos outros, e vão usar qualquer agente humano, que será tocado com as enfermidades, as necessidades, os problemas, as perplexidades das pessoas por quem Cristo morreu.”15 Suas declarações sobre o papel dos conselheiros humanos mostram que Ellen White permaneceu confiante em que Jesus era o último ajudante e médico. Mas os humanos conselheiros, amigo, mãe, pastor, médico ou psicólogo são para ajudar a pessoa como Jesus – “[…] um Amigo que nunca falha, ao qual podemos confiar todos os segredos do coração.”16 A cura mental e emocional como a cura física é um processo que leva tempo. Ellen White revela um notável grau de sensibilidade para com, por vezes demorado, processo psicológico que requer apoio.

Conclusão
A abordagem terapêutica de Ellen White para o tratamento do doente mental centrou-se em uma aplicação de princípios. Ela apoiou o aconselhamento e os métodos de cura natural. Sua abrangente rejeição às drogas está baseada em errôneas filosofias de cura que eram atuais em seus dias e de produtos químicos perigosos de drogas que eram usadas. Suas declarações contra a “psicologia” e a “ciência” estão relacionadas a sua oposição ao mesmerismo, frenologia, e à “cura pelo descanso”. Como conselheira, Ellen White teve extensa interação com as pessoas ao longo de sua vida e tratou com diferentes tipos de disfunção psicológica. Permaneceu simpática e redentora, mesmo quando a condição foi particularmente censurável. Ela não tinha qualquer formação em saúde mental e viveu em uma época em que essa ciência era ainda rudimentar. No entanto, foi capaz de ser extraordinariamente eficaz em ajudar muitas pessoas. Compreendeu que a devastação emocional e mental não era curada instantaneamente e que uma pessoa poderia estar andando com Deus, mas ainda assim necessitava de apoio e orientação. Acreditava na necessidade de intervenção direta por outros que eram capazes de aconselhar e orientar. Embora não tenha escrito sobre o papel dos psiquiatras e psicólogos, escreveu positivamente sobre o tipo de ajuda que pode ser prestada por essas áreas. Não podemos dizer exatamente qual seria a sua reação à prática moderna dessas áreas, mas um estudo da sua vida, escritos e atividades sugerem que ela teria apoiado a prática psicológica cristã que estava em harmonia com uma filosofia bíblica de cura.

Merlin D. Burt (Ph.D., Universidade Andrews) é diretor do Centro de Pesquisa Adventista Ellen G. White Estate Branch Office, Universidade Andrews, Berrien Springs, Michigan, EUA. E-mail: burt@andres.ed. Uma parte deste artigo for originalmente apresentada no Simpósio sobre a Cosmovisão Cristã e Saúde Mental: Perspectivas dos Adventistas do Sétimo Dia, de 28 de agosto a 2 de setembro de 2008, Rancho Palos Verdes, Califórnia. (via adventistas.org)

Referências
1 Testemunhos para a Igreja. 1. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000. v. 1. p. 290. ↑
2 Irving Kirsch, Steven Jay Lynn, e Judith W. Rhue. “Introduction to Clinical Hypnosis”. In Handbook of Clinical Hypnosis. Washington, DC: American Psychological Association, 1993, 5; John C. Burnham. “Franz Anton Mesmer”, International Encyclopedia of Psychiatry, Psychology, Psychoanalysis, and Neurology, ed. Benjamin B. Wolman. New York: Aesculapius Publishers, 1977. v. 7, p. 213. ↑
3 Henry Alan Skinner. The Origin of Medical Terms. Baltimore, MD: Williams & Wilkins, 1949. p. 186.↑
4 Ellen G. White. Manuscrito. 131, 1906. ↑
5 Conselhos Sobre Saúde. 2. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1991. p. 345. ↑
6 Ellen G. White para Artur e Emma Sanderson, 16 de Fev. 1902 (datilografada), Carta 20, 1902, EGWE. ↑
7 Ellen G. White para A. Sanderson, 12 de Setembro de 1901 (datilografada), Carta 121, 1901, EGWE. ↑
8 Ellen G. White para E. J. Waggoner, 22 de Janeiro de 1893, Carta 78, 1893, EGWE. ↑
9 Ellen G. White. Testemunhos Para a Igreja. 1. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000. p. 555. ↑
10 Mente, Caráter e Personalidade. 3. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1990. v.1. p. 10. ↑
11 O Desejado de Todas as Nações. 22. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2004. p .824. ↑
12 Ciência do Bom Viver. 10. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2004. p. 10. ↑
13 Ellen G. White para “Os irmãos em posição de responsabilidade no Escritório da Review and Herald”, 13 de jan. 1894, Carta 70, 1894, EGWE. ↑
14 Veja Mente, Caráter e Personalidade. 3. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1990. v. 2, p. 763-788. ↑
15 Ellen G. White para J. R. Buster, 3 de Agosto de 1894, Carta 4, 1894, EGWE. ↑
16 Ellen G. White. Testemunhos Para a Igreja. 1. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000. v. 1, p. 502. ↑

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

O massacre da noite de São Bartolomeu

"Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do Meu nome." (Mateus 24:9)

Todo cristão genuíno precisa pagar um preço por sua fé. Esse preço varia de acordo com as circunstâncias nas quais o cristão está inserido e no nível de seu compromisso com a Palavra de Deus.

Poucas pessoas pagaram um preço tão alto por sua fé quanto os huguenotes, que eram protestantes franceses calvinistas. Uma forte onda de violência católica contra os huguenotes começou na noite de 23 para 24 de agosto de 1572, a qual se tornou conhecida como o massacre da noite de São Bartolomeu. Começou em Paris e se espalhou para outros centros urbanos e regiões rurais, durando várias semanas. As estimativas modernas do número de mortos na França variam de cinco a 30 mil pessoas.

O Edito de Nantes, de 1598, assinado pelo rei Henrique IV da França, concedeu aos huguenotes tolerância religiosa significativa. No entanto, em 1685, Luís XIV revogou o Edito, e isso aumentou a hostilidade contra os huguenotes, o que levou à fuga de até 400 mil do país, arriscando a própria vida.

Em 1730, uma jovem huguenote de 19 anos de idade foi presa e confinada na torre de Constance, na cidade de Aigues-Mortes, no sul da França. O nome dela era Marie Durand (1711-1776), e seu crime era ter um irmão pastor protestante. Tudo que ela precisava fazer para sair da cadeia era dizer: “Eu me retrato.” Em vez disso, ela entalhou em uma pedra da prisão a palavra francesa résister (“resistir”). Marie passou 38 anos (1730-1768) na prisão por causa de sua fé!

Você estaria disposto a pagar um preço tão elevado por sua fé? Louvado seja o Senhor se sua resposta for afirmativa. De todo modo, há um imenso contraste entre a convicção inamovível de muitos mártires cristãos e as crenças ajustáveis do cristianismo pluralista que predomina atualmente. Os mártires viveram em uma época de intolerância religiosa. Para eles, a verdade era a verdade, a despeito das circunstâncias e daquilo que as autoridades políticas e eclesiásticas diziam.

Os tempos mudaram. Hoje, em muitos países do mundo, temos a bênção da liberdade religiosa. Infelizmente, porém, o efeito colateral da liberdade tende a ser a falta de comprometimento. Muitos cristãos hoje gostam de ser politicamente corretos! Desfrutemos a liberdade que temos, sem perder o compromisso com a Palavra de Deus e a disposição em pagar o preço por nossa fé. 

Alberto R. Timm (via Um dia inesquecível, Meditações Diárias 2018, CPB)

Nota: Vejam a descrição do Massacre de São Bartolomeu por Ellen G. White:

"A mais horrível entre as ações diabólicas de todos os hediondos séculos foi o Massacre de São Bartolomeu. O rei da França, instigado por sacerdotes e prelados, sancionou tal obra. Um sino, sob dobres fúnebres à noite, foi o sinal para o morticínio. Milhares de protestantes que dormiam tranquilamente em suas casas, confiando na honra empenhada pelo rei, eram arrastados para fora e assassinados. Durante sete dias perdurou o massacre em Paris. Por ordem do rei estendeu-se a todas as cidades onde se encontravam protestantes. Nobres e camponeses, velhos e jovens, mães e filhos eram juntamente abatidos. Pereceram setenta mil da legítima flor da nação. Quando as notícias do massacre chegaram a Roma, a exultação entre o clero não teve limites. O cardeal de Lorena recompensou o mensageiro com mil coroas; o canhão de Santo Ângelo reboou em alegre salva; os sinos tangeram em todos os campanários; fogueiras festivas tornaram a noite em dia; e Gregório XIII, acompanhado dos cardeais e outros dignitários eclesiásticos, foi, em longa procissão, à igreja de S. Luís, onde o cardeal de Lorena cantou o Te Deum. [...] Uma medalha foi cunhada para comemorar o massacre. [...] Um sacerdote francês [...] falou ‘daquele dia tão cheio de felicidade e regozijo, em que o santíssimo padre recebeu a notícia, e foi em aparato solene dar graças a Deus e a S. Luís’.” (O Grande Conflito, p. 122)

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Desafio do Fogo: a nova e perigosa moda da internet

Uma menina de 12 anos teve queimaduras de segundo e terceiro graus em 49% de seu corpo após participar de um desafio na internet, na última sexta-feira (17). A estudante norte-americana Timiyah Landers estava participando do ‘desafio do fogo‘, que consiste em espalhar líquidos inflamáveis pelo corpo e incendiá-lo enquanto tudo é filmado para ser compartilhado nas redes sociais.

A menina foi levada para um hospital em Detroit, nos Estados Unidos, onde deve passar por três cirurgias. A probabilidade é que ela fique internada durante meses até se recuperar.

A mãe da vítima, Brandi Owens, alertou outros pais para que se atentem ao que seus filhos estão vendo na internet. “Minha filha recentemente pegou fogo devido ao desafio no YouTube. Por favor, conversem com seus filhos sobre o que eles veem nas redes sociais”, conta ela em um site de financiamento coletivo, em que pede contribuições para arcar com as despesas médicas da filha.

No dia do acidente, Timiyah estava com duas amigas em sua casa. Brandi disse à emissora americana ‘TMJ4’ ter sido acordada pelo som de uma pequena explosão e logo viu sua filha em chamas.

Em entrevista ao ‘O Globo’, a psicóloga e especialista em jogos perigosos na internet Juliana Guilheri explicou que desafios como esse reforçam que é preciso que os pais acompanhem o conteúdo que seus filhos têm acesso e que isso não significa desconfiar deles. “Faz parte do jovem querer firmar sua autonomia, querer mostrar que está se tornando um adulto, mas cabe aos pais pegarem na sua mão e mostrar que estão juntos ali para acompanhá-lo nessa caminhada. É importante haver um controle parental, mas também uma relação de confiança”. (Claudia)

Nota: Segue abaixo alguns conselhos de Ellen G. White para os nossos jovens:
"Mas é necessário haver grande temperança nas diversões, bem como em qualquer outra ocupação. E o caráter desses entretenimentos deve ser cuidadosa e cabalmente considerado. Todo jovem deve perguntar-se a si mesmo: Que efeito terão essas diversões na saúde física, mental e moral? Ficará meu espírito tão absorvido que me esqueça de Deus? Deixarei de ter em mente a Sua glória? (O Lar Adventista, p. 512)
"Nesta fase do mundo há uma busca de prazeres sem precedentes. Dissipação e absurda extravagância prevalecem por toda parte. As multidões estão famintas por divertimentos. A mente torna-se frívola e vulgar por não estar acostumada à meditação nem disciplinada para o estudo. É corrente o sentimentalismo ignorante. Deus exige que cada alma seja disciplinada, refinada, elevada e enobrecida. Mas não raro toda aquisição de valor é negligenciada pelo exibicionismo da moda e os prazeres superficiais." (O Lar Adventista, p. 521)
"Todas as energias de Satanás são postas em operação para prender a atenção em diversões fúteis, e ele está conseguindo seu objetivo. Está interpondo seus artifícios entre Deus e a pessoa. Ele forjará divertimentos a fim de impedir os homens de pensarem a respeito de Deus. O mundo está de contínuo sedento de alguma novidade; quão pouco tempo e pensamento, no entanto, se dedicam ao Criador dos céus e da Terra!" (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 456)

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Satanás antes da queda e como é agora

Deus criou Lúcifer, um anjo perfeito. Lúcifer, em latim, quer dizer “portador de luz”. Essa expressão vem de Isaías 14:12. Satanás era um “luzeiro”, ou “estrela do dia”. “Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado...” (Ezequiel 28:15). Ellen G. White o descreve assim:
"Lúcifer fora o mais elevado de todos os seres criados, e o primeiro em revelar ao Universo os desígnios divinos. Deus o fez bom e formoso, tão semelhante quanto possível a Si próprio. Deus o havia feito nobre, havendo-lhe outorgado ricos dotes. Concedeu-lhe elevada posição de responsabilidade. Nada lhe pediu que não fosse razoável. Deveria ele administrar o cargo que Deus lhe atribuíra, num espírito de mansidão e devoção, buscando promover a exaltação de Deus, o qual lhe dera glória, beleza e encanto. Foi outrora um honrado anjo no Céu, o primeiro depois de Cristo. Seu semblante, como o dos outros anjos, era suave e exprimia felicidade. Sua testa era alta e larga, demonstrando grande inteligência. Sua forma era perfeita, seu porte nobre e majestoso. Houve um tempo em que era a alegria dele executar as ordens divinas. Seu coração estava cheio de amor e regozijo por poder servir ao Criador." (A Verdade sobre os anjos, pp. 23-27)
Lúcifer foi um dos anjos mais honrados do Céu. “Tu eras querubim da guarda ungido e te estabeleci” (Ezequiel 28:14). Os querubins serviam diante de Deus. 
"O próprio Senhor deu a Satanás sua glória e sabedoria, tornando-o o querubim cobridor, bom, nobre e extraordinariamente formoso." (Signs of the Times, 18 de setembro de 1893)
Mas Lúcifer se transformou em Satanás (o "adversário", significado da palavra em hebraico), porque abrigou iniquidade. “…até que se achou iniquidade em ti” (Ezequiel 28:15). Aquele ser de extraordinária beleza e glória perverteu o seu livre arbítrio. Ao abrigar egoísmo, inveja, e cobiça, Lúcifer transformou irreversivelmente sua natureza perfeita no temível Satanás. Vejamos o impressionante relato de Ellen White descrevendo Satanás como é agora:
"Foi-me então mostrado Satanás como havia sido: um anjo feliz e elevado. Em seguida ele foi-me mostrado como se acha agora. Ainda tem formas régias. Suas feições ainda são nobres, pois é um anjo, ainda que decaído. Mas a expressão de seu rosto está cheia de ansiedade, cuidados, infelicidade, maldade, ódio, nocividade, engano e todo mal. Aquele semblante que fora tão nobre, notei-o particularmente. Sua fronte, logo acima dos olhos, começava a recuar. Vi que ele se havia degradado durante tanto tempo que toda boa qualidade se rebaixara, e todo mau traço se desenvolvera. Seu olhar era astuto e dissimulado, e mostrava grande penetração. Sua constituição era ampla; mas a carne lhe pendia frouxamente nas mãos e no rosto. Quando o vi, apoiava o queixo sobre a mão esquerda. Parecia estar em profundos pensamentos. Tinha um sorriso no rosto, o qual me fez tremer, tão cheio de maldade e dissimulação satânica era ele. Este sorriso é o que ele tem precisamente antes de segurar sua vítima; e, ao fixá-la em sua cilada, tal sorriso se torna horrível." (Primeiros Escritos, pp. 152, 153)
Mas não precisamos temer a Satanás. Jesus o venceu na cruz do calvário e a vitória de Cristo é nossa, pela fé. No poder de Jesus podemos vencer o mal e o pecado. Em Jesus há segurança e vitória!

Leia também O Diabo é real?

7 motivos para você não tomar mais refrigerantes

Consumo diário de refrigerante está relacionado a diversos problemas de saúde

Não é novidade que o consumo regular de bebidas adoçadas artificialmente como o refrigerante faz mal à saúde. Mesmo assim, ele é o sexto alimento mais consumido por adolescentes brasileiros de acordo com o Ministério da Saúde.

E se engana quem pensa que o problema é só o açúcar. “As pessoas precisam entender que os malefícios do refrigerante estão ligados a todos os componentes de sua fórmula”, aponta Indiomara Baratto, nutricionista e professora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Ou seja, não adianta só trocar a versão comum pela diet/zero ou light e achar que está tudo bem. 

Veja a seguir alguns motivos apontados pela ciência para abandonar o hábito: 

1. Pode causar hipertensão 
O elo é tão significativo que um estudo concluiu que, se os bebedores assíduos de refrigerante tomassem uma lata a menos ao dia, poderiam diminuir a pressão sistólica em 1.8 mmHg em 18 meses. O trabalho foi conduzido pela Universidade Johns Hopkins (Estados Unidos) e publicado em 2010 no periódico Circulation. O açúcar em excesso e o sódio que costuma haver nessas bebidas parece prejudicar o tônus das veias sanguíneas e desequilibrar os níveis de sal no organismo, causando assim alterações na pressão.

2. Pode deixar você viciado
O paladar fica literalmente viciado no dulçor. Ao comer açúcar, ativamos o sistema de recompensa, que libera neurotransmissores ligados ao bem-estar toda vez que fazemos algo como comer ou jogar um jogo, por exemplo. Daí, quanto mais ingerimos, de mais açúcar precisamos, e mais falta o sabor faz. Alguns trabalhos apontam que adolescentes obesos poderiam ter esse sistema cerebral desregulado, o que reduziria a capacidade de controlar a quantidade de bebidas açucaradas ingerida. 

E não se engane pelo rótulo zero calorias dos refrigerantes diet, pois os adoçantes agem de forma até pior, enganando o sistema de recompensa e prejudicando a noção de quanta comida foi ingerida, fazendo com que você coma mais para ficar satisfeito. Em um célebre estudo, a Universidade Johns Hopkins acompanhou 23 mil pessoas e descobriu que quem estava acima do peso tomava mais refrigerante zero do que o restante da população e levava também à boca mais alimentos sólidos.

3. Fazem mal aos dentes 
A categoria é apontada como uma das grandes culpadas pela erosão dentária, quando a camada protetora dos dentes se desgasta e abre caminho para problemas na região. Não só os açúcares, mas também os ácidos presentes na composição dos refrigerantes podem corroer o esmalte dos dentes, levando à sensibilidade e podendo ainda causar gengivite e cáries.

4. Trazem perigo para o fígado
Um dos perigos das doses exageradas de refrigerante açucarado é a esteatose hepática, acúmulo de gordura no fígado que pode evoluir para a cirrose. É que o açúcar ingerido será armazenado pelo fígado e, depois, liberado na corrente sanguínea em forma de ácidos graxos, que nada mais são do que células de gordura. Nosso corpo absorve os ácidos graxos em vários órgãos, inclusive o próprio fígado.

5. Aumentam a gordura em circulação 
Esses ácidos graxos citados acima vão parar em diversas regiões, inclusive os vasos sanguíneos. Tanto que o consumo excessivo de refrigerantes aumenta a quantidade de triglicérides em circulação, gordura que está ligada à formação de placas nos vasos sanguíneos que, anos mais tarde, levam a entupimentos perigosos. Pesquisas indicam que o consumo diário destas bebidas pode aumentar em até 20% o risco para infartos.

6. Causa obesidade 
O xarope de milho é um ingrediente comumente adicionado aos refrigerantes por conta de seu potente sabor doce e custo baixo de produção. Ele possui uma alta concentração de frutose e dulçor intenso, e é apontado no mundo inteiro como um dos responsáveis pela epidemia de obesidade, principalmente a infantil. A frutose em excesso pode ainda contribuir para processos inflamatórios e afetar a saúde dos vasos sanguíneos.

7. Têm elo com o câncer 
A principal ligação é indireta, pois a obesidade, que costuma acompanhar o consumo frequente das bebidas açucaradas, está associada a pelo menos 13 tipos de câncer. E há também uma relação mais direta, pois uma das consequências da ingestão elevada de açúcar é um processo inflamatório constante nas células que facilitaria o desenvolvimento dos tumores. O alerta para essa relação é reforçado pelo Inca (Instituto Nacional do Câncer).

(via Viva Bem)
"Reforma, reforma contínua, deve ser mantida perante o povo, e por nosso exemplo devemos dar força aos nossos ensinos. A verdadeira religião e as leis da saúde andam de mãos dadas. É impossível trabalhar para a salvação de homens e mulheres sem apresentar-lhes a necessidade de libertar-se de condescendências pecaminosas, que destroem a saúde, depreciam a alma e impedem que a verdade divina impressione a mente. Homens e mulheres devem ser ensinados a examinar cuidadosamente cada hábito e prática, e de uma vez por todas afastar tudo que, produzindo uma condição insalubre do corpo, lança sobre a mente uma escura sombra." (Ellen G. White - Review and Herald, 12 de novembro de 1901)

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Você sofre da "síndrome de impostor"?

Sabe aquele seu amigo extremamente dedicado e bem sucedido, mas que vive falando “só consegui por sorte”, “a concorrência tava baixa, por isso entrei”, “esperam muito de mim, não sou tão bom assim”? Pode parecer humildade a uma primeira ouvida, mas isso pode caracterizar algo mais complexo: a Síndrome do Impostor.

É algo que parece simples, mas essa autossabotagem prejudica quem tem a síndrome em diversos aspectos. Essas pessoas não acreditam que estão onde estão por mérito próprio, atribuem fatores alheios para toda e qualquer tipo de conquista e vivem perturbadas pelo medo de que, um dia, descubram que ela é uma fraude. E, para elas, isso vai acontecer. A ideia central dessa desordem psicológica envolve a forma como os outros o veem e maneira como cada um enxerga a si mesmo, principalmente em relação às conquistas profissionais. Quem é impostor de si próprio não acredita em evidências visíveis de que é competente, já que se considera inferior e incapaz.

Há exatos 40 anos, esse fenômeno da mente foi detectado. As pesquisadoras Pauline Rose Clance e Suzanne Imes, da Universidade do Estado da Geórgia, publicaram, em 1978, o primeiro artigo com a nomenclatura “impostor” usada para designar quem demonstrava sinais de autoboicote. 

Leia abaixo o excelente artigo de Júlio Leal (via Revista Adventista), e saiba como vencer este sentimento que causa desequilíbrio emocional e bloqueia uma visão realista da existência:

Mania de pequeneza
É impossível corrigir o rumo da vida sem antes olhar no espelho e encarar bem a pessoa que está lá. Ao fazermos isso, por vezes somos confrontados com o desafio de mudar. No entanto, toda mudança profunda, quer de crença, quer de atitude ou de comportamento, gera desconforto e ansiedade. Quando nos sentimos pequenos e incapazes, isso fica ainda mais sério, pois tende a nos fazer ver a realidade de maneira distorcida ou incompleta. Mudar é fácil apenas para quem não consegue notar a diferença óbvia entre uma cirurgia e uma maquiagem ou entre um processo curativo verdadeiro e um mero esparadrapo colorido. Deixar de fumar requer esforço. Abandonar o vício do jogo e da bebida também. Vencer a maledicência, nem fale! Aprender a confiar nas pessoas, ser acolhedor e cortês, perder o hábito de falar palavrão, dentre outros… quem quer que tenha tentado qualquer dessas coisas sabe: envolve uma feroz batalha interior. Eis o dilema! É como se, ao mesmo tempo, desejássemos voar bem alto, mas sem tirar os pés do chão. Não dá.

Nesse processo, alguns desistem. Não suportam a pressão que vem de dentro de si mesmos ou, às vezes, a que é feita pelas pessoas ao redor, devido às suas expectativas e desejos. Perseverar, resistir, lutar sem esmorecer são obra não do acaso, mas da aprendizagem e da atitude certas, junto àquilo que alguns chamam de resiliência, ou seja, a capacidade de se recompor depois do choque e do maltrato, sem mágoas nem amargura, restando apenas as cicatrizes, não mais a dor. Isso tem a ver com flexibilidade de mente, presença de espírito, autocontrole emocional, esperança no futuro, bom humor, generosidade, fé e, também, com um sentimento equilibrado de autoestima, ou seja, a sensação saudável de ser alguém, o firme reconhecimento de seu próprio valor. Na ausência dessas qualidades, tudo fica muito mais complicado.

É talvez por falta de resiliência que alguns convivem com os sintomas recorrentes da síndrome do impostor. Esse fenômeno se manifesta normalmente em pessoas bem-sucedidas, acostumadas a atingir seus objetivos e a ter um bom desempenho naquilo a que se propõem, mas propensas a sentir uma culpa existencial acima do normal. É o pai exemplar que se sente culpado por não ser ainda melhor. Trata-se da mulher bonita e capaz, mas dependente de elogios que confirmem o que ela já sabe, que validem sua identidade. É também o caso do estudante nota dez, que apesar disso teme que alguém descubra que ele é “uma farsa”. Assim como há farsantes que jamais admitiriam ser o que são, há também pessoas de todo tipo que, graças à sua defeituosa bússola emocional, criam em sua mente realidades que não existem ou que não concordam, nem de longe, com a visão consensual da maioria. Carecem de objetividade ao se autoavaliar e, por isso, sua balança viciada sempre lhes devolve o troco a menos. Em seu interior, elas sentem constantemente que estão no vermelho, em dívida. Trapaceiam e jogam contra si mesmas, praticam a autossabotagem e o autoengano, não agem com justiça quando são elas que estão no banco dos réus. Na vida, dão mais do que levam; plantam mais do que colhem. São batalhadoras, aguerridas e às vezes generosas com os outros, mas não sabem acolher a si mesmas.

É possível que tenha sido assim com Mefibosete, o último herdeiro legítimo do trono de Saul. Desconfiado e vacilante, ele se considerava indigno de sentar-se à mesa do palácio com o rei Davi, alguém que não lhe inspirava confiança, apesar de todas as evidências do contrário. Mefibosete se sentia um impostor no palácio onde tinha passado parte de sua infância e onde agora o tratavam como um príncipe, filho do rei (2Sm 9:6-8). Algo parecido ocorreu com vários dentre os espias que foram mandados por Moisés a Canaã, a terra prometida. Eles voltaram de lá com um relato ultrapessimista do que tinham visto. Disseram que lá só havia gigantes e que, à vista dos habitantes do lugar, eles eram pequeninos e insignificantes como gafanhotos (Nm 13:31-33).

O apóstolo Paulo, escrevendo aos cristãos em Roma, deixou um conselho sábio e intrigante, capaz de resolver muitos conflitos de consciência: “Por isso, pela graça que me foi dada digo a todos vocês: Ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu” (Rm 12:3, NVI). Note que não se trata apenas de emoção e sentimento, mas também de fé, de sintonia com a vontade de Deus. Quanto mais desenvolvida for a nossa fé, mais equilíbrio e paz o Senhor nos dará, para acalmar nossa tempestade interior. Não cairemos no extremo da exaltação própria nem no da subserviência automática (1Pe 5:6, At 16:34-37; Jo 18:19-23). Teremos a segurança interior, a maturidade e a serenidade que Jesus tinha e não dependeremos tanto nem das opiniões alheias, nem de nossos próprios sentimentos flutuantes, para estar de bem com a vida (Jo 5:41).

Ellen G. White também nos instruiu quanto a isso: “Se não vos sentis satisfeitos e alegres, não faleis dos vossos sentimentos. Não anuvieis a vida dos outros. […] Em vez de pensar em vossos desânimos, pensai na força de que podeis dispor em nome de Cristo. Que vossa imaginação se fixe nas coisas invisíveis. Que os pensamentos se dirijam para as evidências do grande amor de Deus por vós. A fé pode sofrer a prova, vencer a tentação, suportar o insucesso” (Mente, Caráter e Personalidade, v. 2, 1996, p. 758). Em outras palavras, força, atitude, resiliência!

No caso dos que se sentem farsantes, sem o serem realmente, será necessário cultivar e fortalecer um sentimento de honra, de dignidade (dada por Deus), para poder alcançar um conceito equilibrado de si. Será preciso entender de uma vez por todas que “o maior dos pecadores” não é um título honorífico, mas apenas uma referência àquela atitude de humildade válida unicamente ao nos olharmos no espelho de Deus, não no nosso.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Os 3 livros do Tribunal Celestial

A Bíblia menciona três tipos de livros que são utilizados no juízo de Deus: os "Livros de Registro", o "Livro da Vida" e o "Livro Memorial".

1. Os Livros de Registro
"O tribunal iniciou o julgamento, e os livros foram abertos" (Daniel 7:10). Os livros de registro, nos quais estão relatados os nomes e ações dos homens, conduzem a decisão do juízo; eles trazem o verdadeiro intuito de cada atitude humana. "Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más" (Eclesiastes 12:14). "Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, delas darão conta no dia do Juízo; porque pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado" (Mateus 12:36-37). Deus "trará à luz o que está oculto nas trevas e manifestará as intenções dos corações" (1 Coríntios 4:5 cf. Hebreus 4:12-13).

Vejamos o que Ellen G. White diz: "A obra de cada homem passa em revista perante Deus, e é registrada pela sua fidelidade ou infidelidade. Ao lado de cada nome, nos livros do Céu, estão escritos, com terrível exatidão, toda palavra inconveniente, todo ato egoísta, todo dever não cumprido e todo pecado secreto, juntamente com toda hipocrisia dissimulada. Advertências ou admoestações enviadas pelo Céu, e que foram negligenciadas, momentos desperdiçados, oportunidades não aproveitadas, influência exercida para o bem ou para o mal, juntamente com seus resultados de vasto alcance, tudo é historiado pelo anjo relator" (O Grande Conflito, p. 480).

Mas, sendo Deus onipresente e onisciente (Salmos 139:7-8; Isaías 46:10), qual a finalidade de haver esses livros contendo tais registros? Deus necessita deles para recordar e assim julgar cada indivíduo? Obviamente que não. Os livros de registro têm o objetivo de auxiliar aqueles que acompanham as decisões de Deus (Apocalipse 5:11-12), os quais não são onipresentes e tampouco oniscientes; os próprios redimidos utilizarão esses livros para compreender cada veredito de Deus anunciado durante o Seu juízo (1 Coríntios 6:1-3; Apocalipse 20:4).

Ellen White também instou com a juventude em particular para que não se esquecessem de que suas vidas estavam sendo observadas bem de perto — mesmo meticulosamente — e que um dia os registros de nossa vida devem ser enfrentados. Para sua audiência de Youth’s Instructor, ela escreveu: "Nunca estamos sós. Temos um Companheiro, quer O escolhamos ou não. Lembrem-se, moços e moças, que onde quer que vocês estejam, o que quer que estejam fazendo, Deus lá está. Para toda palavra e ação sua, vocês tem uma testemunha, — o Deus Santo, que odeia o pecado. Nada que é dito ou pensado pode escapar a Seus olhos infinitos. Suas palavras podem ser ouvidas por ouvidos humanos, mas elas são ouvidas pelo Soberano do Universo. Ele lê a cólera interior da lama quando a vontade é contrariada. Ele ouve a expressão de profanidade. Na mais profunda escuridão e solidão Ele lá está. Dia após dia o registro de suas palavras, suas ações, e sua influência, está sendo feito nos livros do céu. Isto vocês devem enfrentar" (YI, 26/05/1898).

2. O Livro da Vida
Por sua vez, o livro da vida contém os nomes daqueles que estão em comunhão com Deus e trabalhando em prol de Seu serviço. Ellen White diz: "O livro da vida contém os nomes de todos os que já entraram para o serviço de Deus” (O Grande Conflito, p. 480). Quanto a isso, Jesus disse aos Seus discípulos: "[...] alegrai-vos, antes, porque vossos nomes estão inscritos nos céus" (Lucas 10:20). Paulo igualmente cita os seus fiéis cooperadores, "cujos nomes estão no livro da Vida" (Filipenses 4:3). Daniel também relatou que Deus salvará "todos os que se encontrarem inscritos no livro" (Daniel 12:1). E João afirma que entrarão na cidade de Deus, somente os "inscritos no livro da Vida do Cordeiro" (Apocalipse 21:27). E para que o nome de alguém esteja no livro da Vida, os seus pecados devem ser apagados dos livros de registro durante o juízo investigativo.

Por inspiração divina, João escreveu: "Abriu-se outro livro, que é o da vida, e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas no livro, segundo as suas obras" (Apocalipse 20:12). De acordo com relatos de Ellen White: "Parecia haver chegado o grande dia da execução do juízo de Deus. Vários livros achavam-se diante dEle, e na capa de cada um estava escrito em letras de ouro, que pareciam como chama ardente: "Contas-correntes do Céu." Foi então aberto um desses livros, contendo os nomes dos que professam crer na verdade" (Testemunhos Seletos 1, p. 518).

3. O Livro Memorial
Além dos "livros de registro" e do "livro da vida", a Bíblia menciona um "memorial" escrito diante de Deus: "Depois aqueles que temiam ao Senhor conversaram uns com os outros, e o Senhor os ouviu com atenção. Foi escrito um livro como memorial na sua presença acerca dos que temiam ao Senhor e honravam o seu nome" (Malaquias 3:16 NVI). Suas palavras de fé, seus atos de amor, acham-se preservados no Céu. Neemias refere-se a isso quando diz: "Por isto, Deus meu, lembra-Te de mim e não apagues as beneficências que eu fiz à casa de meu Deus e para o Seu serviço" (Neemias 13:14 RA).

São especialmente confortantes as declarações de Ellen White de que o bem é registrado tão fielmente quanto o mal. Ela declara: "No livro memorial de Deus, toda ação de justiça se acha imortalizada. Ali, toda tentação resistida, todo o mal vencido, toda palavra de terna compaixão que se proferir, acham-se fielmente historiados. E todo ato de sacrifício, todo sofrimento e tristeza, suportado por amor de Cristo, encontra-se registrado" (O Grande Conflito, p. 481). Diz o salmista: "Contaste os meus passos quando sofri perseguições; recolheste as minhas lágrimas no Teu odre; não estão elas inscritas no Teu livro?" (Salmos 56:8 RA).

Ellen White afirma também: "Deus vê muitas tentações resistidas das quais o mundo, e mesmo amigos próximos, nunca sabem; tentações no lar, no coração; Ele vê a humildade da alma em vista de sua própria franqueza, o sincero arrependimento, até mesmo por um pensamento que é mau; Ele vê a completa devoção do coração para o desenvolvimento da causa de Deus, sem coloração de egoísmo; Ele tem notado aquelas horas de dura batalha com o eu, batalhas que conseguiram a vitória — tudo isto Deus e os anjos sabem." (Carta 18, 1891)

Devemos também sempre ter algo a dizer nas reuniões do Senhor, um ato singelo como esse pode representar nossa salvação ou perdição se formos remissos. Vejamos o que diz Ellen White a esse respeito: "Todos devem ter algo para dizer ao Senhor, pois em assim fazendo serão abençoados. Um livro de memórias é escrito com respeito àqueles que não desertam das reuniões, mas falam muitas vezes um ao outro" (Primeiros Escritos, p. 114)

Conclusão
Era inteiramente evidente o propósito de Ellen White, não tanto de delinear o conteúdo de cada livro celestial ou descrever a que eles se assemelhavam, mas de enfatizar o fato de que os registros de Deus são completos, e de apelar a seus leitores que estivessem preparados para o julgamento. No serviço simbólico “exigia-se de todos que afligissem a alma pelo arrependimento do pecado e pela humilhação, perante o Senhor” no Dia da Expiação. “De igual modo, assim hoje devemos nós afligir nossas almas em tristeza pelo pecado e em arrependimento verdadeiro. O espírito leviano e frívolo, alimentado por tantos cristãos professos, deve ser deixado. Há uma luta intensa diante de todos os que desejam subjugar as más tendências que em nossas almas porfiam pela supremacia" (O Grande Conflito, pp. 489-490).

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

5 pessoas que você dificilmente encontrará no céu

Este é um artigo para nós pensarmos um pouco sobre como estamos vivendo o nosso cristianismo. É óbvio que não podemos afirmar quem estará no céu, mas podemos discutir o assunto para eliminarmos algumas arestas que nos atrapalham de sermos mais semelhantes a Jesus. Aqui vai as cinco pessoas que você dificilmente encontrará no céu.

1. O pastor moralista – Vou começar com a minha “raça” de crentes, já que sou pastor também. O pastor moralista é aquele que prega semana após semana, ano após ano, mas se concentra apenas em dar lição de moral em seus membros. Não consegue ver a beleza da salvação, e como ela é de graça para todos os que creem. Ele esquece de pregar que Cristo foi crucificado, e Deus tem muito amor para perdoar qualquer ser humano.

Lição: Uma lição de moral não nos dá acesso ao céu, mas somente Deus através do sangue de Jesus.

2. O religioso extremista – Esse camarada aqui luta para criar uma tensão entre o que ele pensa que é verdade com o cristianismo bíblico. Ele troca a mensagem bíblica por uma preferência pessoal. E essa preferência o impede de ver a verdade pura do evangelho.

Ele acredita que vale a pena morrer pela sua mensagem e, se for necessário, até matar para defender um Deus irado com a humanidade. Eles escolhem sacrificar em vez de obedecer, e ao fazê-lo, sentem falta da graça radical e do amor de Cristo.

Lição: Não importa o quão grande é nosso zelo pela verdade, a salvação é sempre um dom imerecido e totalmente de graça. É inútil querer mudar uma pessoa de fora para dentro, somente Jesus pode transformar alguém, e o método dele é de dentro para fora.

3. O rebelde pecador – Nós estamos vivendo em uma era que tolera todas as coisas. Nós somos encorajados a não chamar o pecado de pecado. Em muitas vezes, somos forçados a concordar que o pecado é bom e aceitável. Mas a Bíblia pensa diferente. Pecado é sempre pecado, e isso nos mantém longe da presença do Senhor Deus. O pecado é morte, e custou a morte do Filho para resolver a situação. E sem o sangue de Cristo ficaremos separados da vida para sempre.

Mas vamos ser claros. Há os cristãos que acreditam que podem continuar no pecado e que sempre tem uma segunda chance. Não é de todo errado o pensamento. Mas quanto mais longe vamos no pecado, mais difícil é de retornar aos pés do Salvador. Chegará um dia que você não vai mais querer, e o rebelde pecador acaba não percebendo que não sente mais a presença do Salvador. Consequentemente não quer receber mais o perdão dos pecados e muito menos parar de cometê-los.

Lição: Ser religioso não salva ninguém, e ficar brincando de ser cristão poderá acabar com sua vida eterna. Devemos parar de pecar agora.

4. O religioso mercenário – Esse tipo de “cristão” manipula a verdade sempre que pode. Troca a verdade pela ganância. O que mais faz é usar a Palavra de Deus para convencer os demais a doarem dinheiro para a sua conta bancária.

Muito parecido com Judas, o religioso mercenário não investe nas verdades espirituais, mas, comercializam a Palavra de Deus para seu benefício. Só pregam popularidade ou prosperidade. É um tipo de ateísmo, pois menospreza a maravilhosa mensagem da graça e propaga que seu esforço em doar trará altos lucros para a sua conta bancária.

Lição: A mensagem evangélica nunca foi feita para ser vendida ou realizada como um esquema de pirâmide. A simples mensagem de Cristo está disponível, gratuitamente, para qualquer um – mesmo os mercenários religiosos arrependidos – se eles simplesmente acreditam.

5. O cristão só de nome – Ser cristão é ser um pequeno Cristo. É ser imitador de Jesus, o Cristo. É olhar para você e não ter dúvida que é um seguidor de Jesus, o Cristo. Cristão só de nome é uma falsa ideia que se está perto de Deus. Pessoas assim conhecem bem a Bíblia, mas não se deixam ser transformados pela sua verdade. Pregam um relacionamento com o Salvador, mas não vivem uma intimidade com o Senhor.

Lição: É uma lembrança de que há mais na vida cristã do que palavras e movimentos, e é fácil enganar a nós mesmos. Chamar-nos de “cristãos” não é suficiente – é aceitar, é crer na incrível verdade do Evangelho e deixar que nos transforme cotidianamente.

Então, essas são as cinco pessoas que você não encontrará no céu – a menos que abracem a simples verdade do Evangelho. Você é uma delas?

Tenha um bom dia.

Rodrigo Bertotti (via rodrigobertotti.com)