O final de Agosto foi marcado com a semana do combate ao fumo, movimento que vem conquistando espaço na mídia há alguns anos, procurando conscientizar a população dos malefícios do cigarro, pois só existem malefícios no cigarro. É graças a ações como estas que toda uma geração de adolescentes e jovens hoje em dia sabe que fumar não é uma boa idéia, sendo talvez a primeira geração a crescer sem as propagandas empolgantes do cigarro, que infestavam os comerciais de TV e revistas com cenas espetaculares associadas ao fumo.
Por causa da propaganda, associou-se virilidade e masculinidade com o cigarro (o cowboy da Marlboro que o diga), charme e elegância feminina ao fumo (quem não se lembra da marca Charm, o cigarro das mulheres)? E que você ia ao sucesso, com Hollywood? Tudo mentira! Você não tinha charme ao fumar, mulher, mas sim um risco bem maior de um enfisema; você não seria mais ‘macho’ com Marlboro, mas sim um homem sem forças e sem fôlego na realidade do dia-a-dia e no final da vida, e se não trabalhasse e se dedicasse na sua profissão, jamais alcançaria o sucesso. [...]
“Uma mentira dita 100 vezes torna-se verdade.”
Atribuem a Joseph Goebbels, o chefe da propaganda nazista, a frase acima. Ninguém sabe quem cunhou a máxima “a propaganda é a alma do negócio”, mas todos já nos pegamos afirmando isto pelo menos uma vez na vida. Propaganda pode fazer uma mentira soar como verdade e tem quem se acalme com isso, como muitos afirmavam que “cigarro acalmava”, então, ‘só podia fazer bem’. Tudo mentira. O evangelho da propaganda da TV também ilude; causa mais mal do que bem; intoxica e envenena a alma, muito mais do que se imagina. Se no maço de cigarros agora é obrigatório estampar frases como “o ministério da saúde informa: fumar pode causar câncer de garganta”, etc., etc., em muitos programas “gospels” ou ditos “evangélicos” na TV, deveria vir a mesma informação: “atenção, este programa causa mal à alma e só está interessado em seu dinheiro!”
Muita mentira tem sido propagada na TV, desde o nascer ou renascer do sol, até que as sombras da noite se aproximem, tornando esta propaganda de um evangelho de fumaça, um fenômeno universal, quando homens de muito poder mundial, ousam afirmar na maior ‘cara de pau’ aberrações em nome de Deus.
Hoje veio o técnico da instalação de TV de circuito fechado em nossa casa. E foi fazer o teste para ver se estava tudo funcionando. A propaganda prometia mais de 100 canais e não estava mentindo. Só se ‘esqueceu’ de dizer que mais de um terço desses 100 canais disponíveis seria de programações religiosas (de diversos segmentos); carga intensa de um evangelho da fumaça, mais firmados na propaganda e na promoção de algo que não existe e que prejudica, incentivando sempre o consumo e “o que você ganha com isso”, do que centrados na pregação do autêntico evangelho da Cruz, segundo as Escrituras Sagradas. Assim, o evangelho da Souza Cruz é o que está sendo propagado. E este evangelho da fumaça faz muito mal, não só aqui, mas também para a eternidade, Não creia nele.
Por que chamo de ‘o evangelho da Souza Cruz’? Porque esta é a maior indústria e representação de fumo e tabagismo em solo nacional, desde 1903 no Brasil, iniciada por um português de nome Albino Souza Cruz, que começou sua fábrica de enrolar fumo no Rio de Janeiro. À semelhança de indústrias poderosas norte-americanas, claro que a propaganda seria a alma desse negócio, pois para vencer a tosse, o cheiro forte e o incômodo da fumaça, os dentes amarelados (isto só para falarmos de fatores externos e estéticos) algo muito mais forte deveria superar todas estas e outras inconveniências.[...]
E milhões de pessoas embarcaram nesta e passaram a fumar até o vício as dominar. Milhões também são os que morrem todos os anos em desespero ao redor do mundo por causa do tabagismo. Entre a propaganda do fumo e a pessoa estava a mentira. A indústria levou vantagem – o seu dinheiro – e a pessoa levou prejuízo: pagou com a saúde e morreu mais cedo. A indústria do evangelho da fumaça faz o mesmo: homens enriquecem vendendo um produto que não faz bem e que muito ilude. Causa emoções fortes, tal qual o cigarro prometia, pois na indústria do evangelho da fumaça também tem produção, trilha sonora e imagens impressionantes, e os incautos engolem estas coisas, assim como os primeiros adolescentes davam suas tragadas e tossiam entre baforadas, mas não largavam e partiam imediatamente para acender outro cigarro.
O ‘evangelho da Souza cruz’ não fala nada da Cruz; de arrependimento; mudança de vida; santidade e caráter marcados pela vida de Cristo dentro da pessoa; compromisso e dependência de Deus, leitura, estudo e obediência à Lei do Senhor, que é perfeita (ver, Salmo 19:7-10) e dependência total do Deus da Providência, uma dependência que só faz bem; bem diferente da dependência que muitos têm e mantêm nos ‘poderosos pregadores da TV (estes são vistos quase como deuses ou um semi-deuses, adorados e cultuados, no final das contas e de verdade). É o evangelho do copo d’água, muito mais do que do Sangue de Cristo, é o evangelho da prosperidade, muito mais do que do quebrantamento. É fumaça. É câncer para a alma. Só ilude e no final, destrói. Não muda vidas. Engana-se mentes. [...]
[...] Não vá por outros. Vá pela senda do Calvário! Este é o evangelho. O resto é propaganda enganosa. Preenche tanto quanto fumaça.
“…Quisera eu me suportásseis um pouco mais na minha loucura. Suportai-me, pois. Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo. Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo… Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos pregado, ou se aceitais espírito diferente que não tendes recebido, ou evangelho diferente que não tendes abraçado, a esse, de boa mente, o tolerais”. (Paulo, aos Coríntios, 2ª Carta, 11:1-4).
“… Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. … Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. (Paulo, aos Coríntios, 1ª Carta, 15:1-4).
Jáder Borges - Artigo completo no Blog Fiel